Marta Santos, EY Senior Manager, fala sobre o bem-estar que é, cada vez mais, uma exigência dos colaboradores e uma preocupação das empresas.

A verdade é que não queremos trabalhar para sempre! Mas queremos, e podemos, trabalhar mais felizes.Promover o bem-estar é, cada vez mais, uma exigência dos colaboradores e uma preocupação das empresas.

Conseguir atrair e reter talento é um desafio cada vez maior e que implica olhar para os colaboradores, para as suas necessidades e para as suas expectativas, de uma forma holística.

A evolução a que assistimos é a passagem de uma preocupação maioritariamente financeira para uma visão muito mais alargada do que devem ser os benefícios proporcionados aos colaboradores. Não quer isto dizer que a parte financeira não tenha peso – tem! – principalmente nos contextos em que os salários são mais baixos. É uma componente importante e que vai além do que é o pacote remuneratório de cada um. A possibilidade de apoio na gestão financeira dos colaboradores é um benefício que várias empresas têm vindo a desenvolver, de forma a diminuir o risco e a incerteza a este nível. No entanto, sendo a componente financeira essencial, não a única.

O bem-estar dos colaboradores abrange questões tão diversas como a saúde física e mental, a vertente emocional, a vida familiar e social. Será, de uma maneira resumida, a forma como a pessoa se sente relativamente a si própria e à sua vida. Esta forma está fortemente ligada à felicidade.

Os benefícios associados à saúde, são provavelmente os mais comuns: com os seguros de saúde em primeiro lugar; acordos com ginásios para promoção da prática de desporto são também bastante usuais; há cada vez mais empresas com programas de promoção estilos de vida mais saudáveis que vão desde a gestão do stress à promoção do sono ou a hábitos de alimentação saudável; encontramos ainda exemplos de incentivos da prática de mindfullness ou treino de inteligência emocional.

A saúde dos colaboradores é efetivamente um dado fundamental para as empresas. Os custos diretos e indiretos associados a estados de doença dos trabalhadores são muito significativos, pelo que o business case para implementação destas práticas é mais evidente.

Relativamente à vida familiar e social, as empresas têm também um papel fundamental na vida e no bem-estar dos seus trabalhadores. Cada vez mais se fala na importância da flexibilidade de horários de trabalho, da possibilidade de trabalhar remotamente, da questão do equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar.

Associado a esta questão temos também o fator comunitário – as pessoas querem poder ter um impacto positivo na comunidade – seja por participação em programas de responsabilidade social, seja pelo apelo à diminuição da pegada ambiental das empresas, seja pelo propósito da empresa. As pessoas precisam de se sentir inspiradas. Querem fazer a diferença.

As empresas devem olhar para todas estas vertentes dos seus trabalhadores. Mas devem olhar também para o próprio contexto – atendendo às diferentes necessidades e expectativas de cada grupo num ambiente de trabalho cada vez mais diverso.

Quais os níveis de satisfação das nossas pessoas? Com as suas funções e responsabilidades, com o nível de autonomia, nas relações com os pares, as equipas e as chefias, com os espaços e as ferramentas de trabalho…. É fundamental sabermos a resposta a estas questões, para potenciarmos o bem-estar dos colaboradores. Porque passamos no trabalho uma parte muito significativa da nossa vida

A felicidade dos nossos colabores influencia, de forma muito clara e positiva, a motivação, a produtividade, a colaboração e os resultados do negócio. Este é o business case para o investimento no bem-estar dos trabalhadores. Porque estar bem é um passo importante para ser feliz.

Acesso feito em 10 de julho de 2019 pelo link: https://eco.sapo.pt/2019/06/10/e-trabalharam-felizes-mas-nao-para-sempre/

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