Economia brasileira já completou doze anos seguidos apresentando desempenho inferior à média mundial
Economia brasileira já completou doze anos seguidos apresentando desempenho inferior à média mundial
Economia brasileira já completou doze anos seguidos apresentando desempenho inferior à média mundial

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*

Desde 1980 e durante os seus respectivos governos, apenas José Sarney e Itamar Franco conseguiram conquistar resultados positivos na economia brasileira superiores à média verificada pela economia mundial quando medidos através do PIB – Produto Interno Bruto.

Itamar Franco lidera o ranking e foi, em seu governo, que a economia brasileira obteve o melhor resultado em termos reais registrando o PIB-Produto Interno Bruto, em seus dois anos de governo, um crescimento médio anual de 2,18% superior à média mundial.  O pior desempenho fica por conta de Fernando Collor, em cujo mandato apurou-se uma queda real média anual de 4,02% da economia nacional durante os seus três anos. Já durante o governo Jair Bolsonaro, o PIB brasileiro contabilizou uma retração média anual real de 0,81% – ou seja, também ficou em níveis inferiores ao padrão médio global da época.

Economia brasileira ja? completou doze anos seguidos apresentando desempenho inferior a? me?dia mundial a

BRASIL – VARIAÇÃO MÉDIA ANUAL REAL DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO POR GOVERNO – 1980 a 2022

Governo/Média Anual % Brasil Mundo Diferença %

João Batista Figueiredo   1,46 2,34 -0,88

José Sarney   4,50 3,92 +0,58

Fernando Collor -1,20 2,82 -4,02

Itamar Franco   5,00 2,66 +2,18

Fernando Henrique Cardoso   2,46 3,45 -0,99

Luiz Inácio Lula da Silva   4,08 4,24 -0,16

Dilma Rousseff   0,43 3,58 -3,15

Michel Temer   1,55 3,66 -2,11

Jair Bolsonaro   1,46 2,27 -0,81

*Projeções

Observação: Considera os 5 últimos anos do Governo J.B. Figueiredo

Fonte: FMI-Word Economic Outlook – Oct/2022 – Elaboração MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – RANKING DA VARIAÇÃO MÉDIA ANUAL REAL DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO POR GOVERNO – 1980 a 2022

Classi- Governo Variação Média Anual

Ficação   %

Itamar Franco +2,18

José Sarney +0,58

Luiz Inácio Lula da Silva -0,16

Jair Bolsonaro -0,81

João Batista Figueiredo -0,88

Fernando Henrique Cardoso -0,99

Michel Temer -2,11

Dilma Rousseff -3,15

Fernando Collor -4,02

*Projeções

Observação: Considera os 5 últimos anos do Governo J.B. Figueiredo

Fonte: FMI-Word Economic Outlook – Oct/2022 – Elaboração MinasPart Desenvolvimento

 

Utilizando-se da mesma metodologia de comparação, o último crescimento real do PIB-Produto Interno Bruto brasileiro ocorreu durante o final do 2º governo Lula, em 2010, quando o país registrou expansão de 7,53% – superior aos 5,44% registrados pela economia global, de acordo com dados do FMI – Fundo Monetário Internacional.  Em síntese, isso significa que o desempenho da economia brasileira tem sido considerado medíocre comparado à média mundial – principalmente se levadas em consideração as suas enormes potencialidades e a dimensão de seu mercado interno.

Assim, desde o ano de 2011, as taxas anuais de variação anual do PIB do país ficaram sempre inferiores à média alcançada pela economia global. Houve fortes retrações, a exemplo do ocorrido durante os anos de. 2015 (-4,34%), 2016 (-4,04%) e 2020 (-3,92%). Ademais, quando comparadas às economias emergentes e em desenvolvimento – ou às do BRICs, categoria da qual o país também faz parte, a distância que o separa deles tem sido bastante significativa. O pior é que a situação já persiste por mais de três décadas contínuas e praticamente muito pouco tem sido feito para reverter esta verdadeira tragédia nacional, cabendo lembrar que, como já afirmava JK, “economia que não cresce é condenada ao subdesenvolvimento, à fome e à miséria – considerados os maiores inimigos da democracia”.  

