Copom mantém ritmo de elevação de juros e sinaliza com aperto monetário maior
Copom mantém ritmo de elevação de juros e sinaliza com aperto monetário maior
Copom mantém ritmo de elevação de juros e sinaliza com aperto monetário maior

Relatório macroeconômico divulgado pela LCA Consultores Econômicos revela que “em reunião realizada no dia 22 de setembro último, o Copom decidiu manter em 100 pontos-base o ritmo de elevação de sua taxa básica de juros, optando por elevar a Selic de 5,25% para 6,25% ao ano. A decisão, novamente unânime, veio em linha com as expectativas da LCA e da maioria das instituições de mercado.

Também em linha com a expectativa, o Copom sinalizou que manterá a Selic em elevação de 100 pontos-base por reunião do Copom e que o aperto monetário total será maior do que a autoridade vinha sinalizando anteriormente. Essas sinalizações são depreendidas dos seguintes trechos do comunicado:

  • “o Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste [de 100 pontos-base por reunião] é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques [inflacionários]”; e
  • “neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista”. Vale lembrar que, no comunicado anterior, o Banco Central havia sinalizado que elevaria a taxa de juros para “patamar acima neutro” (embora na ata da reunião passada ele já tivesse mencionado que poderia levar a Selic para “patamar consistente com política monetária contracionista”).”

Para a LCA, “de acordo com o cenário básico do Copom: (i) houve alguma ampliação de riscos externos, mas sem alterar “o ambiente favorável para países emergentes”; (ii) não houve “mudança relevante para o cenário prospectivo” para a atividade doméstica, que deverá registrar “recuperação robusta do crescimento econômico ao longo do segundo semestre”; e (iii) a inflação “segue elevada”, com as “diversas medidas de inflação subjacente” permanecendo “acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”.

As projeções de inflação do Banco Central sofreram elevação relevante, sobretudo para o curto prazo – refletindo diversos fatores (como a normalização das atividades de serviços) e choques (como restrições de oferta, encarecimento da eletricidade, pressão cambial e alta de preços de commodities). As projeções do cenário base contemplam descumprimento do teto da meta para este ano; e apontam para taxas de inflação algo superior às metas para 2022 e 2023.

Vale registrar que o Copom alterou suas hipóteses para as bandeiras tarifárias de energia, prevendo bandeira de “escassez hídrica” em dezembro de 2021 e “vermelha patamar 2” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023 – o que impactou as projeções oficiais para o conjunto de preços administrados.”

Destaca a LCA que “nossa curva projetada para a taxa básica de juros já vinha contemplando elevações de 100 pontos-base da Selic por reunião do Copom até o final deste ano. Essa hipótese fica reafirmada pelo conteúdo do comunicado de política monetária. Ademais, avaliamos que aperto monetário se estenderá até o começo de 2022; e entendemos que o ciclo se encerrará com a Selic chegando a 8,75% a.a. O comunicado parece sugerir que as chances de um aperto ainda maior seguem significativas, sobretudo ao indicar que o ciclo avançará no território contracionista.”

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