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Por: Juliano Lima Pinheiro

A origem da bolsa é bas­tante remota. Alguns escrito­res, como Váz­quez de Prada, a buscaram no emporium dos gregos, outros no collegium mercatorum dos roma­nos ou nos fundacks (bazares) dos palestinos. Nessa época, os comer­ciantes reuniam-se no centro das ci­dades para negociar ao ar livre, como qualquer mercado. Não há uma defi­nição histórica clara sobre esse fato. Sabe-se que surgiram, em épocas distantes, com atribuições que não as vinculavam especificamente a va­lores mobiliários. E mais, o compor­tamento dos mercados sintetizava o comportamento comercial que daria vida às bolsas: a negociação a viva voz, superando barreiras geográfi­cas, linguísticas e ideológicas.

Durante toda a Idade Média e até o século XVII, as funções das bolsas se resumiam à compra e venda de moedas, letras de câmbio e metais preciosos. Os negócios, então, eram limitados pelas dificuldades de co­municação, escassez de capitais e ausência de crédito. A palavra bolsa, no sentido comercial e financeiro tem origem no fim do século 13 do nome da família de nobres belgas, os Van der Buerse, cujo brasão de armas era três bolsas de pele, simbolizando honradez e méritos por sua atuação na área mercantil.

Era em um edifício de propriedade fa­mília Van der Buerse, em Bruges, ci­dade lacustre da Bélgica, pertencen­te à liga Hanseática, que se reuniam periodicamente um conjunto de pes­soas influentes, como mercadores, armadores e agentes de câmbio, ob­jetivando a realização de operações financeiras entre si. A partir daí, o co­mércio de papéis deixou de ser reali­zado ao ar livre, nas ruas e calçadas, e passou a ter uma sede própria. Em 1309, tais encontros foram formaliza­dos e os encontros diários passaram a chamar-se de rodadas na “Bruges Burse“ (“bolsa” de Bruges).

Os administradores do edifício, cria­do por Robert Van der Buerse em 1285, ficaram famosos por oferecer aconselhamento financeiro a comer­ciantes e mercadores que frequenta­ram o local. Este serviço tornou-se conhecido como “Beurze Purse”, ou seja, um lugar organizado de troca.

Nos séculos XIII e XIV, Bruges, capital do Condado de Flandres Ocidental, na região de Flandres (cujo território abrangia uma parte da França, Bél­gica e Holanda atuais), foi um impor­tante centro comercial onde viviam cerca de 100.000 pessoas, uma população que superava as de Lon­dres e Paris, as capitais dos dois rei­nos mais importantes de seu tempo. Nessa época, em Bruges, as casas não tinham números, mas desenhos. Cada casa era conhecida pelo dese­nho que trazia. Por isso, a casa era conhecida como a casa das bolsas. Por extensão, em todas as regiões os locais onde se realizavam transa­ções comerciais começaram a ser chamados de Bolsa.

A primeira Bolsa oficial surgiu em 1531 em Antuérpia na Bélgica, de­signada por Nieuve Beurse. Nesta Bolsa, realizavam-se negócios es­peculativos influenciados por boatos que afetavam a evolução dos preços. A instabilidade trazida por Bolsas de caráter mais especulativo levou a In­glaterra a construir sua própria Bolsa para assegurar uma maior proteção da sua economia. Dessa forma nas­ceu, em 1571, a Bolsa de Londres (Royal Exchange), que atuou como pilar do império britânico, tendo ad­quirido grande relevância nos sécu­los XVIII e XIX com a Revolução In­dustrial.

No início do século XVII os merca­dos de valores evoluíram até chegar ao que poderíamos considerar as primeiras companhias formalmente constituídas por ações na Holanda. Em 1602, a Verenigde Oostindische Compagnie (Companhia das Índias Orientais), que na época monopoli­zava a colonização na Ásia, foi a pri­meira a emitir ações, dando origem a Bolsa de Valores de Amsterdã. Por ser a primeira bolsa de valores com negociação de ações, a Amsterdam Stock Exchange (Bolsa de Valores de Amsterdã), criada em 1602 através de recursos financeiros da associa­ção de capitais vindos da Companhia Holandesa das Índias Orientais, pas­sou a ser considerada a mais antiga bolsa de valores do mundo. Nesta época ocorriam negociações e após elas, eram entregues comprovantes em papel dos ativos negociados.

