Em dezembro último, a balança comercial brasileira apresentou superávit de US$ 5,6 bilhões, abaixo do resultado observado no mesmo mês do ano anterior (US$ 6,4 bilhões).

O superávit da Balança Comercial brasileira em 2019 foi de US$ 46,7 bilhões, inferior aos US$ 58 bilhões de 2018. No ano, as exportações recuaram 6,4%, ao passo que as importações caíram 2,1% (na comparação das médias diárias). Nas exportações, importante contribuição da menor compra de produtos brasileiros por parte da China, União Europeia e Argentina – refletindo as quedas de preços de commodities e também um ritmo de atividade mais lento.

Não obstante, há que se observar a expressiva recuperação dos superávits comerciais dessazonalizados nos últimos meses do ano, sinalizando que 2020 tende a ser um ano de redução mais lenta do superávit comercial. Aliás, esperamos que 2020 apresente um superávit da ordem de US$ 41 bilhões, compatível com aumento tanto das exportações quanto das importações (estas últimas, em ritmo mais acelerado, dado o maior crescimento da economia).

No ano de 2019, as exportações registraram queda de 7,5% em relação a igual período de 2018, por conta da diminuição nas vendas das três categorias de produtos: manufaturados (-11,1%, para US$ 77,452 bilhões), semimanufaturados (-8,0%, para US$ 28,378 bilhões) e básicos (-2,0%, para US$ 118,180 bilhões).

Por blocos de países, as principais quedas foram vistas nas vendas para Argentina (-35,6%, ou -US$ 5,2 bilhões), União Europeia (16,4%, ou -US$ 6,5 bilhões) e China (-3,1%, ou -US$ 1,3 bilhões). Juntos, estes três destinos responderam por uma queda de US$ 13 bilhões das exportações, 85% da queda de US$ 15,2 bilhões observada entre 2018 e 2019.

Por sua vez, as importações registraram queda de 2,1% em 2019, com recuo em bens de capital (-12,8%), bens de consumo (-4,5%) e combustíveis e lubrificantes (-7,3%). Por outro lado, cresceram as compras de bens intermediários (+0,4%).

Para 2020, a expectativa da Rosenberg & Associados é de saldo comercial menor que o observado em 2019, com aumento tanto das exportações (alguma normalização dos preços internacionais, bem como da demanda chinesa por soja, além do câmbio mais atrativo) como das importações (trazido pelo maior dinamismo doméstico), levando a um superávit em torno de US$ 41 bilhões no ano (critério MDIC). Nota-se que a dinâmica recente do saldo dessazonalizado sinaliza um recuo mais lento do saldo acumulado em 12 meses.

A Corrente de Comércio Exterior de mercadorias brasileiro representou, em 2019, 21,76% do PIB – Produto Interno Bruto estimado do país – o que o coloca entre uma das economias mais fechadas de todo o planeta. São Paulo liderou o comércio brasileiro de mercadorias em 2019, com US$ 107,708 bilhões e detendo 26,84% do total nacional, sendo seguido pelo Rio de Janeiro – US$ 49,003 bilhões (12,21%) e Minas Gerais, com US$ 33,843 bilhões (8,43%).

São Paulo, de outro lado, deteve o maior déficit na Balança Comercial brasileira, atingindo o total de US$ 10,982 bilhões, seguido por Amazonas – US$ 9,442 bilhões e Santa Catarina – US$ 8,065 bilhões.

Minas Gerais perde a liderança de detentor do maior saldo da Balança Comercial entre os estados e se posiciona como o 3º maior exportador brasileiro

            Em 2019, a Corrente de Comércio Exterior (Exportações + Importações) de Minas Gerais totalizou US$ 33,843 bilhões – o que representa uma expansão de 2,53% em relação ao ano anterior e equivale a 8,43% do total nacional – o que o posiciona no 3º lugar no ranking dos estados brasileiros. Até 2017 Minas ocupava o 2º lugar entre os estados mais ativos do comércio exterior nacional, posição esta perdida para o Rio de Janeiro.

            As exportações de mercadorias de Minas Gerais totalizaram US$ 24,888 bilhões em 2019 – expansão de 2,53% em relação ao ano anterior. As importações somaram US$ 8,955 bilhões – decréscimo de 1,30% quando comparado com o exercício anterior.

Com esses resultados, o saldo positivo da Balança Comercial de Minas Gerais somou US$ 15,933 bilhões, ocasionando a perda da liderança do estado para o Pará, que apurou US$ 16,267 bilhões. Mato Grosso obteve um saldo bem próximo ao atingido por Minas – US$ 15,050 bilhões e destacou-se como o 3º maior superávit da Balança Comercial brasileira.

            Convém mencionar que o ano de 2019 pode marcar, além de uma queda de 1,24% do PIB estadual, Minas amargará perder importantes posições no comércio exterior nacional que também perde para o Pará a liderança como maior província mineral e na arrecadação da CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais e, também, para o Rio de Janeiro, a liderança na produção de aço. Há uma importante ressalva a ser feita: o governo Romeu Zema em nada contribuiu para esta situação, que decorre de múltiplos e diferentes fatores, vários deles estruturais e outros já bastante históricos e conhecidos. Hoje, superá-los, transformou-se no grande desafio de Minas.

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