O avanço da tecnologia e suas inúmeras aplicabilidades estão transformando a maneira como nos relacionamos, trabalhamos e entendemos o mundo. A Inteligência Artificial – IA, o Machine Learning, as análises preditivas, o Data Science são alguns exemplos de revolução que estão causando mudanças em toda sociedade, e claro que não seria diferente com o mercado Jurídico.
 
A plataforma cognitiva da IBM conhecida como Watson já está sendo usada por escritórios de advocacia para resumir processos e agilizar o trabalho burocrático de inúmeros advogados. Aplicada dessa maneira, a Inteligência Artificial traz maior agilidade para os processos jurídicos e desafoga os profissionais da área do trabalho repetitivo, permitindo, portanto, que esses dediquem tempo e energia em tarefas que exigem maior criatividade e pensamento crítico.
 
Imagine o cenário onde um supercomputador consegue acessar um banco de dados de processos judiciais, cruzar as informações e consultar milhões de arquivos para fornecer as informações de documentos relevantes para o caso. Se realizada por um ser humano, essa tarefa exigiria horas, talvez dias, mas quando feita por um computador inteligente leva cerca de segundos.
 
Embora seja óbvio a utilização dessas tecnologias por instituições privadas, os governos também irão se utilizar da Inteligência Artificial em suas esferas jurídicas. O Ministério de Justiça da Estônia está disposto a desenvolver o primeiro “juiz robô”, uma IA que poderá ser usada para mediar pequenas causas, casos menores que US$ 8 mil. A intenção é liberar os juízes do país para se dedicarem a casos mais complexos.
 
Diante dessas transformações, em alguns casos, os profissionais do direito se sentem ameaçados. Mas o impacto dessas tecnologias trará muitos benefícios e oportunidades para a área. As analises preditivas, a capacidade cognitiva das máquinas e os algoritmos são na verdade poderosos ajudantes que irão facilitar o trabalho e trazer agilidade para os processos. Talvez a IA seja a solução para a morosidade do sistema jurídico brasileiro. 
 
Mesmo com tantos avanços, todos os especialistas concordam que ainda não existe um cenário onde as máquinas irão substituir as habilidades humanas. Mas sem dúvida, nós precisamos nos adaptar para continuarmos sendo competitivos e importantes dentro do meio jurídico. O aprimoramento de soft skills de liderança e comunicação surgem como os mais citados para todas as áreas no futuro. Dento do mercado jurídico acredito que as habilidades de data analytics sejam indispensáveis para os “advogados do futuro”.
 
Infelizmente as universidades não estão se adaptando com a velocidade que o mercado se transforma. Existem poucas instituições que modificam seu currículo para incluir as capacidades numéricas e matemáticas à formação de advogados. Aos que desejam se preparar para esse futuro do trabalho recomendo cursos de extensão, pós-graduação, cursos livres nas áreas Data Science, Data Analytics, Machine Learning, entre outro. 
 
É impossível frearmos os avanços da tecnologia uma vez que as transformações estão chegando para tonar o Direito uma área melhor. Portanto, o futuro da advocacia é integrar as capacidades humanas aos avanços tecnológico e entregar assim resultados mais efetivos para toda a sociedade.
 
Bruno Lourenço é advogado, headhunter especializado no mercado jurídico e sócio da VITTORE Partners, consultoria de recrutamento especializada nos mercados Jurídico, Tributário, Compliance e Relações Governamentais.
 
 
 
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