O Índice de Confiança de Serviços (ICS), da Fundação Getulio Vargas, recuou 31,7 pontos em abril, para 51,1 pontos, atingindo o menor nível da série histórica iniciada em junho de 2008. O resultado contribui com uma perda acumulada de 45,1 pontos no ano.

“Os efeitos da pandemia se tornam cada vez mais claros no setor de serviços. Depois de registrar os primeiros sinais em março, a queda da confiança foi aprofundada em abril. A percepção dos empresários sobre a situação atual, que ainda apresentava suspiros em março, também despencou, juntando-se ao ritmo de piora das expectativas. O cenário para o curto prazo é de elevada incerteza e ainda sem perspectivas de recuperação, dado a fraca demanda e a provável deterioração do mercado de trabalho”, avaliou Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE.

A  variação  negativa  do  ICS  impactou  todos  os  13  segmentos  da  pesquisa  e  foi  determinada  pela deterioração tanto das avaliações sobre o momento atual quanto  das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu pelo quarto mês consecutivo. A baixa de 29,7  pontos  levou  o  indicador  a  55,5  pontos,  o  menor  nível  histórico.  Anteriormente,  o  mínimo histórico  havia  ocorrido  em  outubro  de  2015  (66,2  pontos).  O  Índice  de  Expectativas  (IE-S) despencou 33,5 pontos, para 47,3 pontos, atingindo também o menor nível histórico. A última vez que o índice atingiu um mínimo histórico foi em setembro de 2015 (63,8 pontos).

O  Nível  de  Utilização  da  Capacidade  Instalada  (NUCI)  do  setor  de  serviços  caiu  2,5  pontos percentuais para 79,5%, acumulando 3,4 pontos percentuais de queda em dois meses.

O Coronavírus como principal impeditivo do setor de serviços em 2020

 Desde julho de 2017, os principais fatores considerados limitativos para a melhora dos negócios das empresas  do  setor  de  serviços,  quesito  “Fatores Limitativos”  da  pesquisa, eram  a  competição  e  a insuficiência de  demanda. Em março, 40,5% das empresas apontaram a competição era um fator limitativo enquanto 33,2% consideraram a demanda insuficiente. No entanto, em abril a opção de fator limitativo mais indicada pelos empresários foram “Outros fatores” com 60,8% das citações, a maior  proporção  da  série  histórica.  Desses,  cerca  de  80,4%  especificaram  o  “Coronavírus”  ou  os efeitos dele como principal limitação. Em seguida, as maiores parcelas são da demanda insuficiente, que aumentou para 34,3%, e competição, que decresceu de 40,5% para 20,9% no período.

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