Ambientalistas alertam sobre o risco de o Brasil financiar gasoduto argentino
Ambientalistas alertam sobre o risco de o Brasil financiar gasoduto argentino
Ambientalistas alertam sobre o risco de o Brasil financiar gasoduto argentino

Ambientalistas encaminharam no dia 26 de janeiro ao presidente interino do BNDES, Alexandre Corrêa Abreu, e aos ministros das Relações Exteriores, Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, Mauro Vieira, Marina Silva e Sonia Guajajara, respectivamente, ofício com alerta sobre a intenção do Brasil de financiar o gasoduto argentino Nestor Kitchner.

No documento encaminhado, os especialistas lembram que o gás natural, como combustível fóssil, apresenta alto potencial de aquecimento climático, o método de extração tem riscos elevados e impactos ambientais negativos e pode, além disso, afetar a estabilidade geológica local, que registra aumento de abalos sísmicos. Prejudica também a etnia mapuche, que habita a região.

Em recente visita do presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, em 22 e 23 de janeiro, foi mencionado o interesse do País em liberar recursos a empresas nacionais de bens e serviços destinados a obras ligando o campo de gás natural de Vaca Muerta, um dos maiores do mundo, até a divisa com o Rio Grande do Sul.

“Diante de tais fatos, inadmissível que o Brasil venha a financiar, por meio do BNDES, essa prática reconhecidamente geradora de impactos ambientais, em áreas onde existe cenário conflitante com reivindicações de povos originário”, afirma o documento, assinado por dezenas de entidades ambientalistas, além de especialistas no setor.

Para Luiz Marques, professor do Departamento de História do IFCH – Unicamp, e membro do Observatório da Governança Ambiental do Brasil (OGAm), devido aos “escapes inevitáveis, o gás metano obtido por fracking (como é o gás da extração do campo de Muerta) causa um aquecimento maior até mesmo que o carvão e que o petróleo, além de produzir impactos ambientais imensos. Por essas razões, o fracking tem sido proibido em diversos países”.

Luciana Vanni Gatti, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e membro de painéis internacionais para monitorar GEE da Organização Mundial de Meteorologia (WMO), questiona: “Por que financiar um gasoduto para aumentar o consumo de combustíveis fósseis no Brasil? Vamos financiar geração de energia limpa”.

O presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) e responsável pela criação do OGAm, Carlos Bocuhy, afirma que “os nobres sentimentos externados pelo presidente Lula, de emprestar apoio financeiro às obras de infraestrutura da Argentina, podem ter por destinação projetos mais adequados à modernidade e sustentabilidade ambiental”.

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