No século XVIII, essas instituições alcançaram grande desenvolvimen­to, em virtude das exigências de fé pública, que obrigavam os banquei­ros a fracionar os empréstimos em títulos de participação. Com a ex­pansão das sociedades por ações, a bolsa assumiu papel preponderante na oferta e demanda de capitais, ex­perimentando importante desenvol­vimento com a criação das grandes companhias mercantis ou Compa­nhias das Índias (Grã-Bretanha, em 1599; Países Baixos, em 1602; Fran­ça, em 1717; Espanha, 1755).

A New York Stock Exchange (NYSE), apesar de ser a mais importante bolsa do mundo, não foi o primeiro mercado de valores institucional dos EUA, já que 40 anos antes de sua fundação, em 1791, se havia criado a Bolsa de Filadélfia, fundada pelo prefeito James Hamilton.

Até os finais do século XVIII, as ne­gociações de títulos do governo e de toda a classe de mercadorias eram conduzidas por cinco corretoras. Dado que o volume do negócio foi prosperando, surgiram novos cor­retores que queriam aderir ao pro­cesso, o que provocou conflito entre eles, até que em 17 de março de 1792 chegou-se ao acordo de But­tonwood Tree (nome dado por causa de uma árvore nascida no final de Wall Street), assinado por 24 corretoras e comerciantes, no qual se fixavam as comissões a cobrar e a preferência no oferecimento de negócios. No ano seguinte da adoção do acordo, o mercado de valores mudou de sua antiga sede e estabeleceu-se o pri­meiro regulamento desta instituição, inspirado no da Bolsa de Filadélfia.

Em 1863, depois de passaram a operar em local fechado, a Bolsa de New York adotou o nome de New York Stock Exchange, já que até essa data seu nome era New York Stock and Exchange Board.

A partir do século XIX, as bolsas res­tringiram sua atuação aos mercados de capitais (títulos e valores mobi­liários) e, à medida que surgiam os mercados de títulos representativos de mercadorias (commodities), foram criados locais específicos para sua negociação (bolsas de mercadorias).

Segundo a Federação Mundial de Bolsas, durante as últimas déca­das as bolsas de valores mobiliários passaram a desempenhar um novo papel de grande importância no sis­tema financeiro internacional, qua­litativamente diferente de qualquer outro visto desde a Segunda Guerra Mundial. Em termos quantitativos, os mercados que operam por meio de bolsas regulamentadas cresceram em uma escala nunca antes imagi­nada, o que lhes atribuiu papel ativo e grande responsabilidade no centro da economia mundial.

Em várias partes do mundo, as mo­vimentações nos índices das bolsas passaram a integrar o ritmo do dia a dia, sendo apresentadas em real time em diversos canais de comunica­ção. A grande expansão da impren­sa especializada também pode ser atribuída aos mercados de capitais. Quando ocorrem movimentações para cima ou para baixo, o fato logo torna-se notícia de alcance nacional.

Movidas pela globalização, associa­da ao incessante avanço tecnológico – que rompeu barreiras geográficas-, as bolsas do mundo todo vivem um período de grandes transformações. Fusões, aquisições e parcerias estão ocorrendo, não só dentro do território de cada país, nem mesmo dentro de limites continentais, mas através de continentes, criando as bolsas inter­continentais.

O processo de fusões e integrações de algumas bolsas, além de tornar as empresas mais capitalizadas, traz importantes vantagens para a bolsa resultante. Ao oferecer melhor tecno­logia de corretagem no maior número de países e mercados, em uma única plataforma, fortalece a marca e reduz os custos da bolsa resultante.

Esse processo vem provocando im­portantes mudanças na configuração mundial do mercado bursátil. Tal fato caracteriza-se como uma tendên­cia generalizada para a ampliação do âmbito de atuação dos serviços oferecidos pelas bolsas que resultará em uma redução na quantidade de bolsas de valores, restringindo-as a cinco ou seis grandes bolsas globais e levando as bolsas menores à extin­ção, através de seu fechamento ou sua venda para bolsas maiores.

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