Na verdade, a economia brasileira está prisioneira de uma armadilha que intitulo de “Síndrome do Raquitismo Econômico”, pois o país desaprendeu o que é crescimento econômico vigoroso, consistente e contínuo.  Tudo isso decorrente, principalmente, por políticas econômicas adotadas equivocadas na maioria das vezes e centradas quase que exclusivamente voltadas à manutenção da estabilidade monetária e que ficaram conhecidas como “ancoragens” (fiscal, monetária e cambial), desprezando-se a imperiosa necessidade de se buscar permanentemente o desenvolvimento.  As taxas de juros estratosféricas e líderes globalmente, sem similar no mundo inteiro e por tanto tempo praticadas domesticamente tem sido um dos principais fatores e causa dessa deplorável situação.

Governo Bolsonaro só não perde para Dilma como pior desempenho do PIB

O crescimento médio do Brasil nos quatro anos do governo Jair Bolsonaro, de 2019 a 2022, foi um dos piores das últimas administrações. A média foi impactada pela pandemia de covid-19, que teve seu auge em 2020 e 2021.

O crescimento médio anual do Brasil durante o governo Bolsonaro foi de 1,5%. O resultado do governo Bolsonaro ficou atrás dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, dos dois de Luiz Inácio Lula da Silva, e da gestão Michel Temer. Ganhou apenas do segundo mandato de Dilma Rousseff (-3,4%). Essa metodologia não leva em consideração o desempenho médio da economia global e, portanto, não pode ser considerada como a mais apropriada.

Foi o seguinte o crescimento médio por governo: 

FHC 1: 2,5% 

FHC 2: 2,3% 

Lula 1: 3,5% 

Lula 2: 4,6% 

Dilma 1: 2,4% 

Dilma 2: -3,4% 

Temer: 1,6% 

Bolsonaro: 1,5%.

Fonte: IBGE

O cálculo no período Bolsonaro considerou os seguintes dados do PIB: 1,2% em 2019, queda de 3,3% em 2020, recuperação de 5% em 2021 e avanço de 2,9% em 2022

Variação Média Anual do PIB – Produto Interno Bruto
Mundo x Brasil x Países Emergentes – Período de 1980 a 2022
Período Mundo  Brasil Países Emergentes
1981/1990 3,30% 1,64% 3,30%
1991/2000 3,25% 2,58% 3,82%
2001/2010 3,93% 3,71% 6,22%
2011/2020 2,87% 0,36% 4,14%
2021/2022 4,61% 3,95% 5,18%
Fonte: FMI – World Economic Outlook Oct/2022
Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

 

Variação Média Anual do PIB – Produto Interno Bruto
Mundo x Brasil x Países Emergentes – Período de 1980 a 2022

 

Economia brasileira ja? completou doze anos seguidos apresentando desempenho inferior a? me?dia mundial b

Fonte: FMI – World Economic Outlook Oct 2022
Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

 

BRASIL – SÍNDROME DO RAQUITISMO ECONÔMICO

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO
BRASIL – SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO

VARIAÇÃO ANUAL DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO 

BRASILEIRO x MÉDIA MUNDIAL – 1994 a 2022 – Em %

Ano MUNDO BRASIL DIFERENÇA em p.p.

(Brasil – Mundo)

1994 3,24 5,85 +2,61

1995 3,36 4,22 +0,86

1996 3,92 2,21 -1,71

1997 4,01 3,39 -0,62

1998 2,58 0,34 -2,24

1999 3,55 0,47 -3,08

2000 4,80 4,39 -0,41

2001 2,46 1,39 -1,08

2002 2,90 3,05 +0,15

2003 4,26 1,14 -3,12

2004 5,42 5,76 +0,34

2005 4,85 3,20 -1,65

2006 5,42 3,96 -1,46

2007 5,56 6,07 +0,53

2008 3,01 5,09 +2,08

2009    -0,08 -0,13 -0,05

2010 5,44 7,53 +2,09

2011 4,28 3,97 -0,31

2012 3,54 1,92 -1,62

2013 3,43 3,00 -0,43

2014 3,54 0,50 -3,04

2015 3,44 -3,55 -6,99

2016 3,27 -3,28 -6,55

2017 3,77 1,32 -2,45

2018 3,61 1,78 -1,83

2019 2,81 1,22 -1,59

2020    -2,95 -3,28                 0,33

2021     6,02                      4,99                    -1,03

2022 3,19 2,90 -0,29

Em vermelho significa variação inferior à média mundial

Fonte: Mundo/FMI – Brasil IBGE – Elaboração MinasPart Desenvolvimento

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO a

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO b

ECONOMIA MUNDIAL – VARIAÇÃO ANUAL DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2019 a 2022*

