Imagine o Prof. Zagalo falando pro Edmundo
Imagine o Prof. Zagalo falando pro Edmundo
Imagine o Prof. Zagalo falando pro Edmundo

Imagine o Prof. Zagalo falando pro Edmundo:

 – Você tem que ser mais lesto nos ressaltos.” – (Dos autores de “É golo, pá!”)

Cesar Vanucci

Ao interromper o papo do comentário anterior comprometi-me a explicar, fazendo menção ao livro “É golo, pá!”, dos Irmãos Marcos, Luiz e Paulo Bogo, o que um cronista esportivo português quis dizer ao informar, com toda aquela vibração característica da categoria, que “o futebolista Fábio ficou nos balneários aquando do intervalo.” Seja esclarecido que o Fábio citado não é o ex-goleiro do Cruzeiro, ídolo da torcida.

Essa a reprodução por inteiro do trecho citado: “Fábio ajudou a tapar os caminhos da baliza, durante a primeira parte, mas nunca revelou força para servir de elo de ligação entre os médios e os avançados. Ficou nos balneários aquando do intervalo.” Brota agora a tradução para o idioma falado no Brasil: “Fábio ajudou a fechar a defesa, a fechar os caminhos do gol durante o primeiro tempo, mas não teve fôlego para fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque. “Ficou nos balneários aquando do intervalo” significa, simplesmente, que foi substituído no segundo tempo. Foi mandado pro chuveiro no intervalo.

O livro “É golo, pá!” todo é um baita achado. Vejam só mais essa preciosidade, extraída de outra coluna esportiva portuguesa, com certeza: “Bancada composta. Os dois recentes “desaires” da equipa não arrefeceram o entusiasmo dos adeptos. A massa associativa que se deslocará ao grande palco contar-se-á aos milhares. Factores como o nome do adversário, o bom tempo e a hora a que se realizará o embate fará com que se registe grande movimento nas bilheterias. Com as bancadas bem compostas, a massa adepta fará a festa quando a equipa subir ao relvado.”

Os Bogo traduzem assim o que está escrito “Arquibancada lotada. Os dois recentes fracassos do time não esfriaram a confiança da torcida. Os sócios deverão comparecer aos milhares. Fatores como a qualidade do adversário, a previsão de bom tempo e o horário da partida farão com que se registre grande movimento nas bilheterias. Com as arquibancadas cheias, a torcida fará a festa quando o time entrar em campo.”  Registre-se, por oportuno, que, em Portugal o verbo é registar. Sem o “r”.

Deixo, por último não sem antes recomendar, com entusiasmo a leitura de “É golo, pá!”, um teste para o leitor. Será que dá pra você aí interpretar direitinho o que abalizado cronista esportivo português andou querendo dizer em mais este tópico selecionado pelos Irmãos Bogo? (na página 38 do livro, vem a tradução).

“O Super deu um figo a um adversário tão tenrinho… Crise anímica e de confiança afecta os jogadores; depois de sofrer o primeiro golo, a equipa deitou a toalha ao chão muito antes de o combate terminar. (…) a falta de profundidade do futebol era confrangedora. A equipa enrola a manta até a exaustão e não há mudanças de velocidade no jogo. Lateralizar é a regra dos médios, que perdem invariavelmente o tempo de passe. (…) A descoordenacão entre o momento do passe e a desmarcação dos avançados é notória. Nos raros lances em que os médios conseguiram jogar de primeira e com um sentido rectilineo do passe, criaram embaraços (…) A equipa ficou sem flanqueadores e com o seu jogo cada vez mais afunilado.”

Tou meio desconfiado, cá pra nós, que essa descrição tipicamente lusitana, diz respeito à atuação do escrete brasileiro na partida da Copa Mundial no Brasil! Aquela do Mineirão com placar de dolorosa lembrança?

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