
Bebedor predominantemente de vinho tinto, o brasileiro tem, neste período do ano – em que as tem-peraturas vão de amenas a frias -, mais estímulo para aumentar o consumo do seu vinho preferido, que, figur absoluto até nas cartas de vinhos de muitos restaurantes de pescados e frutos do mar existentes por aí. Nada de novo, aliás, o mundo todo consome mais tintos.
Essa preferência é condicionada por variadas razões. A saúde é uma delas, pois, está comprovado que, bebido com moderação, o vinho traz inegáveis benefícios para uma melhor qualidade de vida e uma vida mais lon-ga. E isto não se deve apenas ao álcool, mas às cente-nas de substâncias contidas no vinho, como os fenóis, que, segundo estudos científicostêm efeito protetor nos vasos capilares e no colágeno nas paredes dos vasos sanguíneos, retardando a agregação das plaquetas e evitando, assim, a formação de coágulos; além de se-rem antioxidantes. Outros tantos benefícios para a saúde estão sobejamente relatados. A informação é recorrente.
A gastronomia é a maior das razões, já que o vinho tinto veio em função da boa mesa. Leve, fresco, fru-tado, encorpado, tânico, macio, qualquer que seja o seu estilo, ele é onipresente com a comida. A perfeita harmo-nização entre o prato e o vinho engradece a comida e o vinho, mas, a escolha do vinho para determinada comida, e desta para um certo vinho, não é tão simples.
Vinhos elaborados a partir de determinadas uvas combinam melhor com determinados alimentos, e, exata-mente por isto, conhece-los nos permite saber dos seus segredos e, logo, das características dos vinhos tintos delas elaborados, e a sua melhor escolha para o prato. Trocando em miúdos, cada variedade de uva transmite a tipicidade do vinho, com as contribuições externas de solo, clima e as intervenções humanas.
Dentre os milhares de variedades de uvas para vi-nhos, algumas são grandes estrelas, conhecidas e apre-ciadas mundo afora. É sempre oportuno falar delas.
Cabernet Sauvignon – É a mais popular. Seus vi-nhos são de vermelho escuro, encorpados e estrutura-dos, e como tem fácil adaptabilidade a diferentes solos e climas, apresenta vários estilos, dependendo de onde ve-nha. Seu “kit” aromático inclui groselha preta, frutas pre-tas, pimentão, chocolate amargo, cedro, menta e hortelã.
Cabernet Franc – Como tem amadurecimento muito cedo, melhor se adapta em climas mais frios. Pos-sui taninos suaves, e, embora se diga que a sua acidez seja menor do que na Cabernet Sauvignon, em algumas regiões é o contrário. Seus melhores vinhos são avelu-dados e encorpados, e seus sabores mostram pimenta, tabaco e chocolate.
Pinot Noir – Famosa e complexa, elegante e delicada, seus taninos são amigáveis e o corpo, sedoso. Os aromas são de morangos, cerejas, framboesa e ameixas pretas, com taninos delicados.
Tempranillo – Seus taninos são delicados e os vi-nhos têm notas frutadas. Possuem vermelho intenso com aromas de morango, tabaco e especiarias.
Tannat – Cor bem escura e adstringência bem marcante. Isto vale para os dois estilos, a do Madiran e a do Uruguai. Neste a Tannat é menos encorpada e mais dócil, ao contrário da dureza tânica daqueles. Os aromas são de frutas vermelhas, tabaco, framboesa e madeira.
Sangiovese – Uma das melhores e mais cultiva-das castas da Itália. Possui estrutura tânica delicada, ao lado de grande elegância, com notas de especiarias e ta-baco. Os vinhos são encorpados.
Syrah/Shiraz – Vinhos encorpados e adoráveis, com excelentes taninos e aromas de amoras, pimenta preta e plantas silvestres.
Nebbiolo – Poderosa em estrutura tânica, enorme potencial de envelhecimento, gera vinhos ricos, encorpa-dos, além de complexos. Aromas de alcatrão, chocolate amargo, especiarias, amoras e ameixa seca.
Carmenére – Originária da região de Bordeaux, essa uva faz história no Chile, onde foi encontrada, aci-dentalmente, em 1994. Produz vinhos com aromas ve-getais intensos, cereja, tabaco, ameixa seca. Tem pouco tanino.
Barbera – Uma das mais plantadas cepas da Itá-lia. Produz vinhos de grande acidez e poucos taninos, mas, quando passa por fermentação em barrica seu vi-nho é complexo.
Touriga Nacional – Produz vinhos encorpados, com taninos firmes,delicados e elegantes. Seus aromas incluem violetas, amora, ameixa e notas de chocolate escuro.
Pinotage – Produz vinhos taninosos e densos com notas de frutas, como ameixa e groselha preta.
Afinal,os tintos são um universo com constituição rica e sabores complexos, tornando-se parceiros da mais ampla gastronomia e preferência geral e irrestrita.
EXPOVINIS
Aquela que era considerada a maior feira de vinhos da América Latina foi – usando um eufemismo -, descon-tinuada, e já não acontecerá a partir deste ano, segundo o noticiário. Pelo que se depreende das notícias, o fimda feira é decorrência da redução de expositores nacionais e internacionais, situação que vinha ocorrendo desde 2016.
O prejuízo para o vinho é evidente, pois um even-to de tamanha expressão, mutatis mutandis, no nível de outros na Europa, como, Prowein, Vinoexp, Vinitaly e Winexpo, movimento todo o segmento, e mais, no caso do Brasil, contribuindo para o crescimento da cultura do vinho e do interesse pela bebida.
Esperemos que, amanhã com a economia do País conduzida com competência, a feira retorne levando, como o fez em sua existência, milhares de pessoas ao seu espaço.
HOMENAGEM
Para comemorar seu aniversário, no dia 1º de maio, o querido Júlio Laender, cercado pelos familiares, recebeu dezenas de amigos vindos daqui e dali. Como o aniversa-riante é grande apreciador de vinho, a bebida circulou re-giamente durante a comemoração. Na ocasião, discursos ressaltaram o currículo de Júlio Laender, destacando um passado de defesa dos interesses nacionais, à frente de grandes instituições brasileiras.
GUIA
Aguarda-se para os próximos dias o lançamento de guia de vinhos com descontos em restaurantes de Belo Horizonte. O guia tem como objetivo estimular o consumo de vinhos em restaurantes participantes, através da prática de descontos variados em suas cartas de vinhos.
Tim, tim.
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