Preços Constantes – Em %

2019 2020 2021 2022* Média       Acumulado Período

Mundo 2,81 -2,95 6,02 3,19 2,27 9,16

Países Desenvolvidos 1,74 -4,40 5,20 2,43 1,24 4,80

Zona do Euro 1,59 -6,09 5,24 3,06 0,79 3,48

Estados Unidos 2,29 -3,41 5,67 1,64 1,55 6,12

Países Emergentes 3,61 -1,89 6,62 3,74 3,02                12,42

Brasil 1,22 -3,28 4,99 2,90 1,46 5,77

Rússia 1,20 -2,66 4,75     -3,41 0,22 0,65

Índia 3,74 -6,60 8,68 6,84 3,17                   12,51

China 5,95 2,24 8,08 3,21 4,87                   20,83

África do Sul 0,30 -6,34 4,91 2,10 0,24               0,63

América Latina 0,17 -6,99 6,90 3,47 0,89               3,06

Argentina             -2,00 -9,94   10,40 4,04 0,62               1,69

*Fonte: FMI – Fonte: World Economic Outlook/FMI – Oct 2022 e IBGE

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO c

TAXA DE VARIAÇÃO ANUAL DO PIB – 

PRODUTO INTERNO BRUTO – 

MUNDO X BRASIL – 2011/2022 – Em %

Ano Mundo Brasil             Emergentes

2011 4,28 3,97 6,36

2012 3,54 1,92 5,39

2013 3,43 3,01 5,02

2014 3,54 0,50 4,73

2015 3,44                      -3,55 4,34

2016 3,27                      -3,28 4,43

2017 3,77 1,32 4,78

2018 3,61 1,78 4,62

2019 2,81 1,22 3,61

2020             -2,95                   -3,28             -1,89

Média 2,87 0,36 4,14

Acumulada      32,48 3,33             49,67

2021 6,02 4,99 6,62

2022* 3,19 2,90 3,74

Média 4,61 3,95 5,18

Acumulada 9,60 8,03             10,60

2011/2022

-Média anual 3,16 0,96 4,31

-Tx. Acumul.    45,20             11,63                  65,55

*Projeções

Fonte: World Economic Outlook/FMI – Oct 2022 – IBGE

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

O Produto Interno Bruto é a soma de tudo o que o país produziu em determinado período. É um dos indicadores mais importantes do desempenho de uma economia. O resultado oficial é calculado de duas formas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): pela ótica da oferta, que considera tudo o que foi produzido no país, e pela ótica da demanda, que considera tudo o que foi consumido.

A economia brasileira cresceu, pelo 12º ano consecutivo, menos que a média mundial em 2022.  O PIB (Produto Interno Bruto) global subiu 3,2% no ano passado. O Brasil avançou 2,9% no período. No ranking com 47 nações, o percentual de crescimento do país ficou na 28ª posição, pouco atrás da China, que teve um dos piores desempenhos anuais em 46 anos. O país asiático cresceu 3% em 2022.

A Arábia Saudita e a Colômbia foram as nações que mais expandiram no ano passado, ambos com alta de 7,6% no total produzido. A Índia completa o pódio (+6,8%). O PIB do Brasil em 2022 ficou na frente de países como o Peru (+2,7%), a Coreia do Sul (+2,6%), o México (+2,1%), os Estados Unidos (+1,6%) e a Alemanha (-0,9%).

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO d

12ª ECONOMIA – O Brasil terminou 2022 como a 12ª maior economia do mundo. Subiu uma posição em comparação ao ranking de 2021, realizado, de acordo com os dados do FMI. O PIB nominal somou US$ 1,92 trilhões, ou R$ 9,9 trilhões. Para chegar novamente ao top 10, precisa superar a Itália (US$ 2 trilhões) e o Irã (US$ 1,97 trilhão).

Os Estados Unidos, a China e o Japão continuam no top 3. A Índia ultrapassou o Reino Unido e avançou uma posição. Já o Canadá e a Rússia passaram a Itália.

