Se o país quiser universalizar o saneamento e oferecer serviços adequados de água e esgoto para a população de todas as regiões do território nacional, terá que desembolsar o montante de R$ 753 bilhões até 2033. Essa é a principal conclusão do estudo “Quanto custa universalizar o saneamento no Brasil?”, conduzida pela KPMG em parceria com a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon).

De acordo com o conteúdo, mantidos os ritmos atuais de investimentos e avanço nos índices de atendimento e as condições observadas nos últimos anos, a universalização dos serviços de água e esgoto no Brasil ocorreria somente em 2055.

“O Brasil precisa ter consciência de que atingir a universalização do sistema de saneamento deve ser assunto de todos. As discussões atuais sobre o novo marco regulatório do setor são uma ótima notícia para toda a sociedade. Investir mais de R$ 700 bilhões até 2033 irá requerer um esforço conjunto do setor público e privado, o que trará benefícios sociais, ambientais e econômicos para o país”, sócio-líder do setor de governo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Mauricio Endo.

A pesquisa também destaca que, até 2033, deverão ser investidos R$ 255 bilhões para recomposição da depreciação, sendo R$ 145 bilhões para a recomposição dos ativos já existentes e R$ 110 bilhões das novas infraestruturas de saneamento. Além disso, são necessários R$ 498 bilhões de investimentos overnight para a expansão da infraestrutura atual de água e esgoto, o que equivale a R$ 31 bilhões por ano até 2033.

Na área de esgoto, precisam ser investidos R$ 22 bilhões por ano até 2033 para universalizar os serviços, sendo que as regiões Norte e Nordeste totalizam 35% da necessidade desse montante. Em termos de tratamento e distribuição de água, são necessários no país R$ 9 bilhões por ano até 2033.

O estudo revela ainda que o Sudeste é a região com o maior volume de investimento para alcançar a universalização. Apesar de possuir os melhores índices de atendimento, as metas estabelecidas no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) são superiores se comparadas às de outras regiões, o Sudeste também precisará investir muito na recomposição de ativos que já estão depreciados.

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