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“Além deste limite, seu bihete do metrô perde o valor” (Paris, anos 70)

Lendo o artigo que é destaque no The Economist (volume 400, número 8.751), com o pomposo título “A grande revolução escolar” (pag. 23-25), parei para avaliar o seu conteúdo.

Tomei-o como ponto de partida para refletir o que é, ou parece ser, ou aparenta, a educação nos dias correntes.
Caiu uma revelação instantânea, produto de reflexões no correr dos últimos dez anos, menos por mero exercício intelectual e, maiormente, como um exame crítico do relacionamento da ciência pura com a tecnologia para gerar produtos que são comprados/utilizados/consumidos/ingeridos pelos pobres cidadãos
anestesiados pela mídia mercadológica.

Isso só não foi o bastante para satisfazer-me. E passo a tentar oferecer uma contribuição, com os esboços que o espaço concede. A dualidade pública e privada na educação tem exibido uma obscena perda de qualidade, no Brasil, do ensino oficial. Não há desculpa ou explicação ou retórica política que me convença que o estágio contemporâneo da péssima qualidade e da imbecialização escolar decorrem de ausência de seriedade e de comprometimento político dos governos, em todos os seus degraus institucionais. Os casos extraordinários, por isso destacados, de alguns alunos merecedores de realce em certames, não podem ser levados em boa conta, ou nenhuma.

O lixo cultural que é despejado nos cérebros e nas consciências do povo C e D, é ridículo. Imbecialidade consentida das revistas formadoras de opinião, somados à produção acultural não científica, provém da importação de modelos degradados do exterior. O Hemisfério Norte, decadente, corroído pela corrupção dos costumes privados e públicos, a qualquer custo, quer vender qualquer coisa. Mas o que surpreende, ainda mais, nas terras brasis, é o vazio existencial (cívico e moral) que se copia, com aprumo, para a mentalidade dos alunos.

Lemos pouco ou quase nada (Vide o Pisa de 2009). E o que se lê, basta conferir as obras mais vendidas, é a excrecência da literatura alienígena (na maioria) porque os grandes grupos editoriais não têm compromisso com a cultura brasileira. A nordestina – exemplo vivo – está em queda livre, pois até o forró é eletrônico e vazado em letras musicais incitadoras do sexo sem pêias.

Bom, só criticar não basta, mas a permissividade campeante, escorada por psicólogos mal formados, que ocupam espaços exagerados, nos meios de comunicação, preocupa quem deseja ver o Brasil não só de comodities, de hedge funds, de socialities, de top models tupiniquins (e residentes em Nova York).

A propositiva matéria do Economist dá especial ênfase que a melhoria do ensino tem estes pontos cruciais a serem, com urgência, aplicados:
1) “Um pesquisador britânico, comparando as reformas Ocidentais com a prática no Leste, notou que a principal diferença em Honk Kong” é que “o professor efetivo é uma figura de autoridade, moralidade e benevolência” (p. 24).
2) “A chave para o sucesso, emendo, “na reforma escolar, o progresso estrutural – novas espécies de escolas, reforma das antigas, novos exames – podem ser feitos sem demora. Melhores professores levam muito mais tempo para formar. Eles deveriam ser prioridade” (p. 25).

Como opinar é necessário, neste País onde a crítica literária sobretudo sucumbiu ao mercado, recordo o escritor francês Romain Rolland, para quem: “Felicidade significa conhecer seus limites – e amá-los”. É preciso também amá-los, porque o binômio professor-aluno encontra a felicidade, formando homens de vontade, quando se ama as próprias limitações e as pessoas com seus próprios limites (Anselm Grum e Ramona Robben).
Voltaremos aos limites para conhecer como devem ser estabelecidos e respeitados. A propósito, como ficam os limites da ciência do direito e, sobretudo, na sua prática e aplicação pelo Judiciário?

Jayme Vita Roso

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