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO e

AS MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO EM 2022 – 

PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO

Ordem País US$ bilhões % do total mundial

01 Estados Unidos 25.035,16 24,65

02 China 18.321,20 18,04

03 Japão   4.300,62   4,24

04 Alemanha   4.031,15   3,97

05 Índia   3.468,57   3,42

06 Reino Unido   3.198,47   3,15

07 França   2.778,09   2,74

08 Canadá   2.200,35   2,17

09 Rússia   2.133,09   2,10

10 Itália   1.996,93   1,97

11 Iran   1.973,74   1,94

12 Brasil   1.918,66   1,89

13 Coreia do Sul   1.734,21   1,71

14 Austrália   1.724,79   1,70

15 México   1.424,53   1,40

16 Espanha   1.389,93   1,37

17 Indonésia   1.289,43   1,27

18 Arábia Saudita   1.010,59   1,00

19 Holanda     990,58   0,98

20 Turquia     853,49   0,84

Total Mundial             101.560,90        100,00

Fonte: World Economic Outlook/FMI – Oct 2022 – IBGE

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

BRASIL - SI?NDROME DO RAQUITISMO ECONO?MICO f

 

De 2011 a 2022 a economia brasileira já registra o mais longo período de retração contínua e o país ficou muito mais pobre. As previsões para 2023 são ainda piores

Os países desenvolvidos que, em 2000, respondiam por 79,0% da produção mundial – terão as suas participações reduzidas para 56,45% em 2022. Já os emergentes ou em desenvolvidos, categoria do o Brasil se inclui, saltarão de uma participação de 21,0% em 2000 para 43,55% do total mundial neste ano. A tendência é de se continuar esta ampliação com a possibilidade de, mais alguns anos à frente, também assumirem a liderança na produção econômica mundial. 

De acordo com dados do FMI e do Banco Mundial o Brasil, em 2022, detinha a 6ª maior população, a 5ª maior superfície terrestre e a 12ª maior economia mundial.

Em 2022 a economia global superou, pela primeira vez, a marca dos 100 trilhões de dólares norte-americanos e o Brasil encerra o ano de 2022 ocupando o 12º lugar no ranking das maiores economias, com um PIB totalizando o valor de R$ 9.819,12 bilhões – equivalente a US$ 1.918,66 bilhões e a uma participação relativa de 1,89% na economia global. Cabe salientar que, atualmente, essa participação significa, apenas, quase a metade do que representava no ano de 2011, quando alcançou 3,54% do total mundial. Vale ademais acrescentar que, no período de 2011 a 2022, enquanto o PIB-Produto Interno Bruto global – medido em dólares norte-americanos, registrou uma expansão de 37,67% – o brasileiro contabilizou uma retração de 26,60%.

A Renda Per Capita dos brasileiros de 2022 foi de US$ 8.939,82 – praticamente o mesmo valor verificado no ano de 2008, o que reforça de forma dramática o declínio significativo do ritmo da atividade econômica do país no período em referência. Já em valores constantes de 2014, a Renda Per Capita brasileira atingiu R$ 27.385,70 – ficando praticamente no mesmo nível do ano de 2011. 

Relatório Focus do Banco Central – 27.03.2023

O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central do Brasil em 27 de março último apresentou apenas pequenos reajustes nas medianas das projeções de mercado. No que tange ao IPCA, as expectativas para 2023 passaram para 5,93% ante 5,95% da semana passada (2ª semana de queda). Há quatro semanas, a mediana era de 5,90%, o que mostra a estabilização das projeções neste patamar. Para 2024, as projeções também pouco se alteraram, ao passarem de 4,11% para 4,13%. 

Da mesma forma, as expectativas de crescimento do PIB para este ano também sofreram reajuste moderado nesta leitura. Neste caso, a mediana das projeções cresceu para 0,90% ante 0,88% da semana passada. Já a mediana para o ano que vem apresentou maior variação, ao cair de 1,47% para 1,40%. 

Por fim, as projeções de taxa Selic (ao ano) e taxa de câmbio (reais em dólar), ambos em fim de período, permanecem inalteradas. Para o primeiro indicador, as medianas para 2023 e 2024 continuam em 12,75% e 10,00% (ambas pela 6ª semana seguida), respectivamente, enquanto para o segundo continuam em 5,25 (8ª semana) e 5,30 (4ª semana).

De acordo com o IBGE, o PIB per capita foi de R$ 46.154,6 em 2022, um avanço real de 2,2% ante o ano anterior. Apesar disso, o valor ficou 4,3% abaixo do maior nível da série histórica (2013). 

