Fundador da Sociedade São Miguel Arcanjo falou sobre responsabilidade social e caridade

Realizado no dia 06 de março, na sede da Fiemg, o primeiro almoço-palestra de 2020 da ADCE-MG teve como convidado o italiano e fundador da Sociedade São Miguel Arcanjo, Marco Roberto Bertoli. O encontro foi o primeiro tendo Maria Flávia Máximo como presidente da entidade.

Com o tema, “O olhar da responsabilidade social empresarial para além da empresa”, Bertoli contou as recompensas e desafios de manter uma obra social há mais de 20 anos. Fundada em 1998, a Sociedade São Miguel Arcanjo acolhe cerca de 430 crianças e adolescentes, dos 3 aos 18 anos de idade, oriundos de Barbacena (MG) e região. A instituição é sustentada, principalmente, pela família de Bertoli e por mais de mil italianos que enviam doações para o Brasil.

A história do menino que arrancou fora a polpa de mamão e comeu apenas a casca da fruta, porque era aquilo que ele entendia por comida; e o relato sobre a garota que tocava violino de forma sublime para não sentir a dor da perda da mãe que se matou, foram alguns dos relatos que comoveram o público presente. “Para mim, é imprescindível levar a história de vida dos seres mais marginalizados. Sinto-me um porta-voz de quem sofre silenciosamente e acredito que levar mensagem de dor e de esperança seja sempre a oportunidade de construir um mundo melhor, muitas vezes aproximando universos distantes”, afirmou o italiano.

“Eu imagino que obras sociais sempre funcionam ao contrário das empresas: no empreendimento, primeiro você tem um capital e depois administra esse capital. Obra social é diferente. Você tem um sofrimento, que se acolhe primeiro. Depois você pensa em como arcar com as despesas. Se fosse o contrário, esperaria ter dinheiro em caixa para cuidar do povo. Acredito que não daríamos um passo na vida”, destacou.

Durante a palestra, Bertoli chamou atenção para o fato de as pessoas terceirizarem a caridade. Elas, segundo disse, culpam o estado e o município por serem omissos, mas também são omissas ao não fazerem nada para ajudar os mais necessitados e carentes. “Acredito que cuidar dos pobres, buscar aliviar o sofrimento deles, não seja um ato de bondade. Entendo que, em primeiro lugar, a caridade é uma oportunidade para nos tornarmos melhores do que somos. Basicamente, é uma obrigação como seres humanos”, observou.

HOMENAGENS 

O Almoço-palestra foi marcado por homenagens e falas em tom de agradecimento. Em seu discurso, Maria Flávia enalteceu a atuação dos presidentes que a antecederam e os chamou de mestres. Destacou que a ADCE é uma entidade cinquentenária, forte e com atuação em todo o Brasil. “O empresário por vezes é subjugado, sendo certo também que a sociedade, com razão, cobra mais responsabilidade social e ambiental das empresas, assim como ações mais éticas e transparentes”, destacou. “Que possamos todos juntos destacar a importância da empresa ao progresso e desenvolvimento sustentável, conscientes da responsabilidade de nossa vocação”, falou.

Homenageado pela sua atuação durante cinco anos à frente da presidência da ADCE-MG, Sérgio Frade agradeceu e falou que a atividade é um trabalho voluntário, de entrega, e que, no caso dele, o levou a superar o esforço pessoal. Otimista com o futuro destacou a importância da responsabilidade social. “Temos que acreditar que é possível fazer algo melhor”, concluiu.

Fotos: Wagner Diló Costa


Adriana Muls, Angela Alvarenga e Luciene Araújo                    Maria Flávia Máximo e Marco Roberto Bertoli


Sérgio Cavalieri, Maria Flávia Máximo, Marcus Nogueira, Rafael Braz e Felipe Guerra Lages


Marco Roberto Bertoli, Paulo Lamac, Ana Paula Siqueira, Maria Flávia Máximo, Sérgio Frade e Sérgio Cavalieri

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