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José Ricardo Roriz Coelho
José Ricardo Roriz Coelho é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast) e da Vitopel e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP.

Neste momento em que a economia nacional começa a sentir os impactos negativos da desindustrialização, provocada pelo câmbio sobrevalorizado, juros e impostos muito elevados e a concorrência desigual de países como a China, é muito importante ficarmos atentos para outro grave problema que reduz a competitividade do País: a corrupção. São muito preocupantes as denúncias recentes, escancaradas pela mídia, relativas a fraudes de licitação na Petrobrás, cuja estrutura produtiva afeta toda a cadeia da indústria do plástico, majoração aparentemente anormal de obras públicas em São Paulo e escândalo no Ministério dos Transportes.

É preciso entender que notícias como essas e a efetiva e lamentável prática da improbidade no setor público têm duplo efeito nocivo no grau de competitividade de um país. A primeira consequência refere-se, de modo direto, ao custo das obras e serviços, agravado pelo pagamento de propinas a agentes inescrupulosos dos distintos escalões da máquina governamental. Ou seja, faz-se menos com um orçamento que poderia resultar em muito mais. A segunda questão diz respeito à imagem negativa, que inibe investimentos e cria um ambiente cada vez menos propício à realização de negócios.

Não é sem razão, portanto, que as economias mais corruptas são também as menos competitivas, segundo estudos da Transparência Internacional. E, infelizmente, no ranking mais atual dessa instituição, referente a 2011, o Brasil continua ocupando posição bastante desconfortável, motivada, certamente, pela frequência de notícias como as dos “mensalões”, “anões do orçamento”, “vampiros da saúde”, “sanguessugas” e fatos recentes, como o da Petrobras e do Ministério dos Transportes.

Apenas para lembrar e manter governo e a sociedade vigilantes, o relatório anual 2010 da Transparência Internacional indicava que a percepção de corrupção no setor público brasileiro havia se mantido inalterada desde 2009. A pontuação dada ao país foi de 3,7, numa escala de zero a dez. Nossa baixa nota, dentre 178 nações, nos coloca na 69ª posição. Isto significa que há 68 países menos corruptos do que o Brasil. Não se trata, definitivamente, de algo compatível com uma economia que já figura entre as maiores e dos anseios de 190 milhões de habitantes quanto ao crescimento sustentado e o desenvolvimento.

Os indicadores da Transparência Internacional, que nos colocam ao lado de Cuba, Montenegro e Romênia, são corro-borados por percepções e pesquisas de distintos organismos de fomento do intercâmbio econômico, que coincidem em apontar que, dentre os principais inibidores de investimentos estrangeiros no Brasil, estão a corrupção e a burocracia exa-geradas. De fato, são duas ervas daninhas interligadas, pois faz parte do lamentável processo de improbidade a prática de criar dificuldades para vender facilidades.

O problema – somado aos demais algozes das empresas brasileiras, como os juros mais altos do mundo, o câmbio equivocado, os impostos extorsivos e a concorrência desleal de nações que não se pautam por condutas comerciais civilizadas – está causando grandes danos à competitividade do País.

A presidente Dilma Rousseff, que agiu de modo correto no caso do Ministério dos Transportes, antecipando-se aos fatos, apontando sua estranheza com o aumento dos preços das obras e tomando as medidas saneadoras necessárias, tem todo o apoio da sociedade e dos setores produtivos para realizar uma cruzada nacional contra a corrupção. Vencer este inimigo público da competitividade e do desenvolvi-mento é uma das prioridades nacionais.

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