Carlos Alberto Teixeira de Oliveira
Carlos Alberto Teixeira de Oliveira
Carlos Alberto Teixeira de Oliveira

As despesas com juros pagas pelo governo brasileiro sobre a dívida pública são como um saco sem fundo

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira

Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis. Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais.  Ex-Presidente do BDMG e ex-Secretário de Planejamento e Coordenação Geral de Minas Gerais; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico e Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico e Editor Geral de MercadoComum.

As despesas com juros pagas pelo governo brasileiro sobre a di?vida pu?blica sa?o como um saco sem fundo
As despesas com juros pagas pelo governo brasileiro sobre a di?vida pu?blica sa?o como um saco sem fundo

“Com taxas de juros que chegaram a mais de 25% ao ano e um crescimento medíocre da economia, o resultado é inexorável: a relação dívida e PIB cresce. O Estado brasileiro custa muito e gasta mal? Com certeza, mas não é essa a razão do crescimento da dívida. A política de taxa de juros do Banco Central, do real até muito recentemente, foi um gravíssimo equívoco. A história irá deixar claro o preço de uma política de juros extraordinariamente altos, associada a uma pesada e kafkiana carga fiscal.” –( André Lara Resende – O Estado de S. Paulo – 25.11.2020)

Não há registro na história da política monetária dos Estados Unidos da América de taxa de juros reais praticadas pelo Federal Reserve Bank acima de 5,5% ao ano. No Brasil, desde 1999 quando foi instituído o Regime de Metas de Inflação, com o estabelecimento da taxa básica de juros – Selic – pelo Conselho de Política Monetária do Banco Central – esse patamar de juros reais de 5,5% ao ano já foi superado 11 vezes, chegando a atingir 12,73% em 2005. Em termos nominais, chegou a atingir 25% ao ano no final de 2002 e, por dezessete vezes desde que foi instituída, foi superior a 10% ao ano.

Desde 2010, após a Crise Financeira ocorrida no ano anterior, os Estados Unidos e parcela significativa dos países considerados desenvolvidos abandonaram a prática de juros básicos reais positivos e passaram a adotar uma política de remuneração negativa.

O Brasil continuou mantendo a mesma sistemática anterior de juros reais, isto é, acima das taxas de inflação corrente– exceção verificada apenas nos anos de 2020 e 2021, sendo retomada novamente neste ano, o que possibilitou ao país recuperar a posição de líder mundial da taxa real de juros mundial mais elevada.

No período de 2009 a 2021, enquanto o PIB norte-americano registrou expansão acumulada de 24,2%, no Brasil esse crescimento ficou em modestos 15,4% – muito pouco para um país considerado emergente.

No mesmo período, enquanto a remuneração real dos títulos Fed Funds do governo norte-americano contabilizou rendimentos reais negativos de 18,1%, no Brasil a Selic ofereceu ganhos reais acumulados a seus investidores – isto é, já descontada a inflação, de 44,6%.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – DESPESAS DE JUROS DO GOVERNO FEDERAL
ESTADOS UNIDOS DA AME?RICA – DESPESAS DE JUROS DO GOVERNO FEDERAL

 

Em 2021, o governo federal dos Estados Unidos gastou, a título de pagamento de juros nominais sobre a dívida pública, a importância de US$ 561,08 bilhões (equivalentes a 1,9% da dívida bruta e a 2,4% do PIB)– o governo federal brasileiro despendeu US$ 75,42 bilhões (equivalentes a 5,9% da dívida bruta e a 4,7% do PIB).

Para este ano, no caso brasileiro, as projeções apontam que que o gasto consolidado de juros nominais (União, Estados e Municípios) deverá passar de 5,2% registrados no ano anterior, para 8,9% sobre o PIB decorrente, principalmente, dos aumentos da Selic, que poderá saltar de uma taxa média anual de 4,8% em 2021, para 12,4% neste.

As projeções indicam que a despesa consolidada dos gastos com juros nominais sobre a dívida pública brasileira deverá registrar uma elevação de US$ 75,42 bilhões em 2021, para US$ 143,07 bilhões no atual exercício.

Cabe salientar que a dívida pública federal norte-americana é cerca de 21 vezes maior do que a brasileira. No entanto, relativamente às despesas com pagamento de juros, no caso norte-americano, estas são superiores apenas o equivalente a cerca de 7 vezes àquelas contabilizadas pelo Brasil.

Setor público brasileiro deverá pagar juros de R$ 783,77 bilhões em 2022 – 8,89% do PIB e 1/4 da arrecadação tributária

Os juros nominais do setor público brasileiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$30,8 bilhões em março de 2022, comparados a R$49,5 bilhões em março de 2021. Contribuiu para a redução o resultado das operações de swap cambial (perda de R$16,6 bilhões em março de 2021 e ganho de R$40,3 bilhões em março de 2022), mais do que compensando os aumentos da taxa Selic e do IPCA no período. No acumulado em doze meses até março, os juros nominais somam R$403,8 bilhões (4,52% do PIB), comparativamente a R$309,9 bilhões (4,03% do PIB) nos doze meses até março de 2021.

As estimativas indicam que o setor público brasileiro consolidado deverá despender a astronômica cifra de R$ 783,77 bilhões a título de juros nominais sobre a dívida pública em 2022, o que corresponde a 8,89% sobre o PIB – Produto Interno Bruto.

