Canadá é mercado promissor para empresas brasileiras de games que pretendem internacionalizar-se
Canadá é mercado promissor para empresas brasileiras de games que pretendem internacionalizar-se
Canadá é mercado promissor para empresas brasileiras de games que pretendem internacionalizar-se

Governo canadense abate até 40% dos impostos de empresários estrangeiros que utilizam mão de obra local. O país tem uma das maiores indústrias de games do mundo

Um recente estudo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) aponta o Canadá como um promissor mercado para empresários do setor de games que pretendem internacionalizar seus negócios. Após missão prospectiva em Vancouver, Toronto e Montreal, a área de Inteligência de Mercado da Agência mapeou as oportunidades para o desenvolvimento de games no país, e identificou que o Canadá apresenta, além do ecossistema desenvolvido, políticas públicas que estimulam a indústria criativa e de tecnologia local, as quais favorecem não somente os canadenses, mas também as empresas estrangeiras estabelecidas ali. Os governos das chamadas províncias (o equivalente aos estados, no Brasil) oferecem facilidades que reduzem significativamente os custos produtivos para as empresas que decidem se estabelecer no país e utilizar mão de obra local, como, por exemplo, por meio de reembolsos de até 40% nos impostos pagos pelas empresas.

Tanto é que o Canadá já tem atraído grandes players internacionais. O setor de games do País se tornou um dos mais produtivos do mundo. Hoje a indústria canadense de games é uma das maiores, com mais de 900 empresas estabelecidas. Nos últimos anos, gigantes como a francesa Ubisoft e a americana Electronic Arts se instalaram em terras canadenses atraídas pelos benefícios.

Segundo o analista de Inteligência de Mercado e coautor do estudo da ApexBrasil, Zimmer Bom Gomes, o Canadá é um dos grandes hubs mundiais do setor de jogos eletrônicos e potencial destino para as empresas brasileiras de diferentes maturidades fazerem negócios. “As políticas públicas são, além de atraentes, inspiradoras, tanto que outros países, como a Austrália, por exemplo, estão adotando medidas semelhantes”, destaca.

Parceria para desenvolvimento de jogos 

O estudo identificou também oportunidades de atuação das empresas brasileiras para external development e co-produção de games. “A presença de grandes estúdios no país gera uma constante demanda por parcerias para external development , ou seja, empresas instaladas no Canadá delegando partes do desenvolvimento de seus games como a arte, animação, efeitos visuais para empresas brasileiras”, explica o também analista de Inteligência de Mercado da ApexBrasil e coautor do estudo Rodrigo Wutke. Já o co-development (co-produção), segundo ele, envolve uma relação mais estreita, pois o projeto de game passa a ser desenvolvido conjuntamente. “O co-development exige confiança e envolvimento. E tem acontecido muito, é um excelente caminho para as empresas trocarem experiência, conhecimento e tecnologia”, diz Wutke.

Um exemplo de co-development de sucesso no Canadá e em outros países é o da empresa de São Paulo, hoje instalada no Ceará, GamePlan. Criada em 2014, é uma desenvolvedora de jogos especializada em co-produção internacional. Segundo o CEO da empresa, André Faure, o Canadá é sem dúvida o melhor destino para a empresa brasileira que deseja expandir seus negócios no setor games. Dois dos principais contratos da GamePlan são de co-produção com empresas canadenses. Para Faure, a grande vantagem desse tipo de negócio é a oportunidade de troca de tecnologia e experiência com os canadenses, que estão muito à frente de nós em diversos aspectos nesse setor. “Trabalhar com eles nos acelera no ponto de vista de abrir portas para novos mercados no mundo todo”, conclui.

Logo que surgiu, há 8 anos, a GamePlan participou do Programa de Qualificação para Exportação da ApexBrasil, o PEIEX, e também integrou o Projeto Setorial Brazil Games, parceria da Agência com a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames). “O suporte da ApexBrasil foi fundamental para o crescimento da empresa. Aumentamos 700% de tamanho e meu faturamento cresceu 1000%. Saí de 5 funcionários para 30”, afirma. Além do Canadá, a empresa trabalha em co-produção com Espanha, Coreia, França, Estados Unidos e Barcelona.

Brasil: queridinho 

Os canadenses afirmam que o Brasil está em um bom momento para parcerias no setor. O relatório da edição de 2022 do XDS – External Development Summit, evento internacional mais importante da indústria de jogos voltado para o desenvolvimento externo, que ocorre anualmente em Vancouver, apontou o Brasil como a região mais promissora para prestação de serviços na indústria de jogos em 2021 e 2022. O evento ocorre desde 2013, quando o Projeto Brazil Games começou a levar empresas brasileiras para participar deste e de outros eventos, promovendo a imagem e os serviços dos estúdios brasileiros de jogos. O projeto apoia cerca de 120 empresas e, além de levá-las a feiras, promove a atração de investimentos e rodadas de negócio.

Segundo a diretora da Abragames e gerente do Brazil Games, Eliana Russi, a indústria brasileira começou a ser reconhecida pelo seu potencial nos últimos 10 anos, muito em função das ações do projeto. De acordo com o Relatório da Indústria Brasileira de Games 2022, desenvolvido pelo Brazil Games, o Brasil é hoje o maior mercado de jogos eletrônicos da América Latina, com receita estimada em R$ 11 bilhões em 2021, e o 5º maior consumidor de games do mundo. A produção também está crescendo: desde 1982, quando o primeiro game brasileiro foi lançado, até hoje, o país soma mais de mil estúdios e 12.440 empregos gerados.

Russi afirma que os estudos de mercado da ApexBrasil são uma ferramenta essencial. “O que o Brasil quer não é exportar talentos, mas fazer parceiros, fazer negócios. Para nossas empresas é muito interessante fazer parceria com o Canadá, pois ele é porta de entrada para muitos outros mercados. O estudo da Agência é uma ferramenta para saber como chegar lá”, conclui.

A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência apoia atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira.

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