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Com uma experiência de vida que o habilita a dialogar com facilidade com pessoas dos mais diferentes segmentos da sociedade, o atual presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Adalclever Lopes, inicia sua trajetória como chefe do Poder Legislativo falando em resgatar a boa diplomacia do político mineiro para oferecer estabilidade política como condição para a retomada da paz social e da prosperidade na economia.
Do primeiro emprego como ascensorista no edifício JK à carreira de empresário e ao ingresso na política   – como deputado, líder do seu partido, o PMDB, e agora presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever, de fato, acumulou competência de sobra para interagir com desenvoltura com todos os setores da sociedade. 
Essa capacidade de ouvir, conversar e encontrar soluções consensuais é um traço de sua personalidade, afirmam seus interlocutores mais próximos. Tal característica o conduziu à presidência do Legislativo mineiro de uma forma inédita na história da Casa: foi eleito pela unanimidade dos votos, um feito eleitoral estendido a todos os seus companheiros na mesa diretora.
Em dois meses de mandato, que coincidiram com um período de radicalização da política nacional, produziu resultados consideráveis. O principal foi orquestrar seus pares em dois acordos robustos: as votações da reforma administrativa do Estado e do orçamento para 2015. Trata-se de um trabalho e tanto, considerando-se que todo o setor público mineiro trabalhava com grandes limitações financeiras antes da autorização orçamentária para executar despesas fundamentais, como os investimentos em obras e benfeitorias para a sociedade.
“Em Minas não há briga”, afirma ele, comparando o cenário mineiro ao de Brasília. “Aqui as divergências são superadas pela natureza altruísta de suas lideranças”. Para Adalclever Lopes, a mineiridade na política é uma herança histórica, que precisa ser preservada e cultivada, especialmente na época atual, em que os ânimos estão acirrados, como condição para a retomada da confiança dos empresários e da sociedade. “É o que vai pavimentar o caminho do nosso desenvolvimento econômico”, assegura. 
Nesta entrevista, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais fala de política, democracia, economia e planejamento, assuntos que se entrelaçam em sua missão à frente do Legislativo mineiro.
MercadoComum: Presidente, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o senhor já mostrou que o poder do diálogo teve papel fundamental na votação da reforma administrativa do Estado e na votação do orçamento. Como foi conduzir esses dois grandes momentos?
Adalclever Lopes: O governo Pimentel preferiu fazer sua reforma administrativa por meio de lei ordinária e não por lei delegada, para, com isso, demonstrar seu apreço ao Legislativo, que pôde tomar ciência, debater e sugerir, contribuindo para aprimorar a proposta. Entendo que essa postura já sensibilizou os deputados, que também puderam avaliar com critério o orçamento do Estado para 2015. O fato de o orçamento ter sido votado só em março não chegou a ser problema, embora a sua aprovação tenha sido fundamental. Esse período foi importante para se fazer uma análise mais apurada das contas do Estado e daquilo que vinha sendo proposto na relação de receitas e despesas, pois a peça anterior, apresentada no final de 2014, não refletia nem de longe a situação real do Estado e os compromissos do novo Governo. O orçamento aprovado agora prevê investimentos mais substantivos nas áreas socialmente mais sensíveis, tendo ajustes, que foram aprimorados pelo Legislativo e aprovados pelo Plenário da Assembleia. Quanto à reforma administrativa, eu diria que foi o primeiro grande desafio enfrentado pelas lideranças na Assembleia, num clima político ainda hostil. A aprovação desta matéria, bem como a aprovação do orçamento, demonstra que o espaço para a manifestação das divergências políticas no Plenário da Assembleia está preservado, sem que isso inviabilize o andamento dos trabalhos que repercutem favoravelmente para toda a sociedade. 
MC: O orçamento do Estado para 2015 terá um déficit de R$ 7,3 bilhões neste ano, resultado do aumento de despesas e redução de receitas. Como foi costurar a aprovação e, na prática, como o Estado vai lidar com esse déficit?
