Copom interrompe ciclo de alta e mantém Selic em 13,75%

A decisão veio em linha com a expectativa e a projeção predominante do mercado. Pela primeira vez, em mais de cinco anos, a decisão não foi unânime: houve dois votos dissidentes, em favor de um aumento residual de 25 pontos-base.

No comunicado, a autoridade monetária ressaltou que o cenário externo se mantém adverso, que a atividade segue crescendo acima do esperado e que a inflação continua elevada, apesar das medidas tributárias recentes.

No cenário de referência, a projeção para o IPCA recuou de 6,8% para 5,8% em 2022, enquanto permaneceu em 4,6% em 2023 e foi levemente alterada de 2,7% para 2,8% em 2024. O Copom reforçou que continua a dar ênfase no horizonte inflacionário do primeiro trimestre de 2024, por suavizar os efeitos das medidas tributárias; para esse horizonte, a projeção oficial acumula 3,5% em 12 meses, não muito distante das metas de 2023 (3,25%) e de 2024 (3%).

No balanço de riscos, o Copom ponderou a respeito da possibilidade de a economia doméstica estar operando com um hiato do produto mais estreito do que o utilizado no cenário base, o que gera potencial altista para a inflação. Ademais, o comitê também levantou a possibilidade da manutenção dos cortes de impostos em 2023, o que gera potencial de baixa nas projeções de inflação.

Prospectivamente, o Copom afirmou que avaliará se a manutenção dos juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação, e enfatizou que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados caso o processo de desinflação não ocorra como esperado.

Espera-se a manutenção da taxa Selic até meados do ano que vem, quando deverá começar a ser cautelosamente reduzida. Vale citar, no entanto, que o timing da flexibilização monetária dependerá, entre outros fatores, da capacidade do próximo governo em resgatar a confiança dos agentes na condução da política econômica e no reequilíbrio das contas públicas. (Fonte: LCA Consultores).

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