Concessões para empresas devem seguir acelerando para uma expansão de 54,8% no acumulado em 12 meses, maior ritmo da série histórica.

O saldo consolidado da carteira de crédito em setembro deverá apresentar alta mensal de 2,1% e de 13,3% em doze meses, é o que revela a Pesquisa Especial de Crédito da FEBRABAN. As estimativas são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, dependendo da linha, de 40% a 90% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.

O bom resultado do mês é fruto, principalmente, da expansão da carteira com recursos livres, que deve apresentar alta de 2,4% no mês e de 17,1% em doze meses. Ainda que um pouco menor, o crédito direcionado também deve apresentar crescimento robusto, de 1,8% em relação a agosto e de 8,3% na comparação com setembro de 2019.

“Esta pesquisa confirma o que desde o início da pandemia falávamos, ou seja, que os bancos fariam parte da solução da crise, que não faltariam ao País e que cumpririam o seu papel. É exatamente o que temos feito, ao prover crédito para as famílias e empresas. Continuaremos focados para ajudar na recuperação da economia”, diz o presidente da FEBRABAN, Isaac Sidney.

O crédito para pessoas físicas deve apresentar crescimento de 1,4% na comparação mensal e de 9,1% na comparação anual (ante 8,8% em agosto). No mês, o desempenho da carteira PF deve ser homogêneo entre recursos livres (+1,4%) e direcionados (+1,3%), sinalizando que a recuperação do consumo das famílias e as baixas taxas de juros seguem estimulando a demanda por crédito. Na comparação anual, as projeções para os dois segmentos também são positivas, com expansão de 8,5% (livre) e 9,8% (direcionado).

O destaque, no entanto, será a carteira de crédito destinada às empresas, que deve apresentar crescimento mensal de 3,1% e variação anual de 19,0% (ante 16,7% em agosto). O crescimento deve ser liderado pela carteira com recursos livres (+3,5%), que deve atingir crescimento de 28,0% em doze meses, maior taxa de expansão desde março de 2009 (+28,5%). Já a carteira direcionada deve avançar 2,4% no mês, acelerando a expansão em doze meses para 6,0% (+2,5% em agosto). Neste caso, a retomada da atividade e o sucesso dos programas públicos ajudam a explicar o bom desempenho do crédito PJ.

Concessões
As concessões devem apresentar crescimento de 9,2% em setembro ante agosto, acumulando expansão de 8,7% em doze meses. A alta do mês deve ser puxada pelas concessões com recursos livres, cuja projeção é de expansão mensal de 11,2%.

Na outra direção, as concessões com recursos direcionados devem retrair 1,5% em setembro. No entanto, na visão acumulada em 12 meses (volume de crédito concedido entre outubro de 2019 e setembro de 2020 em relação ao montante concedido entre outubro de 2018 e setembro de 2019), as concessões devem seguir acelerando, de 25,5% em agosto para 31,0% em setembro. Maior taxa desde novembro de 2013, quando foi registrada uma expansão de 33,9%.

As concessões para as pessoas físicas devem mostrar alta mensal de 4,6%, com desempenho díspar entre os segmentos livre (+5,8%) e direcionado (-1,5%). Apesar da alta do mês, esta não deve ser suficiente para reverter a perda de ritmo na variação acumulada de 12 meses, que deve recuar para 3,3%, ante 4,7% em agosto.

As concessões de crédito destinado às empresas devem crescer 14,3% na comparação mensal. O resultado deve refletir uma expansão das concessões com recursos livres (+17,5%) e uma retração com recursos direcionados (-1,6%).

Embora a expectativa seja de um modesto recuo no mês, as concessões PJ direcionadas seguirão em nível bastante elevado, estimuladas pelos programas do governo (Pronampe, FGI, etc.), o que faz com que elas sigam acelerando para uma expansão de 54,8% no acumulado em 12 meses (ante 40,5% em agosto), maior ritmo da série histórica.

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