Dólar mais baixo: cenário é visto como incerto por especialistas
Dólar mais baixo: cenário é visto como incerto por especialistas
Dólar mais baixo: cenário é visto como incerto por especialistas

Especialistas do mercado financeiro analisam o atual cenário do dólar e comentam se é possível que a moeda caia ainda mais

Segundo o último boletim Focus divulgado no dia 14 de fevereiro último, a estimativa para o dólar foi mantida em R$ 5,25 para este ano e em R$ 5,30 para 2024, 2025 e 2026. Mas subiu de R$ 5,30 para R$ 5,33 em 2026. No início do mês de fevereiro, o dólar comercial ficou abaixo de R$ 5,00 o que não era visto há pelo menos oito meses. A mínima chegou a R$ 4,94. Podemos ver novas quedas? O que esperar, afinal, para a moeda?

A política econômica do governo poderia permitir que haja um movimento favorável para uma possível queda do dólar. Mas ao que tudo indica, a previsão para um dólar mais baixo é incerta. Falas do presidente Lula em relação à independência do Banco Central têm trazido preocupações em relação à questão fiscal. E tudo isso tem mexido com o real, moeda que tende a se desvalorizar diante do dólar em cenários de incertezas.

No dia13 de fevereiro último, na roda de conversa do Roda Viva, apresentado na TV Cultura, Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, enfatizou que o BC precisa trabalhar junto ao governo e que fará o que estiver ao seu alcance para que essa aproximação aconteça.

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, para que o dólar não suba mais, é preciso que o governo não apresente ideias que possam trazer incertezas para o mercado. “Outro ponto seria criar estratégias em relação à responsabilidade fiscal, e com certa rapidez, para que o mercado entenda que realmente os juros e o dólar comecem a cair em algum momento”, comenta.

Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, qualquer previsão sobre o dólar foi feita para dar errado, pois muitas variáveis impactam no desempenho do câmbio e muitas delas não estão no controle do investidor e do mercado como um todo. “De toda forma, pelos últimos acontecimentos, e fatores como o cenário de manutenção da Selic no patamar atual de 13,75%, alguma luz sobre a política econômica e o mercado brasileiro descontado ajudaram o dólar a atingir o patamar abaixo dos R$ 5,00, o que sim pode voltar a se repetir, mas não é o cenário-base do mercado, que projeta a moeda na faixa de R$ 5,27 ao longo do ano, afirma.

Alves acredita que o governo pode contribuir dando mais clareza sobre a política econômica, a qual deve focar em crescimento, geração de emprego, melhores condições para iniciativa de trabalho e investimento para a iniciativa privada. Tudo o que o investidor e o empresário buscam, de acordo com o especialista, são previsibilidade e segurança.

“Quanto mais o governo conseguir propiciar isso, melhor será o cenário para o câmbio, logo, o contrário também é verdade, pois caso a gestão atual vá contra isso, a tendência é que haja uma grande saída de capital, em razão do ambiente de negócios mais hostil, e um prêmio de risco que pode não se justificar na renda fixa por conta de uma eventual piora nas contas públicas devido a expansão de gastos do governo”, explica.

Para Idean, segundo a previsão média dos analistas de mercado, o dólar “justo” ou “ideal” com base nos dados de hoje giraria em torno de R$ 5,27. “Não que ele não possa ser ajustado e até pela cotação de uma semana após ter ficado abaixo dos R$ 5,00 já estar mais próxima do apontado pelos especialistas, de modo geral faremos na maior parte do tempo esse retorno para a média, salvo alguma mudança muito favorável de contexto econômico e político, o que ainda não aconteceu, reflete.

Nesse cenário, quem tem investimentos em dólar deve manter ou vender a moeda? Para Elcio Cardozo, especialista em investimentos e sócio da Matriz Capital, caso o investidor queira proteger seu patrimônio em uma moeda forte, não há porque vender os ativos dolarizados, tendo em vista que o objetivo do investidor é meramente de proteção ao “Risco Brasil”.

Para o investidor de longo prazo, Cardozo também acredita que a manutenção seja a melhor alternativa. “Isso porque, se avaliarmos no longo prazo, o dólar sempre se valorizou em relação ao real. Agora, para o investidor de curto prazo, ou o “especulador”, é necessário ter mais atenção nos investimentos dolarizados, porque se o cenário de recessão nos EUA realmente se concretizar, poderemos ver uma boa valorização do real”, diz o especialista.

Cardozo ainda ressalta que normalmente quando a bolsa sobe, o dólar cai. Então, nesse sentido, com uma valorização do real frente ao dólar, muito provavelmente as ações listadas em bolsa tendem a se valorizar. “Em contrapartida, se analisarmos que a valorização do real tem o potencial de diminuir a inflação no país, abre-se espaço para o BC diminuir a taxa de juros no país, o que também beneficia as ações em bolsa”, finaliza.

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