O maior PIB do mundo em 2022 pertence, mais uma vez, aos Estados Unidos, com US$ 25,04 trilhões – representando 24,65% do total mundial. A China possui a segunda maior economia, com US$ 18,32 trilhões – representando 18,04% do total mundial, seguida pelo Japão, com US$ 4,3 trilhões – e 4,24% do total mundial

Comparativamente ao ano de 2011, quando o PIB brasileiro somou US$ 2,614 trilhões e representava 3,54% do total mundial, a economia brasileira atingiu, em 2022, US$ 1,929 trilhão (1,89% do total mundial) e produziu menos US$ 685 bilhões quando comparado àquele período.

Fonte: IBRE/FGV – Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

PARTICIPAÇÃO % DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS X 

EMERGENTES NO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO 

MUNDIAL -2000/2022

Ano Desenvolvidos Emergentes

2000 78,99 21,01

2005 76,05 23,95

2010 65,37 34,63

2015 60,60 39,40

2020 59,44 40,56

2021 57,84 42,16

2022 56,45 43,55

Fonte: World Economic Outlook/FMI – Oct 2022

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

MUNDO X BRASIL – EVOLUÇÃO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 

2011/2022* – (Em US$ bilhões correntes)

Ano Mundo Brasil Participação %

Brasil/Mundo

2011 73.773,48 2.614,03 3,54

2012 75.196,67 2.464,05 3,10

2013 77.365,52 2.471,72 3,20

2014 79.429,15 2.456,05 3,09

2015 74.944,46 1.800,05 2,40

2016 76.211,25 1.796,62 2,36

2017 81.036,15 2.063,52 2,55

2018 86.209,63 1.916,93 2,22

2019 87.654,34 1.873,29 2,14

2020 85.440,67 1.448,55 1,70

2021 97.076,28 1.649,98 1,70

2022             101.560,90 1.918,66 1,89

*Projeções

Fonte: World Economic Outlook/FMI – Oct 2022 e IBGE (2022 Brasil)

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

 

De acordo com o IBGE, em 2022, o PIB – Produto Interno Bruto cresceu 2,9% frente a 2021. Houve crescimentos em Serviços (4,2%) e na Indústria (1,6%) e queda na Agropecuária (-1,7%)

De acordo com dados divulgados em 2 de março último pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o PIB brasileiro totalizou R$ 9,9 trilhões em 2022. O PIB per capita alcançou R$ 46.154,6 – significando um avanço real de 2,2% ante o ano anterior.

A taxa de investimento em 2022 foi de 18,8% do PIB, enquanto o registrado em 2021 foi de 18,9%. Já a taxa de poupança foi de 15,9% (ante 17,4% em 2021).

Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB variou -0,2%. A Agropecuária e os Serviços também apresentaram variações de 0,3% e 0,2%, respectivamente, enquanto a Indústria variou -0,3%.

Em relação ao 4º trimestre de 2021, o PIB avançou 1,9% no último trimestre de 2022, oitavo resultado positivo consecutivo nesta base de comparação. Foram registradas altas nos Serviços (3,3%) e Indústria (2,6%), enquanto a Agropecuária caiu 2,9%.

PIB cresceu 2,9% em 2022

O PIB em 2022 cresceu 2,9% ante o ano anterior. Houve aumento de 3,0% no Valor Adicionado a preços básicos e de 2,1% no volume dos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

O resultado do Valor Adicionado nesta comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (-1,7%), Indústria (1,6%) e Serviços (4,2%).

Consequentemente, o PIB per capita avançou (em termos reais) 2,2% em relação a 2021, alcançando R$ 46.154,6 (em valores correntes) em 2022.

 

A queda do Valor Adicionado da Agropecuária no ano de 2022 (-1,7%) decorreu do decréscimo de produção e perda de produtividade da atividade Agricultura, que suplantou as contribuições positivas das atividades de Pecuária e Pesca.

 

Na Indústria, o destaque positivo foi o desempenho da Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%), que teve bandeiras tarifárias mais favoráveis ao longo de 2022. A Construção (6,9%) também registrou crescimento.

 

As Indústrias de Transformação (-0,3%) tiveram desempenho negativo, causado principalmente pela queda da metalurgia de metais ferrosos; produtos de metal; produtos químicos; produtos de madeira e de borracha e plástico. As Indústrias Extrativas caíram 1,7% devido à queda na extração de minério de ferro.

