Fortuna dos mais ricos dobrou desde o início da pandemia, diz relatório da Oxfam
Fortuna dos mais ricos dobrou desde o início da pandemia, diz relatório da Oxfam
Fortuna dos mais ricos dobrou desde o início da pandemia, diz relatório da Oxfam

Renda de 99% das pessoas caiu, e 160 milhões foram empurradas para a pobreza; patrimônio de bilionários registrou ‘aumento sem precedentes’

A fortuna dos dez homens mais ricos do mundo dobrou desde o início da epidemia, segundo um relatório divulgado no dia 17/01 pela ONG Oxfam. O documento também revela que a renda de 99% das pessoas caiu e 160 milhões foram empurradas para a pobreza, o que evidencia “as desigualdades econômicas, de gênero e raciais, que destroem o mundo.”

De acordo com o relatório intitulado “As desigualdades matam”, a fortuna acumulada de todos os bilionários registrou “um aumento sem precedentes” de US$ 5 trilhões, chegando, no total, a US$ 13,8 trilhões. De acordo com a revista Forbes, as dez pessoas mais ricas do mundo são Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon), Bernard Arnaud (LVMH), Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Meta/Facebook), Waren Buffett (Berkshire Hathaway) e Larry Ellison (Oracle).

Segundo a ONG, é possível vencer a pobreza impondo taxas progressivas. A Oxfam também recomenda a quebra das patentes das vacinas. Em entrevista à RFI, Quentin Parinello, porta-voz da Oxfam na França, explicou que na África, sem apoio dos governos, a crise sanitária piorou ainda mais a situação das classes menos abastadas. “No continente africano, a precariedade aumentou ainda mais. Podemos observar que a retomada econômica é bem mais proeminente nos países desenvolvidos do que na África, e isso tem, naturalmente, uma relação com o acesso às vacinas”, declarou.

Os recursos públicos usados para apoiar setores atingidos pela crise sanitária acabaram beneficiando os mais ricos, ressalta o representante da Oxfam. “Se pegarmos o exemplo da França, a fortuna dos bilionários cresceu € 236 bilhões durante a crise e isso não está relacionado à atividade econômica das empresas, mas ao apoio do governo em resposta à crise, que injetou bilhões de euros no mercado financeiro”, salienta.

“Se observarmos a história, existem casos que mostram que, se adotarmos a boa política, financiando mais o setor público e a proteção social, podemos lutar contra as desigualdades. Elas não são uma fatalidade, são o resultado de escolhas políticas. É financiando modelos sociais mais protetores, e os financiando com impostos progressivos, que seremos capazes de lutar de maneira durável contra as desigualdades”. (Fonte: OperaMundi – 17.01.2022).

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