A Petrobras e uma nova política de preços correta e realista
A Petrobras e uma nova política de preços correta e realista
A Petrobras e uma nova política de preços correta e realista

Em sua entrevista a respeito dos resultados da Petrobras, o presidente Jean Paul Prates afirmou que a atual política de preços da empresa, baseada nas cotações internacionais, está com seus dias contados. Para Prates, esta política favoreceu os importadores.

Assim, a futura política de preços visará garantir uma maior fatia de mercado de derivados onde a Petrobras atua. Prates disse “Não seguir o PPI não quer dizer que a Petrobras vai se afastar da referência internacional. A companhia vai praticar o preço do mercado em que estiver atuando”. O presidente da empresa defende a adoção de preços regionalizados, pois cada região do Brasil tem suas peculiaridades e diferenças. Ele exemplificou “É como imaginar o café. O café é cotado internacionalmente, mas quem moi e torra café no Brasil e transforma em pó de café, vende nos mercados domésticos de acordo com a competitividade daquele mercado”. A partir de maio, após a Assembleia Geral Ordinária para eleição do novo Conselho de Administração da companhia, poderá ser implementada esta nova política.

Jean Paul Prates, presidente da diretoria executiva da Petrobras
Jean Paul Prates, presidente da diretoria executiva da Petrobras

A diretoria da Petrobras avança em plano para mudar a sua política, com proposta, ainda em avaliação, que reduz de 100% para 15% o peso das cotações internacionais do petróleo e do dólar. As mudanças incluem alteração na distribuição de lucros entre acionistas. A Petrobras é a segunda maior pagadora de dividendos no mundo e teve lucro líquido de R$ 43,34 bilhões no quarto trimestre de 2022, alta de 37,6% na comparação anual. No acumulado de 2022, a petroleira registrou um lucro de R$ 188,32 bilhões, crescimento de 76,6% frente ao ano anterior- recorde absoluto na história da companhia. A Petrobras ainda anunciou dividendos robustos de R$ 35,8 bilhões referente ao resultado do quarto trimestre. O valor a ser distribuído por ação será de 2,746 dividido em duas parcelas iguais. No entanto, a empresa sugeriu a retenção de R$ 0,498 por ação para a criação de uma reserva estatutária em forma de lei, desejo antigo de seu atual CEO, Jean Paul Prates, em montar um fundo de estabilização de preços.

Ao defender a regionalização dos preços de produtos que são commodities, como os derivados de petróleo, e ao criticar as importações de derivados, reforça-se a expectativa de que os preços dos combustíveis poderão ficar abaixo de sua cotação internacional.

Críticos “apontam que a visão de Prates sobre a formação de preços de commodities está equivocada e alegam que qualquer produtor de soja e seus derivados, café, açúcar, minério de ferro, entre outros, fixa seu preço baseado na cotação internacional, sem levar em consideração os seus custos de produção. Segundo eles, o custo de oportunidade de vender no mercado doméstico é dado pela cotação internacional e afirmam que o resultado dessa política será a redução da rentabilidade da Petrobras, com prejuízos para os acionistas privados, e a redução de sua capacidade de investimentos. Nesse ambiente, o setor produtor de etanol também sofreria o controle dos preços da gasolina”.

Se o mercado doméstico brasileiro fosse totalmente dolarizado e praticasse as mesmas regras e condições existentes no mercado internacional estas críticas poderiam até prevalecer, mas não é o caso – porque são muitas e várias as distorções. A primeira delas é que os juros praticados aqui são absolutamente elevados e indecentes, estratosféricos e contraprodutivos e o outro é a enorme diferença entre os salários pagos dentro do país e fora. Tudo isso sem contar inúmeras outras variáveis, como o fato de a Petrobras ser uma empresa de economia mista, com forte participação do setor público brasileiro, além dela ser de interesse e segurança nacional.

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