 

Todas as atividades dos Serviços tiveram crescimento: Outras atividades de serviços (11,1%), Transporte, armazenagem e correio (8,4%), Informação e comunicação (5,4%), Atividades imobiliárias (2,5%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%), Comércio (0,8%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%).

 

Na análise da despesa, houve alta de 0,9% da Formação Bruta de Capital Fixo, segundo ano consecutivo de crescimento. A Despesa de Consumo das Famílias avançou 4,3% em relação ao ano anterior. A Despesa do Consumo do Governo, por sua vez, cresceu 1,5%.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços subiram 0,8%.

PIB atingiu R$ 9,9 trilhões em 2022

No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 9,9 trilhões, sendo R$ 8,6 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 1,3 trilhão aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

A taxa de investimento no ano de 2022 foi de 18,8% do PIB, enquanto o observado no ano anterior foi de 18,9%. A taxa de poupança foi de 15,9% em 2022 (ante 17,4% em 2021).

PIB variou -0,2% em relação ao 3º tri de 2022

O PIB variou -0,2% no 4º trimestre de 2022 na comparação com o trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal). A Indústria retraiu 0,3%, enquanto a Agropecuária e os Serviços apresentaram variação positiva de 0,3% e 0,2%, respectivamente.

Dentre as atividades industriais, houve queda nas Indústrias de Transformação (-1,4%), na Construção (-0,7%) e na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,4%). O único resultado positivo foi nas Indústrias Extrativas (2,5%).

Nos Serviços, as atividades de Informação e comunicação (1,8%), Outras atividades de serviços (0,9%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,9%), Atividades imobiliárias (0,7%) e Transporte, armazenagem e correio (0,2%) tiveram desempenho positivo. Em contrapartida, houve queda no Comércio (-0,9%) e em Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,5%).

Pela ótica da despesa, houve variação positiva da Despesa de Consumo das Famílias (0,3%) e da Despesa de Consumo do Governo (0,3%), ao passo que houve queda da Formação Bruta de Capital Fixo (-1,1%).

As Exportações de Bens e Serviços cresceram 3,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 1,9% em relação ao terceiro trimestre de 2022.

Em relação ao 4º tri de 2021, PIB cresceu 1,9%

Frente ao 4º trimestre de 2021, o PIB avançou 1,9%, o oitavo resultado positivo consecutivo nesta base de comparação. O Valor Adicionado a preços básicos e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios cresceram 1,8% e 2,4%, respectivamente.

A Agropecuária recuou 2,9% ante igual período de 2021, com destaque para produtos como mandioca (-1,6%), fumo (-7,1%) e batata inglesa (-2,4%), cujas safras são significativas no 4° trimestre e que apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade. Por outro lado, as culturas de cana de açúcar, laranja e trigo apresentaram crescimento na produção anual, estimadas em 2,7%, 4,4% e 28,5%, respectivamente.

A Indústria avançou 2,6% no trimestre com alta em todas as suas atividades. O principal destaque foi o crescimento em volume da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,8%). Tal resultado explica-se pelas bandeiras tarifárias mais favoráveis neste trimestre, contrastando com a escassez hídrica no mesmo período de 2021.

A Construção cresceu 3,2% no trimestre. Indústrias Extrativas cresceram 1,4%, puxadas pela alta na extração de petróleo e gás, compensando a queda ocorrida no minério de ferro. Da mesma forma, as Indústrias de Transformação também tiveram resultado positivo (1,0%) pela influência do aumento da fabricação de produtos alimentícios, veículos automotores, outros equipamentos de transporte, produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

Os Serviços cresceram 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior. O avanço foi impulsionado pelos resultados positivos de Outras atividades de serviços (8,3%), Transporte, armazenagem e correio (5,3%), Informação e comunicação (4,9%), Atividades Imobiliárias (3,2%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,4%) e Comércio (2,1%). Já a atividade Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,3%) apresentou variação negativa.

Entre os componentes da demanda interna, a Despesa de Consumo das Famílias (4,3%), a Despesa de Consumo do Governo (0,5%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (3,5%) tiveram alta em relação a igual período do ano anterior.

