Relatório apresenta uma radiografia do problema no Brasil e traz propostas de soluções em nível nacional, estadual e municipal

O país perdeu 479.857 vidas no trânsito entre 2007 e 2018. O custo desses acidentes chegou a R$ 1,584 trilhão, segundo o estudo Impactos Socioeconômicos dos acidentes de transporte no Brasil, divulgado no dia 22 de setembro último pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A análise, feita em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), utiliza dados de mortalidade do Datasus, do Ministério da Saúde – que inclui internações e reembolso de gastos – e aplica o Valor Estatístico da Vida (VEV), estimado em R$ 2,26 milhões a valores de dezembro de 2018.

A pesquisa contabiliza pedestres, motociclistas, acidentados em automóveis, ciclistas, e ainda meios de transporte aquaviários, ferroviários e aéreos. A avaliação considera uma série de fatores, como quantidade de indenizações pagas por morte e por categoria de veículos. A maior parte das vítimas são jovens de 18 a 34 anos, mas também foram constatados dados bastante elevados de acidentes com idosos, principalmente devido à reduzida capacidade em atravessar a rua com segurança, por exemplo.

O número de mortes de crianças caiu com a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas infantis, a partir de 2008. Por outro lado, os acidentes fatais associados às motocicletas ultrapassaram os óbitos dos automóveis a partir de 2009, quando as vendas de motos subiram consideravelmente – menores preços, isenções tributárias, gastos em combustíveis e manutenção fizeram da motocicleta uma opção de transporte de baixo custo para famílias de baixa renda.

O estudo analisa custos sociais e financeiros dos acidentes e apresenta propostas de políticas de transporte em nível federal, estadual e municipal. Os pesquisadores sugerem, por exemplo, privilegiar os vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas) no traçado de vias, em vez de veículos. Outra proposição é rever a regulamentação de equipamentos de segurança individual dos diversos meios de transporte.

Entre os problemas identificados está também a profusão de regras federais, estaduais e municipais – a exceção são os setores aéreo e aquaviário, que seguem regulamentações internacionais. Os pesquisadores recomendam a adoção de um modelo único de registro das ocorrências e posterior investigação dos peritos, para evitar novos acidentes. De acordo com o estudo, novas diretrizes para as políticas de transporte também impactariam os sistemas de saúde e previdenciário brasileiros.

Em um ano, brasileiros quase triplicam o uso de pagamentos via dispositivos móveis

Relatório anual de meios de pagamento mostra que há vasto espaço para crescer no Brasil: atualmente, 21% dos brasileiros declara ter usado os chamados pagamentos móveis pelo menos uma vez por mês, percentual que era de 8% no ano passado

Os brasileiros estão cada vez mais próximos do ambiente digital. Com a pandemia, ficou ainda mais fácil ver a importância que a internet tem na vida de todos –seja para entretenimento, fazer compras ou trabalhar, o fato é que seu uso ganhou proporções ainda maiores com o isolamento social. Mas, mesmo antes desse período tão intenso, o ambiente digital já era visto com cada vez mais adesão pelos brasileiros para uma atividade de suma importância: a de realizar pagamentos.

De acordo com a Minsait Payments, a filial de meios de pagamento da Minsait (uma empresa Indra), os brasileiros triplicaram o uso de pagamentos via dispositivos móveis em um ano: em 2018, apenas 8% dos consumidores declararam ter usado esse meio de pagamento no último mês, porcentual que subiu para 21% em 2019, superando até mesmo países como o Reino Unido.

As conclusões fazem parte do IX Relatório de Tendências de Meios de da companhia, apresentado no mês de setembro durante um webinar. O material apresenta anualmente informações sobre a evolução dos meios de pagamento em 11 países da Europa e da América Latina e, para isso, usa dados de mais de 4 mil cidadãos e entrevistas de 45 executivos do setor de meios de pagamento dessas regiões.

Ainda de acordo com o relatório, quando divididos por categorias (Pagamento NFC, QR code dinâmico, QR code estático e Pagamento in-app), é possível ver que os brasileiros têm grande familiaridade com o in-APP – usado por exemplo em aplicativos de transporte e de comida –, indicado por 44% dos entrevistados. Também são bastante relevantes os pagamentos com QR Code, em detrimento dos NFC (comportamento totalmente inverso ao da Europa e mais especificamente, do Reino Unido).