AL: Assim como a aprovação da reforma administrativa, a do orçamento foi prova da capacidade dos políticos mineiros de encontrar soluções independentemente dos quadros em curso. O diálogo foi certamente um instrumento que possibilitou essas votações, pois a responsabilidade dos deputados esteve presente de forma incontestável e possibilitou o entendimento. Quando o diálogo prevalece, a probabilidade do entendimento aumenta. Quanto ao déficit, ele é uma realidade, foi-nos legado pelo governo passado, e precisamos encarar a situação com responsabilidade. Há clara necessidade de contenção de despesas, de responsabilidade fiscal e da busca pelo equilíbrio orçamentário. Até o momento, a situação exigiu tanto do Executivo quanto do Legislativo o esforço para poupar áreas essenciais, como a saúde e a segurança, que não terão recursos cortados.
MC: Presidente, estamos vivendo um momento em que se usa muito a palavra “crise”. Qual é o caminho para passarmos por esse momento de turbulência, especialmente na economia?
AL: O caminho é o do diálogo, esse mesmo que a Assembleia já demonstrou saber utilizar quando aprovou a reforma administrativa e o orçamento 2015. O diálogo embasado no respeito à democracia. Há na Assembleia 77 deputados e eles naturalmente têm ideias e forças diferentes, pois aqui chegaram representando os diversos segmentos que compõem a sociedade. Sem o diálogo, é impossível chegar a decisões consensuais e são as decisões consensuais as que consideram de melhor forma o interesse público. Também o empresariado, as instituições da sociedade civil, as organizações representativas da sociedade, a própria população são chamadas a colaborar. Para esse trabalho, a Assembleia se apresenta como o espaço perfeito, pois acolhe em seus debates nas comissões, seminários legislativos e audiências públicas toda demanda e toda ponderação corretamente apresentada. Não há desafios que não se vençam com disposição, abertura e diálogo. Sabemos da importância de nosso trabalho para mediar situações de crise, em qualquer circunstância. Por essa razão, mais do nunca é preciso valorizar o Parlamento e elevá-lo sempre à condição de casa de conciliação, de alicerce da democracia e do desenvolvimento. 
MC: O que é uma gestão eficiente?
AL: Não existe gestão pública eficiente se ela não for pensada para produzir resultados para a sociedade. Atualmente, fala-se muito em gestão pública comparada à gestão privada. É natural que se exija do Estado eficiência no uso dos recursos públicos, mas é importante compreender que há diferenças que precisam ser respeitadas. Não se pode administrar o setor público tendo como lógica a ideia de que economizar é o princípio de tudo. O Estado tem a responsabilidade de trabalhar pelo bem-estar das pessoas. Fazer a boa gestão dos recursos públicos significa cumprir as obrigações constitucionais do Estado e atingir metas relacionadas ao desenvolvimento humano, especialmente nas áreas da saúde, educação e segurança pública. Os alvos finais serão sempre os do interesse público, sendo que o caminho para chegar até eles será sempre o do diálogo. Na Assembleia, por exemplo, estimulamos o planejamento estratégico e as diversas ferramentas de gestão, mapeando processos, fazendo avaliações setoriais e individuais, enfim, usando todos os instrumentos de gestão utilizados no setor privado para aperfeiçoar o desempenho da máquina pública. A Assembleia prioriza o planejamento e estende esse trabalho para seus órgãos políticos, com o objetivo de alcançar resultados mais expressivos e que possam ser percebidos pela sociedade, que é, fundamentalmente, o destinatário de todo esse trabalho.
MC: O senhor recentemente anunciou um plano de racionalização de recursos na Assembleia. Como está sendo traçado esse planejamento?
