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Quem sabe, sabe

Vale a pena transcrever a resenha que o crítico e pesquisador Tárik de Souza fez do CD “Paixão e Fé”, que reuniu a voz de Titane e o piano de Túlio Mourão: “Gravado em salas da Romaria de Congo-nhas do Campo, em datas que assinalam um ano do rompimento da barragem da cidade mineira de Mariana (cujos responsáveis continuam vergonhosamente impunes), o CD manifesto “Paixão e fé” (Indepen-dente), do pianista Túlio Mourão e da cantora Titane, aposta “na dimensão crítica/reflexiva da arte para trazer indagação e sensibilização”.

O ex-Mutantes Túlio tem uma longa carreira como autor de trilhas (“Jorge um brasileiro”), tocou com Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Fagner, Mercedes Sosa, Pat Metheny, e a cantora Titane (Ana Íris), ambos mineiros, já gravou com Chico Cesar, Grupo Uakti, Guarda de Moçambique e Maurizio Tizumba, sempre numa linha próxima ao folclore.

O repertório do disco da dupla, também mostrado no espetáculo homônimo, busca respostas para “a inquietante dicotomia que une fragilidade e violência em inaceitável continuidade na historia do país”, como diz o texto de apresentação.

Sob o formato voz – a lancinante Titane – e piano – o culto e denso Tulio Mourão, “Paixão e fé” transita por algumas canções geradas nessas regiões fragilizadas, como “Senhor menino – Dão dão duê” e “Anjinho na janela”, ambas anotadas por Frei Chico, no Vale do Jequitinhonha. Recolhida pelo erudito Villa Lobos, com intervenções de Teca Calazans e Milton Nascimento, “Caicó – Cantigas” tem agudos cumes desafiadores, como também “E daí” (Milton Nascimento/ Ruy Guerra), navegados com virtuosismo pela dupla alada.

Da trajetória de Milton também são as farpas de “Ponta de areia”, da estrada de ferro que “mandaram arrancar”, e “Promessas de sol”, subliminar e sombria crônica das trevas torturantes da ditadura, ambas parcerias do compositor e Fernando Brant. É Brant também o parceiro de Tavinho Moura na faixa título (“já bate o sino. Bate no coração/ e o povo põe de lado a sua dor/ pelas ruas capistranas de toda cor/ esquece a sua paixão, para viver a do Senhor”).

E outro ilustre vate das montanhas ferrosas, Carlos Drummond de Andrade tem o poema “Anoitecer” musicado por Zé Miguel Wisnik.  “

Especial de final de ano

Com direção artística da atriz e diretora Papoula Bicalho, a apresentação de Túlio e Titane ganha especial de final de ano da Rede Minas. Gravado em Congonhas no dia 29 de março, o programa deverá ser exibido no dia 5 de novembro, quando se lembra o segundo aniversário da tragédia de Mariana. O desejo de Túlio e Titane é que, até, sejam gravados depoimentos poéticos de nomes nacionais e cenas adicionais em datas importantes do calendário religioso de Congo-nhas.

Acordo e parceria

Após essa primeira parceria, a prefeitura de Congonhas e a Rede Minas estudam uma par-ceria para registro e veiculação de outros conteúdos, começando com um festival de música barroca de alto nível.

Cantautores

Adiada do ano passado por motivos financeiros, a 5a edição da Mostra Cantautores será realizada em maio. Projeto que valoriza o formato um banquinho e um violão, a mostra mescla a nova geração de auto-res mineiros com nomes consagrados do país (e até do exterior). Luiz Tatit, Guinga, Zé Miguel Wisnik,e Xangai foram algumas estrelas que já estiveram por aqui em outras edições e gostaram do que viram e ouviram nos palcos da cidade.