Juros Nominais
Juros Nominais

O impacto fiscal de uma alta no custo da dívida é enorme. Uma elevação média da taxa Selic de 4,81% em 2021 para 12,42% estimada em 2022, numa dívida de 80% do PIB, equivale a um impacto de 6,1% do PIB ao ano. Para efeito de comparação, o investimento público total brasileiro nos últimos anos não chegou a 2% do PIB ao ano. Como a dívida é interna, em moeda nacional, detida por brasileiros, trata-se de uma transferência direta, equivalente a 6,1% do PIB do Estado para o sistema financeiro e seus clientes que foram capazes de poupar e comprar títulos públicos.

 

BRASIL – DESPESAS DE JUROS DO GOVERNO CENTRAL, COMO PROPORÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL BRUTA – Em valores nominais – (%)

1995/2021

Ano                 Despesas com Juros – %

1995                            42,0

1996                            33,0

1997                            28,3

1998                            41,8

1999                            45,7

2000                            35,1

2001                            34,3

2002                            38,3

2003                            43,5

2004                            32,7

2005                            34,9

2006                            28,8

2007                            25,1

2008                            22,2

2009                            22,2

2010                            22,4

2011                            23,3

2012                            19,5

2013                            20,7

2014                            24,7

2015                            38,0

2016                            39,9

2017                            28,2

2018                            24,9

2019                            22,6

2020                            20,0

2021                            20,9

2022*                          35,9

*Projeções

Fonte: Centro de Altos Estudos

Brasil Século XXI/STM-MF

Elaboração MinasPart Desenvolvimento

O renomado economista André Lara Resende, em entrevista concedida ao O Estado de S. Paulo, em 31 de março de 2021, afirmou: “quanto ao nível excessivamente alto dos juros, tenho dúvida de que ele é causado pelo déficit fiscal ou se não é o inverso: os juros altos causam o déficit. O que se sabe hoje é que as políticas monetárias e fiscal não são independentes, precisam ser coordenadas, porque são as duas faces da mesma moeda”.

Em outra entrevista anterior, concedida ao Estado de São Paulo – em 25.11.2020, ele afirmou:

“Em várias ocasiões na história, sobretudo depois de guerras ou catástrofes, inúmeros países tiveram dívidas superiores ao PIB. Hoje, Japão, EUA, Itália, entre outros, têm dívida superior ao PIB. A dívida pública não pode ter uma trajetória explosiva, mas, desde que o seu crescimento acelerado seja transitório, que passada a crise, com as contas reequilibradas e restaurado o crescimento da economia, a relação entre dívida e PIB volte a cair, não há qualquer problema em ultrapassar os 100% do PIB.

Não existe um limite intransponível para a dívida interna e o PIB. O endividamento externo, que depende de financiamento do exterior em moeda estrangeira, é sim perigoso. Como aprendemos com as sucessivas crises da dívida externa no século passado, quando os credores internacionais passam a ter dúvida sobre a capacidade do País de honrar seus compromissos em moeda estrangeira, a súbita interrupção do fluxo de financiamento pode provocar crises gravíssimas. No século passado, o Brasil era importador líquido de petróleo e derivados, assim como de trigo e outras commodities (produtos classificados como básicos por não ter tecnologia envolvida ou acabamento). Precisava de financiamento externo para cobrir o déficit com o resto do mundo. Hoje, somos autossuficientes em petróleo, exportadores líquidos de commodities e temos um setor agropecuário altamente superavitário. O Brasil de hoje não tem dívida pública externa, ao contrário, tem quase 30% do PIB em reservas internacionais. A nossa dívida é interna, do Estado com os brasileiros.”

Em entrevista concedida ao O Estado de S. Paulo, em 31 de março de 2019, Lara Resende afirmou que “A dívida pública denominada na moeda nacional, de um país que controle a emissão de sua moeda, não tem risco. A não ser por uma decisão política de interromper o seu serviço, o governo sempre terá como financiá-la. Se a política fiscal e monetária forem coordenadas e bem executadas, a inflação continuará ancorada e bem comportada. Com o desemprego e a capacidade ociosa atual, a taxa de juros deveria estar bem abaixo da taxa de crescimento. O risco está em prosseguir com a política de juros muito mais altos do que o crescimento. Isto agrava o desequilíbrio fiscal e induz ao aumento da carga tributária. O resultado é o colapso dos investimentos e a asfixia da economia, que não consegue voltar a crescer de forma sustentada”.

Vale destacar texto, também de autoria de André Lara Resende, no Valor Econômico de 08.03.2019: “A nova macroeconomia que começa a ser delineada é capaz de explicar fenômenos incompatíveis com o antigo paradigma. É o caso, por exemplo, da renitente inflação abaixo das metas nas economias avançadas, mesmo depois de um inusitado aumento da base monetária. Permite compreender como é possível que a economia japonesa carregue uma dívida pública acima de 200% do PIB, com juros próximos de zero, sem qualquer dificuldade para o seu refinanciamento. Ajuda a explicar o rápido crescimento da economia chinesa, liderado por um extraordinário nível de investimento público e com alto endividamento. Em relação à economia brasileira, dá uma resposta à pergunta que, há mais de duas décadas, causa perplexidade: como explicar que o país seja incapaz de crescer de forma sustentada e continue estagnado, sem ganhos de produtividade, há mais de três décadas?”