Considerando o cenário brasileiro na evolução dos meios de pagamento, Ricardo Granados, head da Minsait Payments no Brasil, aponta que a situação no país é desafiadora. “Os números são excelentes, mas para ter sucesso nesse setor é necessário lembrar que há uma barreira muito grande a ser superada no país: a desconfiança ou irrelevância do recurso para boa parte da população. Além disso, muitos dos entrevistados relataram que a falta de aceitação desse meio de pagamento por estabelecimentos comerciais também é uma barreira para seu uso frequente. São fatores que, sem dúvida, vão exigir atenção especial dos empresários especialmente no contexto pós-COVID”, explica.

Mas, o setor está longe de sofrer com a falta de interesse de empresas em explorá-lo. De acordo com o relatório, há uma infinidade de players concorrendo para dominá-lo, sendo a concorrência mais acirrada entre os fabricantes de dispositivos (respondem por 29% desse mercado), os bancos (27%) e os meios de pagamento como MercadoPago (27%).

“O Brasil tem um grau de evolução de meios de pagamento maior do que o restante da América Latina. Isso pode ser observado quando analisamos, por exemplo, que o cartão de crédito ou débito já é considerado o principal meio de pagamento utilizado por metade dos brasileiros bancarizados, ocupando o lugar do dinheiro físico. As transferências também estão crescendo de forma significativa e devem permanecer assim, especialmente após a aprovação de novas iniciativas como o PIX”, reforça o executivo.

Cartões de crédito já são mais populares do que o dinheiro

Em números, o relatório mostra que o uso de cartões de crédito pela população bancarizada no Brasil aumentou significativamente de 2018 para 2019: antes, 47% desse público apontava este como principal meio de pagamento, porcentual que subiu para 52% – ficando acima até mesmo do índice registrado pela América Latina, de 49%. Enquanto isso, o dinheiro físico apresentou queda significativa no mesmo período: em 2018, 40% das pessoas apontavam-no como principal meio de pagamento, porcentual que caiu para 25% no ano seguinte (inferir ao registrado na América Latina em geral, de 31%).

Isso pode estar relacionado com a oferta crescente de novas instituições financeiras no país. Ainda de acordo com o relatório, o Brasil é o país que cresceu de forma mais significativa em termos de multibancarização (em 2018, 47% das pessoas operavam com mais de um banco, percentual que subiu para 62% em 2019). Ou seja, cada vez mais, os brasileiros são menos “fiéis” a uma instituição financeira só.

Para a companhia, isso favorece a entrada de novos players, como grandes empresas de tecnologias e neobancos, como o Nubank. Além disso, os números mostram uma reação positiva também das instituições ditas ‘tradicionais’, que concordam em cooperar com essas novas empresas de tecnologia em vez de competir com elas – um ponto de vista corroborado por metade dos executivos entrevistados.

“No contexto atual, empresas e instituições governamentais têm a oportunidade de orientar os brasileiros em suas transações e reforçar o papel positivo que os pagamentos eletrônicos podem oferecer, principalmente após a pandemia. Para isso, a comunicação efetiva aos consumidores e a orientação aos lojistas podem ser ações-chave para diversificar ainda mais a indústria de meios de pagamento no país, sem correr o risco de banalizar o uso do cartão de crédito”, finaliza Granados.

 A Minsait, uma empresa da Indra, é uma empresa líder em consultoria de transformação digital e tecnologia da informação na Espanha e na América Latina. A Minsait apresenta um alto grau de especialização e conhecimento setorial, complementados com sua alta capacidade de integrar o mundo core ao mundo digital, sua liderança em inovação e transformação digital e sua flexibilidade. Com isso, concentra sua oferta em propostas de valor de alto impacto, baseadas em soluções end-to-end, com uma notável segmentação, o que permite obter impactos tangíveis aos seus clientes em cada setor sob uma abordagem transformacional. Suas capacidades e sua liderança são mostradas na oferta de produtos, sob o nome de Onesait, e sua oferta transversal de serviços.

Presente no Brasil desde 1996, a Indra é uma das principais companhias de tecnologia e consultoria do país. Conta com mais de 8.500 profissionais, escritórios distribuídos nos principais estados brasileiros e quatro Centros de Produção. A companhia faz parte de alguns dos projetos mais inovadores para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil nos setores de Transporte & Defesa e de Tecnologia da Informação (TI), os quais estão agrupados em sua filial Minsait.

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