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Afastada de seu público por dois anos, por bons motivos, a Casa Fiat de Cultura retorna. Nova sede, novo endereço, corpo e alma novos. É verdade que a antiga sede do Belvedere nos deixa saudade, tantas foram as felizes realizações que ali apresentamos, conquistando a crescente adesão de um público que se fidelizou em números expressivos: foram mais de 800 mil pessoas que nos visitaram.
 
Foi por apreço a esse público que tomamos a decisão de aceitar a oportunidade que nos foi oferecida, a de implantarmos a nova sede da Casa Fiat de Cultura no Palácio dos Despachos, para integrar o Circuito Cultural Praça da Liberdade, no coração do Centro Histórico da cidade de Belo Horizonte. Entre essa decisão e a data de hoje permeiam esses nossos dois anos de distanciamento, durante os quais repensamos nosso papel e redefinimos nossa forma de atuação.
 
Esteja certo, ilustre governador Alberto Pinto Coelho, de que vamos zelar pelo Palácio dos Despachos, como bem público que é, e como novo ponto de encontro dos mineiros com a cultura e com as artes. Do ousado projeto original de Luciano Amédée Peret à criatividade de Marcio França e Carolina Arantes, esta casa encontra uma nova vocação que irá honrar a original.
 
Se fizesse agora todos os agradecimentos a que estou obrigado, como forma de reconhecimento público aos que conosco trabalharam e nos apoiaram, eu teria de me alongar infinitamente, para desespero de todos os presentes.
 
Concentro-me então em apenas quatro nomes: Representando todos aqueles que diretamente trabalharam conosco nessa empreitada ousada, agradeço ao meu colega de diretoria na Casa Fiat de Cultura, o incansável Gilson Carvalho.
 
Para simbolizar o apoio de quem, nos diversos órgãos públicos, nos orientou, guiou e vestiu o nosso uniforme, peço licença ao governador Pinto Coelho para designar aquele homem público que, nesses dois anos, sabiamente instigado pela querida secretária Eliane Parreiras, em todas as solenidades a que estive presente, honrava-me ao citar meu nome em seus discursos, cobrandome publicamente o cumprimento desta data de 9 de junho de 2014. Governador Antonio Anastasia, missão cumprida! Muito obrigado.
 
A Cledorvino Belini, presidente do nosso Conselho Deliberativo, agradeço, sempre, pelo desafio inicial que me atirou e por comigo dividir a crença de que os valores humanos constituem o primeiro mandamento do decálogo da sustentabilidade.
 
A Sergio Marchionne agradeço Davi Martins não apenas por ter cruzado o oceano para estar conosco nesta inauguração, fato por si só marcante e que celebraremos sempre, mas porque essa vinda representa a continuidade do entusiasmo que manifestou por nosso trabalho desde sua primeira visita à Casa Fiat. As palavras de incentivo que deixou registradas naquela ocasião, sob o impacto do Caravaggio, foram decisivas para que nos animássemos, de alma renovada, para a implantação de nossa nova sede na Praça da Liberdade. Sergio Marchionne, verdadeiro humanista, verdadeiro homem FIAT, mais uma vez, obrigado.
 
Esta exposição inaugural, “Barroco Itália Brasil – Prata e Ouro na Casa Fiat de Cultura”, lindamente curada por Rossella Vodret, Giorgio Leone e Ângelo Osvaldo de Araújo Santos, proclama a antiguidade e a perenidade dos vínculos da Itália com o Brasil, muito especialmente com os mineiros.
 
Esse Barroco que se incorpora com expressão tão peculiar no espírito de Minas, na alma de nossa gente, em nosso imaginário, em nossa sensibilidade, faz-nos vibrar no mesmo tom da melodia que anima o heroico povo de Nápoles, que preservou intacto o Tesouro de San Gennaro.
 
Sejam todos bem-vindos à nova Casa Fiat de Cultura! Discurso de José Eduardo Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura, pronunciado durante a solenidade de inauguração da Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte – MG., 09.06.2014 
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