 

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 11,7% assim como as Importações de Bens e Serviços avançaram 4,6% no quarto trimestre de 2022.

PIB varia -0,2% no quarto trimestre e fecha 2022 em 2,9%

Perspetivas do PIB brasileiro para 2023

Para o PIB brasileiro de 2023, a LCA Consultores Econômicos projeta crescimento de 1,3%, com grande contribuição de setores mais determinados por questões de oferta, como Agropecuária e Extrativa.

Em particular, o primeiro deverá passar de uma variação de -1,7% em 2022 para cerca de +10% em 2023. 

Para os segmentos mais relacionados ao ciclo econômico e às condições financeiras internacionais e domésticas há perspectivas bem menos auspiciosas, levando em conta: i) a perspectiva de que o PIB mundial cresça cerca de 1 p.p. a menos neste ano ante 2022; ii) uma postura da política monetária doméstica bastante contracionista (a qual pode estar sendo amplificada pelos eventos envolvendo a onda de recuperação judicial de grandes empresas e pelos ruídos domésticos envolvendo Executivo e Banco Central); iii) uma perda de fôlego dos serviços na recuperação pós-pandemia; iv) uma diluição de parte dos efeitos expansionistas das bondades pré-eleitorais do ano passado (com uma possível contração dos investimentos dos governos regionais, após alta expressiva em 2022); e v) um “efeito-ressaca” associado à antecipação de produção e vendas de caminhões   e ônibus a diesel, em função da entrada do protocolo Proconve P8 a partir de janeiro de 2023 (o qual gerou forte encarecimento relativo desses veículos). Além disso, há grande incerteza sobre o desenho e a parametrização numérica do novo arcabouço fiscal a ser adotado pelo novo governo, algo que vem, ao menos até o momento, nublando ainda mais o horizonte, gerando impactos negativos sobre decisões de investimento, contratações e consumo de bens de maior valor.! 

A LCA acrescenta que “vale notar, ainda, que nossas estimativas apontam que, depois de operar com relevante excesso de ociosidade dos fatores de produção entre meados de 2015 e meados de 2022, a economia brasileira se aproximou da situação de pleno-emprego no final do ano passado. Isso significa dizer que o crescimento do PIB efetivo daqui em diante tende a ser cada vez mais limitado pelo potencial de crescimento, que é relativamente baixo – já que o estoque de capital fixo brasileiro encolheu entre 2015 e 2020, crescendo modestamente em 2021 e 2022 e que a Produtividade Total dos Fatores em 2022 estava em nível inferior àquele observado em 2019.”

Para 2023, FMI projeta crescimento de 1,2% do PIB brasileiro e 2,9% do mundial

O FMI – Fundo Monetário Internacional divulgou, no dia 30 de janeiro, as suas novas projeções para o desempenho da economia global.  De acordo com a instituição, a economia mundial sofrerá uma desaceleração em relação a 2022, quando cresceu 3,4%, segundo as suas estimativas e expandirá 2,9% neste ano.

O Brasil deverá registrar um crescimento pífio de apenas 1,2% em 2023 – inferior aos 3,1% estimados para o ano passado e bem abaixo da média de 4% de expansão dos países considerados emergentes ou em desenvolvimento – categoria da qual faz parte.

O bom desempenho ficará por conta da economia da Índia que, no período de 2022 a 2024, deverá contabilizar um aumento do PIB acima de 6% ao ano. Já a China, após registrar um dos piores resultados econômicos dos últimos 40 anos – quando cresceu apenas 3,0% em 2022 em decorrência da Covid 19 – voltará a registrar expansão e deverá expandir a sua economia em 5,2% neste ano e 4,5% em 2024.  De acordo com o FMI, haverá declínio na economia norte-americana que, de um crescimento de 2,1% em 2022, passará para 1,4% em 2023 e 1,0% em 2024 em função, principalmente, da política monetária de juros elevados praticados pelo Federal Reserve Bank.

*Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é administrador, economista e bacharel em Ciências Contábeis, com vários cursos de pós graduação no Brasil e exterior. Ex-Executive Vice-Presidente e CEO do Safra National Bank of New York, em Nova Iorque, Estados Unidos. Ex-Presidente do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais; Foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Governo de Minas Gerais e Diretor-Geral (Reitor) da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais.  Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente/Editor Geral de MercadoComum. Autor de vários livros, como a coletânea intitulada Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento.

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