Para Lara Resende, é no mínimo considerado estranho que o sistema financeiro sempre pressione pela alta dos juros. Segundo ele, “pode tratar-se, muitas vezes, de advocacia em causa própria, lobby, na melhor das hipóteses um caso de conflito de interesse, qualquer coisa, menos um argumento racional com sustentação teórica e evidência empírica.”

Taxa de juros Selic
Taxa de juros Selic

TAXA DE JUROS REAIS PRATICADA NOS

ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL

– 2001/2021 – Taxa Real – % ao ano

Ano     Estados Unidos           Brasil

2001                +1,77                           +9,24

2002                -0,79                            +6,18

2003                -0,90                            +12,61

2004                -1,93                            +8,21

2005                -0,14                            +12,73

2006              +2,38                            +11,60

2007              +0,90                            +7,20

2008              +2,10                            +6,27

2009                -2,49                            +5,37

2010               -1,17                            +3,86

2011                -2,73                            +4,97

2012                -1,48                            +2,48

2013                -1,24                            +2,39

2014                -0,40                            +4,34

2015                -0,38                            +2,63

2016                -1,51                            +7,41

2017                -0,98                            +6,77

2018                   –                                +2,72

2019              +0,02                            +1,58

2020                -0,75                               -1,63

2021                -6,41                               -4,77

Acumulada     -7,78                         193,10

Taxas descontadas da Inflação/EUA: Fed Funds; Brasil: Selic

Fonte: FMI/LCA Consultores

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

Juros nas alturas Copom elevou Selic para 12,75% e indica aumento menor para a pro?xima reunia?o

Juros nas alturas: Copom elevou Selic para 12,75% e indica aumento menor para a próxima reunião

Em reunião de política monetária realizada no dia 04 de maio último, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 100 pontos-base, para 12,75% ao ano. A decisão, novamente unânime, veio em linha com a expectativa largamente predominante nos mercados.

Esse é o maior percentual em 5 anos. Em janeiro de 2017, os juros eram de 13%, patamar que durou até abril daquele ano. O mercado esperava esse reajuste e agora aposta que a taxa termine o ano de 2022 em 13,25%.

O comunicado da decisão, sofreu mudanças relevantes, sobretudo na sinalização prospectiva. Duas mudanças, em particular, chamam a atenção: (i) a supressão do trecho, constante da ata anterior, em que o Copom avaliava “que o ciclo de juros nos cenários avaliados” seria “suficiente para a convergência da inflação para patamar em torno da meta ao longo do horizonte relevante”; e (ii) a indicação de que, para “a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude”.

Ou seja, essas mudanças sinalizam com clareza que o Copom ainda não deu por encerrado o ciclo de aperto monetário. O mercado financeiro avalia que essa indicação de que a elevação da Selic será estendida, ainda que a um ritmo mais brando, ocorreu na esteira da percepção da autoridade de que a inflação “seguiu surpreendendo negativamente”. Com isso, as projeções do Copom para a inflação de 2022 e 2023 foram revistas para cima.

Com efeito, a evolução da inflação projetada para o ano que vem pode ter sido decisiva para indicação de que o ciclo de ajuste será estendido: no intervalo entre as reuniões do Copom de março e maio, a mediana de mercado para a alta do IPCA deslocou-se de 3,7% para 4,1%, ao passo que a projeção do próprio Banco Central passou de 3,1% para 3,4% – passando, portanto, a situar-se ligeiramente acima do centro da meta (3,25%).

 

JUROS REAIS NO BRASIL – 2000/2021

Ano     SELIC                         IPCA                           Taxa Real de Juros

% Média Anual           % Média Anual           % Anual

2001    17,63                           7,67                           +9,24

2002    19,48                           12,53                           +6,18

2003    23,08                           9,30                           +12,61

2004    16,44                           7,60                           +8,21

2005    19,15                           5,69                           +12,73

2006    15,10                           3,14                           +11,60

2007    11,98                           4,46                           +7,20

2008    12,54                           5,90                           +6,27

2009    9,92                           4,31                           +5,37

2010    10,00                           5,91                           +3,86

2011    11,79                           6,50                           +4,97

2012    8,46                           5,84                           +2,48

2013    8,44                           5,91                           +2,39

2014    11,02                           6,41                           +4,34

2015    13,58                           10,67                           +2,63

2016    14,17                           6,29                           +7,41

2017    9,92                           2,95                           +6,77

2018    6,56                           3,75                           +2,72

2019    5,96                           4,31                           +1,58

2020    2,81                           4,52                              -1,63

2021     4,81                           10,06                              -4,77

OBS: SELIC: Taxa básica de juros definida pelo Bacen;

IPCA-Índice de Preços ao Consumidor-Amplo calculado pelo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Fonte: Banco Central do Brasil/IBGE

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – JUROS NOMINAIS PAGOS PELO GOVERNO FEDERAL SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA – Em R$ de 2021 – Período de 2001/2022*

Ano              PIB-R$ milhões             Juros Nominais           Despesas de Juros

Em %                          Nominais – Em R$

milhões

2001                5.736,571,8                 3,59                             205.942,92

2002                5.011.735,7                 2,82                             166.710,94

