Dia 25 de Junho se comemora, no Brasil, o Dia do Imigrante. Dados da Consultoria McKinsey, mostram que 3,4% da população mundial são imigrantes. Responsáveis por quase 10% de toda a riqueza mundial (PIB), os imigrantes contribuem com US$ 6,7 trilhões à economia – cerca de US$ 3 trilhões a mais do que teriam gerado se tivessem ficado nos seus países de origem.

Pesquisa recentemente divulgada pelo Instituto Gallup, dos EUA, indica que 750 milhões de pessoas sonham em morar em um país diferente. Um em cada seis adultos do planeta sonha em imigrar. Um relatório da ONU estima que existam 250 milhões de expatriados no mundo, entre legalizados e ilegais. Os EUA são o destino mais desejado, 158 milhões de pessoas gostariam de viver na América, pelas estimativas do instituto. O Canadá vem em segundo lugar, com 47 milhões.

Dados do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça, divulgados em janeiro deste ano, revelaram que o Brasil já havia recebido 1,1 milhão de imigrantes e 7 mil refugiados. Por outro lado, nos três últimos anos, aumentou em 74% a concessão de vistos de imigração para brasileiros nos Estados Unidos. Dados do Departamento de Estado Americano mostram que em 2018, foram emitidos 4.300 vistos de imigração para cidadãos do Brasil nos EUA. Em 2015, o número era de 2.478 vistos concedidos.

“Passamos por uma grande onda migratória global que deve se intensificar nos próximos anos. Todos os países de primeiro mundo já estão elaborando estratégias para não apenas captar esta mão de obra itinerante, mas sobretudo, compreender mais profundamente questões ligadas à migração em seus próprios territórios. Nos EUA, por exemplo, o governo oferece a possibilidade de trabalhar legalmente caso o imigrante já tenha carreira e experiência profissional em seu país de origem”, afirma o jornalista, escritor e empresário, Rodrigo Lins que lançou recentemente livro sobre como imigrar aos EUA legalmente.

Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, mostram que na Suíça, por exemplo, a acolhida de imigrantes ocasionou aumento na arrecadação e crescimento do PIB em 2%. Levantamento da Organização Internacional para Migrações – OIM mostrou que a maioria dos imigrantes / refugiados estão na faixa etária economicamente ativa, tendo entre 25 e 49 anos de idade.

No Brasil, 34% dos imigrantes e refugiados concluíram o ensino superior e 90% falam português, como mostrou levantamento da Agência Acnur, da ONU. Nos EUA, a escolaridade e o desempenho econômico dos brasileiros imigrantes também aumentou nos últimos anos, o que deve acender um alerta ao Governo brasileiro sobre a perda de mão de obra qualificada e jovem, como explica Rodrigo Lins.

“Há um novo perfil de imigrantes brasileiros que estão vindo aos EUA. Mais escolarizados e hábeis no domínio de idiomas, estes novos imigrantes são os responsáveis pelo excelente desempenho econômico da comunidade brasileira aqui nos EUA, em alguns estados a renda média de brasileiros já supera até a de americanos. É visível o aumento da presença de jovens brasileiros que estão chegando aqui nos EUA em busca de oportunidades. Eles são parte de uma força de trabalho que o Brasil dificilmente terá de volta. É sem dúvida um alerta ao Governo”, afirma Lins.

IMIGRANTES EMPREENDEDORES

Mundo a fora já são mais de 20 mil micro e pequenos empreendedores brasileiros formais, de acordo com levantamento mais recente do Ministérios de Relações Exteriores do Brasil – MRE. A maior parte deles, 9 mil, se concentra nos Estados Unidos. O país norte americano é seguido de Japão, com 1,5 mil, e a França, com 1.320.

O levantamento do Itamaraty contabilizou os micro e pequenos empreendedores formais, mas há muitos outros que não entraram na estatística. Apenas nos Estados Unidos, a estimativa é que 48,3 mil brasileiros desenvolvam atividades autônomas informais. O Brasil foi o segundo país que mais gerou empregos, atrás apenas do México. Levantamento desenvolvido pela Apex-Brasil em parceria com o Brazil-U.S Business Council e a Amcham Brasil, divulgado este ano, mostra o progresso da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos.

Empreendendo em diferentes setores como, metais, comércio atacadista e instituições financeiras, em 2015 – dado mais recente divulgado até agora – as afiliadas brasileiras empregaram 74.200 funcionários nos Estados Unidos. Para atender a esta demanda de novos empreendedores globais, um grupo de brasileiros fundou em Miami, Flórida, um instituto de negócios, o Global Business Institute (GBI), focado em auxiliar em todas as etapas quem vai empreender internacionalmente.

“Quando um brasileiro vai para outro país para abrir um negócio não tem garantia de sucesso. Mas, sem dúvida, pode ser muito mais assertivo se o empreendedor se apegar à alguns passos fundamentais orientados por profissionais globais que lidam com este mercado. Tem que haver um planejamento para cada tipo de iniciativa”, afirma Manoel Suhet, CEO do GBI.

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