A Fundação João Pinheiro, instituição ligada ao governo de Minas Gerais divulgou, na 1ª quinzena de dezembro do ano passado, relatório contendo os dados preliminares sobre o desempenho do PIB-Produto Interno Bruto estadual relativos ao 3º trimestre de 2019.

Apresentamos, a seguir, as principais informações contidas no referido relatório.

A ECONOMIA MINEIRA: VISÃO GERAL

O Produto Interno Bruto de Minas Gerais apresentou variação negativa de -0,4% na comparação do terceiro trimestre de 2019 contra o segundo trimestre de 2019, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. Na comparação com igual período de 2018, houve queda de -1,5%. No acumulado dos quatro trimestres terminados no terceiro trimestre de 2019, o PIB mineiro registrou recuo de -0,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2019, retraiu -0,4% em relação a igual período de 2018.

Em valores correntes, o PIB estadual, no terceiro trimestre de 2019, totalizou R$ 159,4 bilhões, sendo R$ 140,2 bilhões referentes ao Valor Adicionado Bruto (VAB) a preços correntes.

RESULTADOS DO 3º TRIMESTRE DE 2019

 A – Taxa trimestre contra trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)

O PIB mineiro apresentou variação negativa de -0,4% na comparação do terceiro trimestre de 2019 contra o segundo trimestre de 2019, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. A maior queda foi na agropecuária, com decréscimo de -14,5%. A indústria (0,3%) e os serviços (0,1%) apresentaram variações positivas. No Brasil, houve avanço de 0,6% no índice de volume do PIB.

O crescimento na indústria se deve à expansão de 12,0% nas atividades de extrativa mineral, de 2,7% em energia e saneamento e 1,9% na construção. Recuou no trimestre a indústria de transformação (-1,4%).

Nas atividades de serviços, apresentaram resultado positivo o comércio (1,6%) e o grupo de atividades classificadas como “outros serviços”. As atividades de transporte não apresentaram variação significativa. E a administração pública recuou -1,0%.

Tabela 1: PIB e Valor Adicionado: Taxas de variação no trimestre (em relação ao trimestre imediatamente anterior) na série com ajuste sazonal – Minas Gerais e Brasil – 1º trim. 2017 – 3º trim. 2019 – (%)

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Diretoria de Estatística e Informações (DIREI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT).

B – Taxa trimestral em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB do Estado de Minas Gerais retraiu -1,5% no terceiro trimestre de 2019.

Dentre as atividades que contribuem para a geração de valor adicionado, a agropecuária registrou queda de 17,1% em relação a igual período do ano anterior. O desempenho da agricultura foi determinante para o resultado negativo em Minas Gerais. Para entender a abrupta retração no estado, três fatores são essenciais: a proporção da safra colhida de cada uma das culturas no terceiro trimestre, a projeção da variação da produção anual pelo Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) e, principalmente, o peso da cultura dentro da estrutura produtiva agrícola mineira. Apesar da maior parte das culturas apresentarem incremento na quantidade produzida, a queda na produção de café foi determinante para o resultado desfavorável, principalmente em virtude da concentração dessa cultura no trimestre analisado.

Estima-se uma retração de 20,7% no volume anual produzido da cultura. Como o café representa quase 38% do Valor Bruto de Produção (VBP) agrícola e teve 64,9% da safra colhida no terceiro trimestre, entende-se a influência da cafeicultura no resultado agregado da agropecuária mineira.

A indústria teve retração de 2,1% em Minas Gerais. A construção apresentou crescimento de 5,1%. Este foi o quinto crescimento do setor após dezessete trimestres consecutivos de queda, na comparação com igual período do ano anterior. A atividade de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos registrou expansão de 7,7% nesta base de comparação. O resultado positivo foi influenciado pelo aumento no volume de água produzida e, principalmente, pela expansão na geração hidroelétrica das principais usinas estaduais, sobretudo no mês de setembro de 2019. Por outro lado, a indústria extrativa mineral apresentou variação negativa de 24,4%, ainda sentindo os reflexos e as consequências do rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho e da supervisão mais rigorosa das demais barragens. Nesta ótica de comparação, a indústria de transformação teve ligeiro crescimento, de 0,4%.

