Dia do Trabalho/1º de Maio - JK: Desenvolvimento e justiça social significam a mesma coisa!
Dia do Trabalho/1º de Maio - JK: Desenvolvimento e justiça social significam a mesma coisa!
Dia do Trabalho/1º de Maio – JK: Desenvolvimento e justiça social significam a mesma coisa!

Discurso proferido ao ensejo das comemorações do Dia do Trabalho, ocorrido no dia 1º de maio de 1960, em Brasília – DF.

Tenho um interesse todo especial em vos dirigir a palavra, trabalhadores, neste Primeiro de Maio, ao falar-vos daqui de Brasília — cidade erguida pela energia de nosso povo, prova da eficiência, capacidade e dedicação do operário brasileiro. Quero que este discurso — o último que, no Dia do Trabalho, vos faço na qualidade de Presidente da República — se caracterize pelo ânimo, pelo espírito de afirmação, pela franqueza decorrente da convicção de que este país despertou, de que se operou uma transformação na alma nacional, de que se tornou irresistível a onda de confiança que envolve a nossa pátria. 

Bem sei que os partidários de um Brasil entrevado e incerto, tímido diante da imensa tarefa a realizar, de um Brasil contrafeito em face da rapidez do progresso, submisso à crença de que umas nações nasceram para ser poderosas e caminhar rapidamente e outras para permanecer pobres e secundárias, movendo-se devagar num mundo tão apressado, que parece mudada a noção de tempo; bem sei que continuam esses elementos maquinando aguerridamente todas as modalidades de reação, isolados no saudosismo estéril em que se encerram e distanciados da realidade presente.

Quando iniciei o Governo, disse que, em cinco anos, avançaríamos cinquenta; entretanto, em vez de me animarem a realizar o prometido, passaram a opor-me embaraços de toda natureza. Procuraram deturpar o meu pensamento. “Cinquenta anos em cinco” era uma forma de exprimir a mudança em nosso ritmo de ação, a maneira de externar a aspiração de um país que parecia esquecido do seu destino e necessitado de restabelecer a confiança em si mesmo. Posso agora proclamar que caminhamos cinquenta anos, e o faço diretamente a vós, trabalhadores, como a um exército já vencedor da primeira batalha. Avançamos, de fato, cinquenta anos em cinco — pelo menos cinquenta.

Não será por nos faltar o elemento humano indispensável que deixaremos de ser uma grande nação e avançarmos ainda mais. Está provado daqui por diante e em toda parte que o trabalhador brasileiro pode comparar-se ao de não importa que país, por mais adiantado que seja. Sois capazes de apreender imediatamente o que é necessário em todas as funções que exigem de vós a técnica industrial mais adiantada; nenhum empreendimento novo que seja, deixou de ser levado avante no Brasil por ter faltado o homem, o operário, o apoio da vossa aptidão e do vosso zelo.

O trabalhador brasileiro compreendeu que, nesta hora do mundo, desenvolvimento e justiça social significam a mesma coisa; que não haverá destino nenhum para si mesmo, para a sua família, para sua classe, num país atrasado, a arrastar um séquito de milhões de seres em situação vegetativa, que vivem e propagam a espécie em condições que entristecem pelo desconforto extremo. Compreendeu o povo que importa com urgência deixarmos de ser uma terra de plantação; que se impõe industrializarmo-nos progressiva e rapidamente; que pobreza nacional não cria vida próspera para ninguém; e sobretudo que o destino do povo e o da nação se correspondem, se misturam, se identificam.

Tive um contato direto e inesquecível com o operariado brasileiro na construção de usinas, de estradas e sobretudo desta cidade, e pude averiguar, na mais rápida tarefa até agora cumprida por qualquer operariado, o que vale, o que pode, o de que é capaz o trabalhador nacional. Lidamos em Brasília com a mais variada espécie de trabalhadores, de todas as procedências, de todas as qualificações, desde o artesão, o mestre de obras, o homem experiente, até o simples aprendiz. Recolhemos gente de todos os recantos, gente que fugia a essa dramática estagnação que infelicita tantas e tão extensas zonas de nosso país. 