2003                5.479.178,6                 5,94                             355.163,20

2004                6.323.577,1                 3,78                             239.031,21

2005                6.526.066,6                5,94                             387.648,35

2006                6.784.628,7                 5,12                             347.372,98

2007                7.196;446,9                 4,33                             311.606,15

2008                7.563.048,0                 3,10                             234.454,48

2009                7.553.532,7                 4,51                             340.664,32

2010                8.122.174,8                 3,20                             259.897,53

2011                8.444.489,5                 4,13                             348.778,06

2012                8.607.232,7                 3,06                             263.381,32

2013                8.865.864,7                 3,48                             308.532,09

2014                8.910.544,7                 4,34                            386.717,63

2015                8.594.597,9                 6,63                            569.821,84

2016                8.313.046,0                 5,07                             421.471,43

2017                8.423.016,8                 5,18                            436.312,27

2018                8.573.255,3                 4,43                             379.795,20

2019                8.677.916,0                 4,20                             364.472,47

2020                8.341.327,5                 3,57                             297.785,39

2021*              8.677.437,3                 4,69                             406.971,80

2022*              8.816.276,3                 8,06                            710.591,86

*Estimativas

Fonte: Banco Central do Brasil

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – JUROS NOMINAIS PAGOS PELO SETOR PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO –

2001/2022 – Em %

Ano     Total                           Federal            Estados e Municípios

Consolidado

2001                6,60                 3,59                             3,01

2002                7,61                 2,82                             4,79

2003                8,42                 5,94                             2,48

2004                6,56                 3,78                             2,78

2005                7,28                 5,94                             1,34

2006                6,72                 5,12                             1,60

2007                5,98                 4,33                             1,65

2008                5,32                 3,10                             2,22

2009                5,13                 4,51                             0,62

2010                5,03                 3,20                             1,83

2011                5,41                 4,13                             1,28

2012                4,44                 3,06                             1,38

2013                4,67                 3,48                             1,19

2014                5,39                 4,34                             1,05

2015                8,37                 6,63                             1,74

2016                6,49                 5,07                             1,42

2017                6,09                 5,18                             0,91

2018                5,41                 4,43                             0,98

2019                4,87                 4,20                             0,67

2020                4,18                 3,57                             0,61

2021                5,17                 4,69                             0,48

2022*              8,89                 8,06                             0,83

*Projeções

Fonte: Banco Central do Brasil

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA EM RELAÇÃO AO PIB-PRODUTO INTERNO BRUTO

(União, Estados e Municípios)

– 2001/2021 – Em %

Ano                 Líquida            Bruta

2001                50,22               67,33

2002                59,18               76,10

2003                53,15               71,51

2004                48,88               68,03

2005                46,19               66,97

2006                46,49               55,48

2007                44,55               56,72

2008                37,57               56,98

2009                40,88               59,21

2010                37,98               51,77

2011                34,47               51,27

2012                32,19               53,67

2013                30,50               51,54

2014                32,59               56,28

2015                35,64               65,51

2016                46,15               69,84

2017                51,37               73,37

2018                52,77               75,30

2019                54,70               74,44

2020                62,54               88,59

2021                57,26               80,32

Fonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Fonte: O Globo
Fonte: O Globo

Juros nos Estados Unidos: FED confirma expectativas, eleva juros em 50 pontos-base e anuncia formalmente programa de redução de sua carteira de ativos

Em reunião do comitê de política monetária (FOMC) realizada no dia 04 de maio último, o banco central dos EUA (FED) decidiu elevar a sua taxa básica de juros em 50 pontos-base, para o intervalo de 0,75% a 1% ao ano. A decisão, desta vez, foi unânime – e veio em linha com a expectativa largamente preponderante nos mercados financeiros.

Também em linha com as expectativas, o FED anunciou formalmente que começará a reduzir o seu balanço de ativos a partir de 1º de junho. Nos primeiros três meses, o ritmo de redução do balanço será de US$ 47,5 bilhões (sendo US$ 30 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 17,5 bilhões em papéis hipotecários). A partir de setembro, o ritmo de enxugamento da carteira de ativos será dobrado para US$ 95 bilhões (sendo US$ 60 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 35 bilhões em papéis hipotecários). A esse ritmo, o balanço de ativos do FED será reduzido em quase US$ 1 trilhão ao longo dos próximos 12 meses, o que equivale a pouco mais de 10% de seu balanço total de ativos. No ciclo anterior de aperto quantitativo, realizado em 2018-19, o FED reduziu seu balanço em 8,2% nos primeiros 12 meses e promoveu uma redução total do balanço de 15% ao longo de 20 meses. O ritmo de enxugamento anunciado para começar em junho, portanto, será apenas um pouco mais acelerado do que aquele observado em 2018-19, com a redução total da carteira de ativos podendo alcançar quase 20% em 20 meses.

O comunicado da decisão sofreu poucas alterações, com o FED reconhecendo que a atividade segue robusta e que a “inflação continua elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda provocados pela pandemia, preços elevados de energia e pressões mais disseminadas de preços”. Ademais, a autoridade reiterou que a “invasão da Ucrânia pela Rússia” traz “implicações para a economia dos EUA que são altamente incertas” – avaliando que “a invasão e eventos relacionados estão “criando pressões altistas adicionais sobre a inflação e provavelmente pesarão sobre a atividade econômica”.

