Juros nas alturas: Copom eleva Selic para 12,75% e indica aumento menor para a próxima reunião
Juros nas alturas: Copom eleva Selic para 12,75% e indica aumento menor para a próxima reunião
Juros nas alturas: Copom eleva Selic para 12,75% e indica aumento menor para a próxima reunião

Em reunião de política monetária realizada no dia 04 de maio último, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 100 pontos-base, para 12,75% ao ano. A decisão, novamente unânime, veio em linha com a expectativa largamente predominante nos mercados.

Esse é o maior percentual em 5 anos. Em janeiro de 2017, os juros eram de 13%, patamar que durou até abril daquele ano. O mercado esperava esse reajuste e agora aposta que a taxa termine o ano de 2022 em 13,25%.

O comunicado da decisão, sofreu mudanças relevantes, sobretudo na sinalização prospectiva. Duas mudanças, em particular, chamam a atenção: (i) a supressão do trecho, constante da ata anterior, em que o Copom avaliava “que o ciclo de juros nos cenários avaliados” seria “suficiente para a convergência da inflação para patamar em torno da meta ao longo do horizonte relevante”; e (ii) a indicação de que, para “a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude”.

Ou seja, essas mudanças sinalizam com clareza que o Copom ainda não deu por encerrado o ciclo de aperto monetário. O mercado financeiro avalia que essa indicação de que a elevação da Selic será estendida, ainda que a um ritmo mais brando, ocorreu na esteira da percepção da autoridade de que a inflação “seguiu surpreendendo negativamente”. Com isso, as projeções do Copom para a inflação de 2022 e 2023 foram revistas para cima.

Com efeito, a evolução da inflação projetada para o ano que vem pode ter sido decisiva para indicação de que o ciclo de ajuste será estendido: no intervalo entre as reuniões do Copom de março e maio, a mediana de mercado para a alta do IPCA deslocou-se de 3,7% para 4,1%, ao passo que a projeção do próprio Banco Central passou de 3,1% para 3,4% – passando, portanto, a situar-se ligeiramente acima do centro da meta (3,25%).

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