Quinto capítulo

A nova edição acontece entre os dias 6 e 13 de maio, em vários locais de Belo Horizonte. Entre os nomes que estarão em cena em 2017 estão o gaúcho Vitor Ramil, o paraibano Chico César e o pernambu-cano Zé Manoel. E ainda: Alzira E (MS), Tim Bernardes (SP), Lenna Bahule (Moçambique) e Ilessi (RJ). Entre os mineiros, Nelson Ângelo, Serginho Beagá, Leopoldina e Deh Mussulini. Uma boa mistura de idades, e stilos, tendências e utmras.

Revista literária

A Faculdade de Letras da UFMG acaba de lançar uma edição comemorativa dos 50 anos da sua revista literária. A publicação, que começou a circular em 1966, criada por Luiz Vilela, Luis Gonzaga Vieira e Plínio Carneiro, teve 27 edições. Até 1996 foram 26 números e houve uma edição solitária em 2002. Seu célebre concurso literário, que revelou nomes como Luiz Vilela, Jamie Padro Gou-vêa, Duílio Gomes e Ronald Claver, bem que poderia voltar. O novo volume traz 50 textos, selecionados pelos professores Luis Alberto Brandão e Fernanda Goulart, e tem um belo projeto gráfico. E ótimos textos, claro!

Presença das coisas

Fica até o dia 30 de abril, no Museu Mineiro, a primeira exposição individual da mineira Letícia Panisset. Arquiteta, designer e ceramista, ela une cerâmica, azulejos e elementos gráficos para compor cinco instalações de médio e grande porte. Letícia: “Inclino-me à criação de espaços imaginários. Estão presentes as texturas do cerrado, referências ao artesanato e também as vivências com os objetos e espaços, como os bancos rústicos, as construções com terra ou ainda a “arquitetura” efêmera do jirau ou de barracas populares”.

A exposição inclui parte do projeto Azulejos Project, um trabalho de finalização de curso, realizado na Escola Superior de Artes Aplicadas, de Vevey, na Suíça. Azulejos Projects foi desenvolvido em colaboração com Émilie Renault, designer e desenhista francesa, cofundadora do coletivo Ethnographic, que contribui também com um desenho para um dos espaços apresentados.

No ano passado, Panisset integrou a mostra coletiva Da Terra, do Fogo, da Água e do Ar no Espaço 170, em Belo Horizonte. Em 2014, na Suíça, participou de Platform na Biennale Internationale de la Cérami-que. Em 2013, participou, na Turquia, do Iscaee International Exhibition.

Quilombos do Jequitinhonha

Manter intactas as tradições da festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos por quase dois séculos anos deu ao município mineiro de Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha, o registro como Patrimônio Imaterial e Cultural do Estado, concedido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).

Essa e muitas outras manifestações culturais quilombolas, além de depoimentos que apresentam as histórias centenárias desse grupo social, incluindo temas como água, educação e religião, estão nos produtos resultantes do projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória.

Tendo como base a metodologia da história oral, o projeto traz ao público, com acesso gratuito, um livro de quase 400 páginas, 30 vídeos de curta duração e um portal com o resultado de toda a pesquisa, que mostra a beleza, riqueza e diversidade do Vale do Jequitinhonha. Foram pesquisadas 59 comunidades quilombolas de quatro municípios: Berilo, Chapada do Norte, Minas Novas e Virgem da Lapa. A iniciativa, realizada pela Nota Musical Comunicação por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, recebeu o patrocínio de Itaú, Petrobrás, Finep e Cemig, além do apoio de Milton Kanashiro Arte Cultura e Cidadania.

O projeto “Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória” começou em 2014, envolvendo 59 comunidades tradicionais e cerca de 1.200 quilombolas, que participaram cantando, dançando e rememorando suas histórias e a de seus antepassados. Enquanto os habitantes mais velhos guardam a memória de sua história, os mais jovens lutam para que essas tradições não se percam com o passar do tempo.

Nos quatro municípios pesquisados, a equipe participou de festas, encontros, apresentações marca-das especialmente para esses registros. Foram captadas cerca de 150 horas em vídeo, entrevistas e manifestações culturais, além de um grande acervo fotográfico. Todo o material está disponível gratuitamente pelo site www.quilombosdojequitinhonha.com.br

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