Não carecemos do elemento hábil e eficiente para reagir; dispomos da vossa força, trabalhadores, da vossa inteligência, de todas essas qualidades que fazem de vós uma classe que honra a nossa pátria. Uma nação que possui reservas tão importantes de energia e dinamismo é uma nação que ninguém jamais logrará deter.

Sei que Brasília foi uma obra gigantesca tocada em prazo excepcional, em prazo que deixava duvidosos os mais otimistas. Aos homens que ajudam o Brasil a crescer — devo, no dia de hoje, um agradecimento muito particular por terem possibilitado que eu cumprisse a promessa de mudar a sede da Capital da República exatamente no dia 21 de abril. Não fossem as turmas de trabalhadores que se revezavam ininterruptamente em três turnos, com entusiasmo e solidariedade jamais vistos, e as obras de Brasília não teriam sido concluídas.

Tendes razão, trabalhadores brasileiros, quando vos atirais à conquista da grandeza nacional — nela empenhando, muito mais do que um mero esforço funcional, a vossa tenacidade, o vosso espírito revolucionário de pôr o país no lugar que lhe está reservado entre os mais avançados do mundo.

A batalha do desenvolvimento nacional, vale dizer, a batalha da justiça social, é o único meio de que dispomos para chegar a esse fim. A revolução do desenvolvimento é a vossa revolução. Ela não pode parar. Não deve parar. Assumimos o compromisso de remover as dificuldades, de desimpedir o caminho do nosso progresso, mas sem atentar contra a personalidade do homem, sem transformá-lo em um número e nada mais, sem privá-lo daquilo que justifica e eleva a sua existência. 

Às metas de desenvolvimento material acrescentamos, desde o primeiro instante, a da consolidação democrática. Atentar contra as leis, admitir o que se veio chamar continuísmo seria renegar o nosso ideal político. Conheço bem os que falam de continuísmo. Sei de onde partem essas vozes. São ainda os ecos daquelas mesmas que pretenderam impedir a minha posse. Conheço os que se intitulam defensores da pureza democrática e semeiam a confusão alardeando golpes. Vós também os conheceis, trabalhadores brasileiros, esses mesmos elementos que tive de enfrentar em hora difícil quando fui forçado a percorrer o país numa campanha — esta sim — em prol da liberdade, do meu direito de ser candidato.

Ainda não decorreu tanto tempo que tenha baixado o esquecimento sobre as minhas palavras, a minha atitude e a deles. A bandeira democrática que então empunhei, em hora de perigo para as instituições, eu continuo a sustentá-la. Não a larguei um só momento, e não a largarei jamais.

Nunca me julguei um homem providencial. Não será nesta altura da vida que me deixarei levar por seduções em desacordo completo quer com a realidade, quer com os princípios que nortearam a minha vida pública. A nossa democracia existe, reage por si mesma e orgulho-me de ter concorrido para isso.

Deixo o continuísmo nas mãos dos adversários da lei de ontem e que o continuam sendo nos dias presentes.

Era o que eu tinha para dizer-vos. Também eu me sinto feliz no dia que vos é dedicado, trabalhadores de todas as categorias. Durante toda a minha vida tenho sido um dos vossos companheiros.

Daqui, da Cidade da Esperança, eu vos envio a minha saudação. Peço a Deus pela vossa felicidade, pela felicidade de toda a vossa família. Que Ele não vos deixe faltar o ânimo para levar o Brasil à sua verdadeira independência.

(Texto extraído da coletânea de 3 volumes intitulada Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI – de autoria de Carlos Alberto Teixeira de Oliveira e publicado por MercadoComum)

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A Coletânea contem, no conjunto, 2.336 páginas e compõe-se de três edições impressas distintas:

-Volume I – PROFETA DO DESENVOLVIMENTO

-Volume II – O DESENVOLVIMENTO EM 1º LUGAR 

A Construção de uma Nação Próspera e Justa

-Volume III – MENSAGEIRO DA ESPERANÇA

Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI

– Coletânea de 250 discursos proferidos no exercício do mandato   da Presidência da República – 1956 a 1960

Maiores informações: MercadoComum – 31 3281-6474 / [email protected]

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