AL: Temos feito diversas reuniões para discutir o assunto, inclusive com líderes e presidentes de comissões. A ideia é que se possa diminuir o esforço financeiro em determinados trabalhos da Casa sem nenhum prejuízo para as atividades parlamentares. Estamos aumentando o nosso esforço de planejamento para organizar melhor a nossa agenda, com medidas como a realização conjunta de eventos institucionais, de forma a otimizar o aproveitamento dos recursos alocados nas ações e deslocamentos correspondentes. Internamente, temos feito um trabalho visando à economia de água e energia elétrica, com uma série de ações que vão resultar em redução do desperdício. Temos dentro da carteira de projetos do direcionamento estratégico da Assembleia um plano que prevê ações de sustentabilidade, como a coleta seletiva. Enfim, somadas, todas essas medidas geram economia, mas, acima de tudo, sinalizam uma nova postura da Casa em relação às questões ligadas ao papel de cada um no esforço de gastar com parcimônia os recursos públicos e preservar o meio ambiente. Essas propostas de racionalização são inéditas na Assembleia, mas estamos confiantes na possibilidade de viabilizá-las, reduzindo nossos gastos, sem prejuízo de nossos trabalhos. 
MC: Como tem sido a relação do Legislativo com os outros Poderes, com a população e com o empresariado?
AL: Temos a melhor relação possível com os demais Poderes do Estado e, para isso, já destacamos o caminho escolhido, que é o do diálogo. Como já mencionei, o diálogo deve pautar a convivência entre a Assembleia e o Executivo estadual, com o Judiciário, e também com a sociedade e seus diversos segmentos. Nesse ponto estamos em inteira sintonia com o Governador Pimentel, que sempre defendeu a participação de todas as forças nas decisões sobre os destinos do Estado. Ele defende ações como o orçamento participativo. Nós defendemos a presença da população em nossas audiências públicas. A Assembleia se dispõe a ser o espaço de interlocução onde todas as vozes se encontrem, aqui estamos para mediar o diálogo entre todos os segmentos da sociedade. Queremos uma relação próxima não só com os Poderes constituídos, mas também e especialmente com a população e o empresariado, de forma a acolher e estudar demandas, buscando para elas as soluções e caminhos para bons tempos em Minas. No tocante ao empresariado, estamos iniciando um amplo projeto para prospectar as medidas que possam ser adotadas para recuperarmos a confiança do investidor, de forma a estimular o crescimento da economia, atrair novos investimentos para Minas, gerar emprego e renda para a população. A Assembleia se coloca de fato como o poder e a voz do cidadão, esse é o nosso DNA. 
MC: Como está sendo travado o diálogo com a oposição ao Governo de Minas?
AL: Com base no respeito e na permanente lembrança de que os Poderes são, ao mesmo tempo, autônomos e harmônicos. A oposição sadia é essencial para o regime democrático, pois permite o exame de pontos de vista diferentes e a apresentação de contribuições de valor efetivo. A Casa é de todos os partidos e a manifestação política colabora para a correção de rumos eventualmente necessária em propostas do Governo. A oposição é importante para que possamos evoluir dentro do regime democrático. Obviamente, não estamos falando da oposição que diz não a tudo, simplesmente por ser oposição, mas da oposição que apresente argumentos fundamentados, capazes de efetivamente contribuir para o aprimoramento de uma proposta. Assim prevêem nosso Regimento Interno e nossa legislação. Nossos deputados não estão faltando a essa responsabilidade; muito ao contrário, têm se mostrado dignos das atribuições que receberam de seus eleitores, todos esperançosos por dias sempre melhores em Minas. 
MC: A previsão, claro, é de muito trabalho para o próximo biênio da mesa diretora. Como tudo isso afeta a sua vida pessoal, Presidente?
AL: O trabalho na Presidência é intenso, mas instigante. Nossa mesa diretora, cuja composição já evidencia nosso esforço por entendimento, tem se multiplicado em atividades. Além da minha, contamos com a força dos deputados Helly Tarquínio (PV), que é o 1° vice-presidente; Lafayette Andrada (PSDB), 2° vice-presidente; Bráulio Braz (PTB), 3° vice-presidente; Ulysses Gomes (PT), 1° secretário; Alencar da Silveira Júnior (PDT), 2° secretário; e Dr. Wilson Batista (PSD), 3° secretário. Essa composição promove uma distribuição de tarefas, e, no meu caso, me auxilia a dosar o meu tempo entre o trabalho e a vida pessoal. O dinamismo da vida política nos absorve, mas, com o tempo, aprendemos a equilibrar as exigências com o convívio familiar, que é fundamental até mesmo para recarregar as baterias.
 
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