Desemprego recua pelo 16º mês seguido, mas taxa voltará a subir em 2023

O cenário do mercado de trabalho em face dos dados positivos da economia

Pelo 16º mês seguido, a taxa de desemprego registrou queda, passando de 8,9% para 8,7% no trimestre encerrado em setembro. “Esse resultado veio em linha com a nossa projeção e a do mercado, mas não significa que o mercado de trabalho vai seguir essa toada de recuperação à frente”, diz o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles.

Segundo ele, a queda do desemprego é reflexo dos dados positivos de atividade econômica registrados nos trimestres anteriores, pois o mercado de trabalho costuma sentir o impacto da economia com alguma defasagem de tempo. “É por isso que ainda vemos dados positivos, apesar da atividade já sinalizar desaceleração”, afirma o economista.

Felipe acredita que esse quadro deve mudar de figura a partir do ano que vem, quando o mercado de trabalho começa a sentir os efeitos defasados da desaceleração da economia global e dos juros altos. “Nossa expectativa é que a taxa de desemprego volte a subir moderadamente, terminando 2023 em 9,2%. Pelas nossas estimativas, a taxa encerra 2022 em 8,1%”.

Para o economista, a taxa de desemprego no nível atual já não indica folga considerável no mercado de trabalho. “Isto significa que a inflação de serviços, setor intensivo em mão de obra e que já sofre com os impactos da inércia inflacionária, deve desacelerar a passos lentos à frente”.

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