JUROS REAIS NOS ESTADOS UNIDOS – 2001/2021

JUROS REAIS NOS ESTADOS UNIDOS – 2001/2021

Ano     Fed Funds                   Inflação-CPI                Taxa Real

% Média ao Ano         % Média ao Ano         % ao Ano

2001    3,40                                         1,60                 +1,77

2002    1,67                                         2,48                 -0,79

2003    1,12                                         2,04                 -0,90

2004    1,35                                         3,34                 -1,93

2005    3,20                                         3,34                 -0,14

2006    4,96                                         2,52                 +2,38

2007    5,05                                         4,11                 +0,90

2008    2,08                                      -0,02                  +2,10

2009    0,25                                         2,81                 -2,49

2010    0,25                                         1,44                 -1,17

2011    0,25                                         3,06                 -2,73

2012    0,25                                         1,76                 -1,48

2013    0,25                                         1,51                 -1,24

2014    0,25                                         0,65                 -0,40

2015    0,26                                         0,64                 -0,38

2016    0,51                                         2,05                 -1,51

2017    1,10                                         2,10                 -0,98

2018    1,91                                         1,92                    –

2019    2,28                                         2,26                 +0,02

2020    0,54                                         1,40                -0,75

2021    0,25                                         7,12                 -6,41

Fonte: FMI/LCA Consultores

Elaboração: MinasPart Desenvolvimento

A principal mudança no comunicado foi a introdução de uma frase alertando que o “Comitê [de Política Monetária] está altamente atento aos riscos inflacionários”. Isso sugere que as projeções dos participantes do FOMC para a inflação (e, a reboque, para a taxa básica de juros) devem ter continuado a se deslocar para cima. Vale frisar que, nesta reunião, não houve atualização nas projeções macroeconômicas do FED.

Segundo analistas da LCA – Consultores Econômicos, “o desfecho da reunião do FOMC tende a reforçar a curva projetada para a taxa básica de juros dos EUA. Nosso cenário base contempla: (i) aumentos de 50 pontos-base da FED Funds Rate por reunião do FOMC enquanto o ritmo de enxugamento do balanço de ativos estiver em US$ 47,5 bilhões mensais; e (ii) desaceleração do ritmo da alta de juros para 25 pontos-base por reunião quando o ritmo de redução do balanço passar para US$ 95 bilhões mensais.

Assim, continuamos a contemplar outros dois aumentos de 50 pontos-base, a serem implementados nas reuniões do FOMC de 15 de junho e 27 de julho; e redução do ritmo de elevação da FED Funds Rate para 25 pontos-base a partir da reunião de 21 de setembro. Ademais, continuamos a avaliar que o ciclo de aperto será encerrado na virada de 2022 para 2023, com a taxa básica de juros no intervalo de 2,75% a 3%. Mas alertamos que os riscos de um aperto maior das condições monetárias nos EUA continuam relevantes”.

     RANKING MUNDIAL DE JUROS REAIS


RANKING MUNDIAL DE JUROS REAIS

Juros reais: Brasil é campeão e retoma a liderança do ranking mundial

Com a nova taxa de juros Selic aumentada para 12,75% a partir de 05 de maio, os juros reais praticados no Brasil, ou seja, descontada a inflação atingiram 6,69% ao ano.

Desta forma, o Brasil retomou a liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management. Cabe destacar que a maior parte dos países praticam taxas de juros reais negativas.

A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.

Juros nominais

Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira recuou para a quarta posição, atrás de Argentina, Rússia e Turquia.

RANKING MUNDIAL DE TAXAS DE JUROS NOMINAIS

01 – Argentina: 47,00%

02 – Rússia: 14,00%

03 – Turquia: 14,00%

04 – Brasil: 12,75%

05 – Chile: 7,00%

06 – México: 6,50%

07 – Colômbia: 6,00%

08 – Índia 5,40%

09 – Hungria: 5,40%

10 – República Checa: 5,00%

11 – Polônia: 4,50%

12 – China: 4,35%

13 – África do Sul: 4,25%

14 – Indonésia: 3,50%

15 – Filipinas: 2,00%

16 – Malásia: 1,75%

17 – Coreia do Sul: 1,50%

18 – Nova Zelândia: 1,50%

19 – Reino Unido: 0,75%

20 – Taiwan: 1,38%

21 – Canadá: 1,00%

22 – Tailândia: 0,93%

23 – Hong Kong: 0,75%

24 – Estados Unidos: 0,50%

25 – Cingapura: 0,36%

26 – Israel: 0,35%

27 – Austrália: 0,35%

28 – Suécia: 0,25%

29 – Alemanha: 0

30 – Áustria: 0

31 – Bélgica: 0

32 – Espanha: 0

33 – França: 0

34 – Grécia: 0

35 – Holanda: 0

36 – Itália: 0

37 – Portugal: 0

38 – Japão: -0,10%

39 – Dinamarca: -0,60%

40 – Suíça: -0,75%

05.05.2022

Fonte: MoneYou/Infinity Asset Management

“Pretender solucionar a crise brasileira com remédios prescritos para o único fim de estabilidade, como se fôssemos uma terra exausta e um povo cansado, necessitados de equilibrar as poucas forças que ainda nos restassem é semelhante, malgrado as deformações que acarretam todas as analogias, ao intento de se tratarem as crises da puberdade com medicamentos destinados a mitigar a senectude”. (Juscelino Kubitschek de Oliveira)

