Inimá Souza
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Verdade que o Brasil é parte de um admirável mundo novo do vinho, se comparado aos países europeus; e se o início da nossa história vitícola tiver como marco o vinho produzido pelos laboriosos imigrantes italianos e alemães, lá no final do século dezenove, as primeiras cooperativas produtoras de vinho, no entanto, só vão surgir em 1930, data que assinala, também, o lançamento dos primeiros vinhos varietais do país.

Não obstante a revolução nos perfis e qualidade ocorrida entre as décadas de 1950 e 1970, foi a partir dos anos 90, a trajetória de modernização do vinho brasileiro, graças à adoção de igual modernização nos vinhedos e na estrutura industrial vitícola de tradicionais regiões, além da consolidação de novas áreas produtoras. Certamente, como resultado do aporte de capital e tecnologia trazidos de fora.

Modernização incessante – e tendo como motriz um mercado cada vez mais exigente –parcela, criteriosamente, o solo das múltiplas áreas produtoras para melhor adaptar as centenas de cepas que, hoje, compõem o cenário viticultor do país, e no qual, mais que as tradicionais francesas e italianas, perfeitamente adaptadas, encontram-se dezenas de outras variedades produzindo vinhos de surpreendente qualidade.

É isto, qualidade, que buscada obsessivamente, nas últimas décadas, mudou a cara do vinho brasileiro, dando-lhe perfil e reconhecimento internacional, atestados por extensa lista de premiações. Segundo a Associação Brasileira de Enologia (ABE), foram 4.535 premiações conquistadas entre 1995 e 2019, em concursos internacionais.

Essa qualidade está consagrada nos reconhecimentos oficiais do Brasil, que, nos últimos anos, chegaram a cinco Indicações de Procedência (IP) e uma Denominação de Origem (DO), sabido que esta, em qualquer região produtora no mundo, é parâmetro de qualidade.

O aumento no consumo, registrado a partir de 2019, indica que o brasileiro abraçou o seu vinho. Segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), o Brasil, naquele ano, rompeu a barreira dos 2 litros per capita, atingindo, agora, a marca de 2,13 litros.

É assertivo que esse crescimento no consumo não decorre do mero reconhecimento da qualidade, senão, também, da diversidade de estilos, novos hábitos e o câmbio, que deu ao produto brasileiro maior competitividade em face do importado e a ótima relação custo-qualidade.

Enfim, com qualidade, identidade, tradição e presente nas mesas mundo afora, assim caminha o vinho brasileiro.

CASA DO PORTO
As atuais instalações da tradicional importadora ficaram pequenas para suas demandas. Segundo Júnior Ribeiro, sócio da Empresa, no começo de 2021, ocorrerá mudança para novas instalações com 1.200 metros de área, dotada de dois ambientes para eventos, com capacidade para 40 e 200 pessoas, respectivamente, loja ampla, espaço para reunião de confrarias, ampla cozinha e outros mimos. As futuras instalações ficam nas proximidades do Lourdes.

GUIA
A caminho do lançamento no mercado um novo guia. Esse, inédito, terá o objetivo de incrementar a venda de vinhos à mesa nos restaurantes. Segundo a Wine Center D.O.C, responsável pela iniciativa, o guia, com proposta atraente, será instrumento à disposição do segmento – especialmente nesta conjuntura -, e assim contribuindo com o resgate da sua liderança na comercialização de vinho.

Tim, tim.

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