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Sérgio Augusto Carvalho

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A minha paixão pela comida mineira começou na minha infância, com os jantarados de sábado e domingo preparados pela minha mãe, a saudosa Dona Ilma. Ainda menino, fui morar com meu tio no interior, em Piranga – berço do Rio Doce. Lá, a coisa ficou feia: a cozinheira, Sá Arminda, uma preta-veia que parece ter saído das páginas de algum livro sobre a colonização do interior mineiro, comandava um imenso fogão a lenha de cinco trempes. Enquanto queimava na fornalha, a candeia perfumava a casa e deixava o frio de fora.


O frango caipira reinava nas suas panelas. A carne de porco era preparada por quinzena e guardada na banha, numa lata enorme longe do calor. As armas de Sá Arminda eram colheres de pau, uma faca pontuda, cebola e alho. Suas comidas viravam o pescoço de quem passava pela rua. Não dá para esquecer aquele aroma e os nomes das iguarias que ferviam nas panelas de ferro. Maneco com jaleco, molho-pardo, pela-égua, vaca atolada, viradim de vagem, tutu com couve em riba, feijão de tropeiro, empadão de galinha e palma da roça, bertalha na banha, bambá de couve, arroz com suã, linguiça de pernil curada no varal do fogão, lambari da horta, papo de anjo, quindim e siricaia…


Tantos anos depois, já proprietário do meu próprio fogão a lenha, mas sem candeia para queimar, olhei ao meu redor e vi o que qualquer um pode ver: a gastronomia de Minas não tem uma referência dentro do seu próprio estado – além da sua própria existência. Depois de estudar bem o assunto, comecei a preparar um estudo para criar em BH uma espécie de memorial da gastronomia de Minas. Um centro cultural e culinário que possa mostrar aos mineiros e a quem vem de fora o tamanho da importância que a gastronomia tem dentro desse manancial imenso de cultura que é Minas Gerais.


Preparei um projeto e, em janeiro de 2011, o apresentei a três entidades não governamentais na esperança de colocá-lo em prática. Infelizmente, a hora não era boa para eles. Mostrei meu trabalho a várias pessoas amigas e fiquei na moita. Soube há poucos dias que o governo do Estado está criando coisa semelhante e já liberou até verba para montar a “Casa da Gastronomia de Minas” – não sei se esse é o nome.


É muita coincidência! Será? De qualquer maneira, é um projeto que vai dar certo – mesmo com a quantidade de novos interessados em gastronomia que estão surgindo na cidade. O projeto original, que ficou pronto em 2011, é o que se segue (do jeito que está arquivado):

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