BRASIL – PIB PER CAPITA

Fonte Banco Central IBGE
Fonte Banco Central IBGE

O Brasil chegará em 2023 com um PIB per capita 10% abaixo do que foi atingido em 2013, desemprego em dois dígitos e uma inflação elevada que piora expressivamente a vida dos seus cidadãos, principalmente os de menor renda. Trata-se de uma combinação explosiva e, à estagflação vigente, não se verificam propostas capazes de revertê-la de forma permanente. Aliás, hoje no país pouco se discute economia, quase sempre ficando o debate restrito às questões meramente de tesouraria, conjunturais – também politizadas e ideologizadas.

Paira sobre o país e já por quase quatro décadas seguidas, uma economia estagnada que perdeu a capacidade de crescimento acelerado, o crescimento do emprego formal, os ganhos do emprego formal, os ganhos de integração na economia internacional, taxas de investimento altas, e industrialização.

Segundo o IpeaData, a Agropecuária que já chegou a representar 25,81% do total da economia brasileira em 1952 alcançou, em 2021, uma participação de 8,09% na formação do PIB brasileiro. Desde que iniciou a série histórica em 1947, o menor nível ocorreu em 2010, quando atingiu 4,84%.

Relativamente à Indústria Total, que já chegou a ter uma participação de 47,97% (1985), o setor teve, em 2021, uma participação de 22,15% do PIB. Esta significativa perda tem a sua justificativa: a Indústria de Transformação, que já chegou a representar 34,66% do PIB (maior índice da série histórica iniciada em 1947) viu a sua participação no PIB reduzir-se para menos de 1/3, alcançado tão-somente 11,33% em 2021 – resultado este considerado o segundo pior desempenho da série histórica.

Já o Setor de Serviços contribuiu, em 2021, com 69,75% da formação do PIB brasileiro – inferior ao recorde obtido em 2017, de 73,54%.

O Brasil está acometido de uma doença que intitulo de “síndrome do raquitismo econômico” – devido ao declínio dos níveis de sua produtividade e pela estagnação da atividade econômica, principalmente quando comparado com as médias positivas alcançadas pela economia global.  A constatação é que desaprendemos a crescer, e a nossa máquina propulsora do crescimento econômico vigoroso e contínuo enferrujou-se ou está quebrada. País cuja economia não cresce está condenado ao ananismo, ao atraso e ao empobrecimento. Isso potencializa tensões e perspectivas sociais explosivas – podendo colocar em risco as instituições e a ainda incipiente democracia brasileira.

É indispensável ao País recuperar a sua capacidade de planejamento estratégico de longo prazo, que entendo, deve ter, como fundamento básico, a transformação em Nação Desenvolvida, Justa e Próspera. É preciso sintonizá-lo com as rápidas e importantes transformações por que passa a economia internacional, a sua estrutura produtiva e as novas dimensões trazidas por novos e potenciais mercados, como seriam os casos da China e Índia, além de outros.

Para isso ocorrer, é preciso formar uma “intelligentsia” nacional com o objetivo de se definir que, para essa transformação rumo ao desenvolvimento, será exigida, como a primeira de todas as metas, a do crescimento econômico vigoroso, consistente, contínuo e sustentável. Nesse sentido, ganha relevância e requer ênfase especial as prioritárias questões da produtividade, da inovação tecnológica, da qualidade e competitividade, da reforma tributária, da eficácia e melhoria da educação em todos os seus níveis.

Não basta apenas crescer. É necessário que o crescimento da nossa economia supere a média mundial e possa se compatibilizar com o nível de expansão das economias dos países emergentes

Um equívoco que permeia a discussão econômica no país diz respeito à crença de que a estabilidade econômica é condição prévia à retomada do desenvolvimento do País. Primeiro a estabilidade, só depois o desenvolvimento. Sendo assim, as políticas de estabilização assumem um caráter de primazia absoluta, subordinando e sufocando todas as outras políticas. Apequena-se a política econômica, amesquinham-se os objetivos para a economia do País. E já lá se vão algumas décadas de busca inglória da miragem da estabilidade.

Evidentemente, ninguém, em sã consciência, há de negar a necessidade de as economias nacionais ostentarem bons e saudáveis fundamentos macroeconômicos. O caminho da estabilidade deve ser concebido e implementado, no bojo de uma política de desenvolvimento para o País. A estabilidade não precede o desenvolvimento; ao contrário, é a estratégia de desenvolvimento do País que deve, simultaneamente, orientar e contextualizar as opções da política macroeconômica. Até porque, ao contrário do que se costuma propagar, os caminhos possíveis para se alcançar a estabilidade econômica são vários.