O valor adicionado de serviços cresceu 0,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para a atividade de comércio, que expandiu 3,0% no volume de valor adicionado em virtude da ampliação das vendas de veículos e motocicletas, de equipamentos de informática e material de comunicação, nos artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, nas vendas de hipermercados e supermercados, em artigos de uso pessoal e doméstico e de material de construção. Ainda com resultados positivos, houve avanço no conjunto agregado dos outros serviços (0,8%). Por outro lado, ocorreu variação negativa nas atividades de transportes (-2,2%) e do volume de valor adicionado pela administração pública (-0,5%).

Tabela 2: PIB e Valor Adicionado: Taxas de variação trimestral (em relação ao mesmo trimestre do ano anterior) – Minas Gerais e Brasil – 1º trim. 2017 – 3º trim. 2019 – (%)

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Diretoria de Estatística e Informações (DIREI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT).

C – Taxa acumulada ao longo do ano (em relação ao mesmo período do ano anterior)

O PIB no acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2019 de Minas Gerais contraiu -0,4% em relação a igual período de 2018. Nesta base de comparação, a agropecuária e a indústria apresentaram variações negativas, de -2,1%, e os serviços cresceram 0,4%. No Brasil, o PIB exibiu variação positiva, de 1,0%.

Com relação aos subsetores industriais, a indústria extrativa sofreu forte retração, de -24,5%. Já a transformação (1,1%), construção (3,2%) e energia e saneamento (8,1%) apresentaram expansão. Dentre as atividades de serviços, destacam-se negativamente os transportes (-2,3%), e positivamente o comércio (1,9%). A administração pública não registrou variação.

Tabela 3: PIB e Valor Adicionado: Taxas de variação acumulada ao longo do ano (em relação ao mesmo período do ano anterior) – Minas Gerais e Brasil – 1º trim. 2017 – 3º trim. 2019 – (%)

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Diretoria de Estatística e Informações (DIREI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT).

D – Taxa acumulada nos últimos quatro trimestres (em relação ao mesmo período do ano anterior)

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em setembro de 2019 caiu -0,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O resultado do valor adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: agropecuária (-0,9%), indústria (-1,7%) e serviços (0,3%).

Dentre os subsetores industriais, a transformação (0,9%), construção (2,4%) e energia e saneamento (5,7%) apresentaram expansão. Já a indústria de extração mineral (-18,6%) sofreu retração. Em relação às atividades de serviços, destaca-se positivamente nesta ótica comparativa o desempenho do comércio (1,7%), e negativamente a performance dos serviços de transportes (-1,9%).

Tabela 4: PIB e Valor Adicionado: Taxas de variação acumulada nos últimos quatro trimestres (em relação ao mesmo período do ano anterior) – Minas Gerais e Brasil – 1º trim. 2017 – 3º trim. 2019 – (%)

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Diretoria de Estatística e Informações (DIREI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT).

  1. VALORES CORRENTES

       O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais no terceiro trimestre de 2019 totalizou R$ 159,4 bilhões, sendo R$ 140,2 bilhões referentes ao Valor Adicionado Bruto (VAB) a preços básicos e R$ 19,2 bilhões aos Impostos Indiretos Líquidos de Subsídios sobre Produtos (IILSP). Considerando o VAB, a agropecuária registrou R$ 6,4 bilhões, a indústria R$ 39,5 bilhões e os serviços R$ 94,3 bilhões. No Brasil, o PIB do terceiro trimestre totalizou R$ 1.842,1 bilhões.

Tabela 5: PIB e Valor Adicionado: Valores correntes – Minas Gerais e Brasil – 1º trim. 2018 – 3º trim. 2019

 Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Diretoria de Estatística e Informações (DIREI); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT).

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