Bagan – Mianmar: Fascínio e religiosidade na antiga Birmânia
Bagan – Mianmar: Fascínio e religiosidade na antiga Birmânia
Bagan – Mianmar: Fascínio e religiosidade na antiga Birmânia

Paulo Queiroga

Em geral, o Sudeste da Ásia encanta o viajante ocidental pela tradição do budismo, riqueza de detalhes das construções e pela delicadeza do povo. Uma vez lá, o viajante precisa preparar o espírito e deixar se hipnotizar com cenários realmente extraordinários. Mianmar (antiga Birmânia) é um desses lugares singulares que nunca sairá da nossa memória.

A cidade de Bagan, antiga capital do reino, entre os séculos XI e XIII, preserva uma das paisagens mais impressionantes do planeta.

Quando era a capital do primeiro império birmanês, foram edificados milhares de templos budistas na cidade. Hoje existem ruínas de cerca de 2.200 templos, distribuídos numa área de 25 quilômetros quadrados. As construções são rústicas, quase sem cores e com poucos adornos. O que realmente impressiona é a quantidade de templos dispostos nas pequenas vilas formando um conjunto de edificações monumentais entre campos de cereais e legumes, num cenário capaz de emocionar o viajante mais experiente. Essa maravilha permaneceu escondida por séculos, em razão do regime político extremamente fechado de Mianmar, que isolou o país do restante do mundo.

A história de Bagan é visceralmente ligada ao budismo. No ano de 1044, o rei Anawrahta tomou o trono à força e unificou grande parte da Birmânia, com fundamento no Budismo Theravada. O significado desta linha religiosa é “Doutrina dos Sábios”, a escola mais antiga e conservadora do budismo, que predominou por muitos séculos na Birmânia, Sri Lanka, Camboja, Laos, Tailândia e se estendeu por todo o Sudeste Asiático.

Com o fundamentalismo religioso imposto aos birmaneses, o rei unifica a região, passa a construir templos e converte a população ao Budismo Theravada.

Por até 200 anos após a morte do rei, milhares de templos foram construídos pelos seus seguidores, até que, em 1287, Kublai Khan (filho de Gengis Khan, da Mongólia) invade a cidade e paralisa as construções. A partir da invasão, esse lugar único permanece intacto e perdido no tempo.

Em 1975, um terremoto destrói toda a região. Em 1990, já com visão estratégica e foco no turismo, o governo resolve investir na reconstrução dos monumentos.

Após uma ditadura militar sangrenta, Mianmar passa a ser exemplo de abertura política convidando estrangeiros a descobrirem este lugar que parece existir apenas em sonhos.

Atualmente, Bagan resgata a importância religiosa e cultural da região em razão do turismo. O país recebe atualmente mais de um milhão de viajantes por ano tornando-se uma das principais fontes de recursos.

A melhor maneira de se deslumbrar com essa paisagem única no mundo é dentro de um balão. Entre os meses de novembro a maio, balões decolam a cada manhã com visitantes em voo panorâmico sobre as vilas, num cenário espetacular.

O crescimento do turismo ampliou a demanda por voos de balão gerando até lista de espera. Novos balões coloridos estão se juntando aos existentes, o que torna a paisagem um verdadeiro espetáculo.

Com clima extremamente quente o ano todo, as temperaturas em Mianmar estão sempre acima dos 30 graus superando os 40 graus entre fevereiro e maio.

Como chegar: De onde você estiver no Sudeste da Ásia, você chega facilmente a Bagan. De avião, há diversos voos saindo diariamente de Yangon, ex-capital de Myanmar (1 hora de voo). Existem conexões saindo de Bangkok, Cingapura, Hanoi e Chiang Mai. Também saem ônibus noturnos de Yangon para Bagan. Outra opção é ir de barco (9 horas de viagem), saindo da cidade de Mandalay, em Myanmar.

Em 2007, Bagan se candidatou para constar da lista das Sete Maravilhas do Mundo. Mas, ainda culturalmente fechado ao mundo, o país não investiu o suficiente em campanhas internacionais e este conjunto arquitetônico e cultural não chegou nem nas 20 finalistas. Sem dúvida, uma grande injustiça para o patrimônio mundial. Planejando uma viagem para o Sudeste Asiático inclua Mianmar em seu roteiro. Fascínio garantido.

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