BRASIL – TAXA DE VARIAÇÃO ANUAL DO PIB – 1901 – 2021- Em %

BRASIL – TAXA DE VARIAC?A?O ANUAL DO PIB – 1901 – 2021- Em %

Outro desses equívocos é imaginar que apenas o ajuste fiscal e algumas reformas – como a previdenciária – também devem ser considerados como condições prévias à retomada do desenvolvimento. Da mesma forma colocada em relação à estabilidade econômica, deve-se privilegiar – concomitantemente – a expansão econômica que produzirá ganhos generalizados e, em especial, aumentos da arrecadação tributária. Cabe destacar que, quando um denominador é baixo, todos os numeradores podem ser considerados altos – o que se aplica efetivamente no tocante à questão das receitas e despesas públicas. Quando há declínio da atividade econômica, como ocorreu nos anos mais recentes – a produção nacional não cresce – os lucros se transformam em prejuízos para empresas e, com isso, não há como gerar Imposto de Renda e outras receitas.

Faço um alerta: se não voltarmos a crescer, as nossas dificuldades só vão se agravar e as soluções, para os nossos principais problemas, estarão cada vez mais distantes. Mesmo já detendo, por exemplo, a mais elevada carga tributária de nossa história, ela continuará se expandindo, assim como a dívida pública, que poderá nos direcionar a uma situação explosiva. E os recursos para investimentos em geral ficarão, também, sempre mais escassos

O Brasil precisa se reconciliar com o crescimento econômico vigoroso, consistente, contínuo, sustentável e eleger o desenvolvimento como a nossa meta prioritária número 1!

O crescimento econômico vigoroso deve deixar de ser apenas uma casualidade, uma questão episódica, uma efemeridade, um acontecimento meramente fortuito para se transformar, efetivamente, na grande meta econômica nacional, permeando a convolação do País em uma economia madura e desenvolvida. Nesta direção, já tivemos antes, vários exemplos de sucesso e que poderiam nos servir de inspiração, como foi o caso do Plano de Metas, implementado durante o Governo JK.

Alta na taxa Selic foi considerada excessiva pela CNI

Alta na taxa Selic foi considerada excessiva pela CNI

Para a indústria, a taxa de 11,75% ao ano já era suficiente para reduzir a inflação e a decisão do Banco Central, de elevar novamente a taxa básica de juros, piora expectativas sobre crescimento da economia

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, do dia 4 de maio último, de manter o ritmo de aumento da taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual.

Desde março de 2021, a taxa básica de juros tem sido elevada pela autoridade monetária, acumulando mais de 10 pontos percentuais no período. Para a CNI, a taxa anterior, de 11,75%, já era suficiente para garantir uma trajetória de queda da inflação nos próximos meses, uma vez que a alta leva tempo para restringir a atividade e, consequentemente, segurar a alta dos preços.

“Este novo aumento da taxa de juros deve comprometer ainda mais a atividade econômica, que já dá claros sinais de fraqueza. Para a indústria, a intensificação do ritmo de aperto da política monetária piora as expectativas para o crescimento econômico em 2022, com efeitos adversos sobre a produção, o consumo e o emprego”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

O índice de atividade IBC-Br, calculado pelo Banco Central, de fevereiro, de 2022 está 0,4% abaixo do índice de dezembro de 2021, apontando estagnação da economia.

A CNI avalia que a expectativa de inflação cadente e a trajetória incerta de recuperação da atividade econômica demandam uma política monetária mais moderada e atenta aos desafios de crescimento do Brasil no curto prazo

Alta da Selic: Inflac?a?o segue persistente e ni?vel de incertezas alto
Alta da Selic: Inflac?a?o segue persistente e ni?vel de incertezas alto

O COPOM subiu a taxa básica de juros brasileira para 12,75%, um aumento de 1 ponto percentual em relação ao patamar anterior. Na visão de Paloma Brum – analista de investimentos da Toro, “o ajuste é positivo, em linha com a expectativa predominante no mercado, o que tende a manter as expectativas de inflação no Brasil bem ancoradas a longo prazo, servindo de base para a tomada de decisão dos agentes econômicos, especialmente no que tange aos investimentos. Mais do que isso, também avalio como positiva a visão trazida no Comunicado de provável continuidade do ciclo de alta da SELIC na próxima reunião (em junho), ainda que o Comitê espere um aumento de menor magnitude do que o realizado hoje, justamente visando a ancoragem das expectativas, dados os riscos sob avaliação”.

De acordo com Paloma, “para os membros do Comitê, o nível de incertezas encontra-se acima do usual, tendo demonstrado preocupação, principalmente, com os efeitos na oferta global decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia e da política de lockdowns na China. Enquanto, aqui no Brasil, a questão fiscal continua no radar e a inflação ao consumidor segue persistente, de forma dispersa, tanto em itens mais voláteis, como alimentos e energia, como naqueles menos voláteis, o que aponta para um IPCA acima da meta, chegando a 7,3% neste ano e a 3,4% em 2023.

Por outro lado, uma descompressão da inflação pode vir de uma reversão parcial nos preços das commodities mundiais e de uma desaceleração da atividade econômica acima do esperado, o que, ao mesmo tempo, demanda cautela na avaliação de riscos por parte dos dirigentes do Banco Central no Brasil”.

ANEXO:

U.S. Inflation Rate History and Forecast

The best way to compare inflation rates is to use the end-of-year consumer price index (CPI), which creates an image of a specific point in time.

The table below compares the inflation rate (December end-of-year) with the fed funds rate, the phase of the business cycle, and the significant events influencing inflation. A more detailed forecast is in the U.S. Economic Outlook.

