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A presidente Dilma Rousseff, já em seu nono mês de governo, ao agir com rigor na demissão de envolvidos nos escândalos de corrupção – diga-se de passagem, todos herdados do governo Lula – estabelece, deliberadamente ou não, um grande diferencial entre o seu estilo de governar e o do seu antecessor.
Enquanto Lula protegia os corruptos e, quando não tinha argumentos para defendê-los, dizia que não sabia de nada, a presidente, nos episódios dos ministérios do Turismo, da Agricultura, dos Transportes e das Cidades, vem agindo com presteza e deliberação, punindo com a demissão os responsáveis e mandando apurar responsabilidades.

Não há dúvidas de que as denúncias de corrupção começam a chamuscar a sua popularidade. Percebendo esta tendência da população de associar seu governo à corrupção herdada do governo anterior, certamente a presidenta não vai assumir a responsabilidade por atos que não são do seu governo, mesmo devendo lealdade e fidelidade ao seu padrinho político. Fidelidade e lealdade têm um limite. Assumir responsabilidades que não são dela, isto dificilmente admite-se que a presidenta poderá fazê-lo.

O que seria normal e até recomendável é que a presidenta determinasse à Controladoria Geral da União que vasculhe ministérios e estatais federais, à busca de irregularidades, e que a Polícia Federal, com autorização da Justiça, faça uma devassa geral na administração pública federal, a fim de detectar todo e qualquer foco de corrupção. Tal medida visaria resguardar o governo para o futuro e punir os responsáveis, fossem advindos ou não da administração Lula.

O que a presidenta não deveria e não pode fazer é ser pautada pela imprensa. A presidenta prestaria um grande serviço à nação, se se antecipasse a denúncias, rompendo a desagradável, inadmissível, mas habitual rotina: os escândalos na administração pública só existem e são punidos e apurados quando denunciados pela imprensa. Se a imprensa não desvenda nem noticia os fatos delituosos, os seus autores continuam impunes, agindo livremente e se locupletando do dinheiro público. Se a Veja não publica as maracutaias atribuídas ao ex-ministro da Agricultura, ele continuaria desviando o dinheiro público.

O que seria natural em seu governo seria ela antecipar-se a qualquer denúncia e fazer uma devassa geral na administração federal, para se resguardar no futuro. Alguém ainda se lembra dos escândalos da Petrobras, que levaram o presidente Lula a mobilizar toda a sua chamada base aliada a sepultar uma CPI de qualquer maneira e, desta forma, manter encobertos os desvios de recursos naquela gigantesca estatal?

O governo Lula sempre barganhou com os deputados e senadores chamados aliados, barganhas restritas a quatro paredes para evitar CPI s da corrupção em várias áreas do governo. Por isso é que os escândalos em seu governo se multiplicaram de tal forma que o tornaram o governo acusado de ser o mais corrupto da história do nosso país.
Ao que tudo indica, o governo Dilma sinaliza de forma diferente, não dando, por enquanto, mostras de que vá encobrir a corrupção herdada do governo Lula. O respeito à ética e a moral públicas, a lisura no trato da coisa pública não podem e não devem ser motivo de transigência da presidência. Pelo visto, ela tem demonstrado que vai mesmo cumprir a sua decisão de não permitir, nem compactuar com a corrupção em seu governo.

O governo Dilma tem imensas responsabilidades e inúmeros desafios pela frente e não pode ficar apagando incêndios provocados pela devastadora corrupção que grassa em toda a administração federal. Não tenho dúvidas de que novas denúncias de corrupção, de desvios de dinheiro público vão eclodir em diversas áreas da administração federal. A corrupção é um mal que não se apaga de jeito nenhum, fruto da impunidade que é regra em nosso país.

Houvesse punição rigorosa aos culpados, houvesse apuração de responsabilidades, certamente a corrupção poderia ser pelo menos minimizada. A presidenta, por isso mesmo, não pode nem tergiversar, nem compactuar com desmandos. Ou age com rigor ou em pouco tempo sua popularidade vai despencar. E, se entrar ladeira abaixo, dificilmente poderá recuperar. E, aí, então, estará abrindo caminho para a volta do Lula, a alegria de todos os corruptos deste país e para a mobilização das oposições.

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