Year Inflation Rate YOY5 Fed Funds Rate*6 Business Cycle (GDP Growth)78 Events Affecting Inflation9
1951 6.0% NA Expansion (8.0%)
1952 0.8% NA Expansion (4.1%)
1953 0.7% NA July peak (4.7%) Eisenhower ended Korean War
1954 -0.7% 1.25% May trough (-0.6%) Dow returned to 1929 high
1955 0.4% 2.50% Expansion (7.1%)
1956 3.0% 3.00% Expansion (2.1%)
1957 2.9% 3.00% Aug. peak (2.1%) Recession
1958 1.8% 2.50% April trough (-0.7%) Recession ended
1959 1.7% 4.00% Expansion (6.9%) Fed raised rates
1960 1.4% 2.00% April peak (2.6%) Recession
1961 0.7% 2.25% Feb. trough (2.6%) JFK’s deficit spending ended recession
1962 1.3% 3.00% Expansion (6.1%)
1963 1.6% 3.5% Expansion (4.4%)
1964 1.0% 3.75% Expansion (5.8%) LBJ Medicare, Medicaid
1965 1.9% 4.25% Expansion (6.5%)
1966 3.5% 5.50% Expansion (6.6%) Vietnam War
1967 3.0% 4.50% Expansion (2.7%)
1968 4.7% 6.00% Expansion (4.9%) Moon landing
1969 6.2% 9.00% Dec. peak (3.1%) Nixon took office
1970 5.6% 5.00% Nov. trough (0.2%) Recession
1971 3.3% 5.00% Expansion (3.3%) Wage-price controls
1972 3.4% 5.75% Expansion (5.3%) Stagflation
1973 8.7% 9.00% Nov. peak (5.6%) End of gold standard
1974 12.3% 8.00% Contraction (-0.5%) Watergate
1975 6.9% 4.75% March trough (-0.2%) Stop-gap monetary policy confused businesses and kept prices high
1976 4.9% 4.75% Expansion (5.4%)
1977 6.7% 6.50% Expansion (4.6%)
1978 9.0% 10.00% Expansion (5.5%)
1979 13.3% 12.00% Expansion (3.2%)
1980 12.5% 18.00% Jan. peak (-0.3%) Recession
1981 8.9% 12.00% July trough (2.5%) Reagan tax cut
1982 3.8% 8.50% November (-1.8%) Recession ended
1983 3.8% 9.25% Expansion (4.6%) Military spending
1984 3.9% 8.25% Expansion (7.2%)
1985 3.8% 7.75% Expansion (4.2%)
1986 1.1% 6.00% Expansion (3.5%) Tax cut
1987 4.4% 6.75% Expansion (3.5%) Black Monday crash
1988 4.4% 9.75% Expansion (4.2%) Fed raised rates
1989 4.6% 8.25% Expansion (3.7%) S&L Crisis
1990 6.1% 7.00% July peak (1.9%) Recession
1991 3.1% 4.00% Mar trough (-0.1%) Fed lowered rates
1992 2.9% 3.00% Expansion (3.5%) NAFTA drafted
1993 2.7% 3.00% Expansion (2.8%) Balanced Budget Act
1994 2.7% 5.50% Expansion (4.0%)
1995 2.5% 5.50% Expansion (2.7%)
1996 3.3% 5.25% Expansion (3.8%) Welfare reform
1997 1.7% 5.50% Expansion (4.4%) Fed raised rates
1998 1.6% 4.75% Expansion (4.5%) LTCM crisis
1999 2.7% 5.50% Expansion (4.8%) Glass-Steagall repealed
2000 3.4% 6.50% Expansion (4.1%) Tech bubble burst
2001 1.6% 1.75% March peak, Nov. trough (1.0%) Bush tax cut, 9/11 attacks
2002 2.4% 1.25% Expansion (1.7%) War on Terror
2003 1.9% 1.00% Expansion (2.9%) JGTRRA
2004 3.3% 2.25% Expansion (3.8%)
2005 3.4% 4.25% Expansion (3.5%) Katrina, Bankruptcy Act
2006 2.5% 5.25% Expansion (2.9%)
2007 4.1% 4.25% Dec peak (1.9%) Bank crisis
2008 0.1% 0.25% Contraction (-0.1%) Financial crisis
2009 2.7% 0.25% June trough (-2.5%) ARRA
2010 1.5% 0.25% Expansion (2.6%) ACA, Dodd-Frank Act
2011 3.0% 0.25% Expansion (1.6%) Debt ceiling crisis
2012 1.7% 0.25% Expansion (2.2%)
2013 1.5% 0.25% Expansion (1.8%) Government shutdown. Sequestration
2014 0.8% 0.25% Expansion (2.5%) QE ends
2015 0.7% 0.50% Expansion (3.1%) Deflation in oil and gas prices
2016 2.1% 0.75% Expansion (1.7%)
2017 2.1% 1.50% Expansion (2.3%)
2018 1.9% 2.50% Expansion (3.0%)
2019 2.3% 1.75% Expansion (2.2%)
2020 1.4% 0.25% Contraction (-3.4%) COVID-19
2021 7.0% 0.25% Expansion (5.9%) COVID-19

*Top of the range for the targeted fed funds rate.

Fonte: Kimberly Amadeo – US Inflation Rate by Year From 1929 to 2023

How Bad Is Inflation? Past, Present, Future.

++++The U.S. National Archives and Records Administration

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