*Por Tatiana Schuchovsky Reichmann

Sem dúvida, 2020 foi um ano desafiador para o mundo, não só no aspecto da saúde, mas também socioeconômico. De acordo com dados do Ministério da Economia, o impacto financeiro da Covid-19 no Brasil deve chegar a 8,6% do PIB (Produto Interno Bruto), ou R$ 615 bilhões. Neste contexto, o planejamento fez mais sentido do que nunca, porém sempre tendo em mente a flexibilidade para ajustes de rota quando necessário. Momentos de adversidade devem ser encarados como oportunidades únicas de aprendizado, de reinvenção e inovação. De acordo com a consultoria Russell Reynolds Associates, as maiores mudanças ocorrem em momentos de incerteza, e os melhores líderes são aqueles que enxergam oportunidades neste cenário.

Após mais de 9 meses de pandemia, algumas lições foram apreendidas e já é possível fazer um balanço de tudo que vivemos e traçar o caminho para os próximos doze meses. Na Ademicon, de janeiro a novembro de 2020, crescemos 45% em volume de créditos de consórcios em comparação ao mesmo período do ano anterior. Prestar atenção aos fatores externos ao nosso negócio foi primordial para o sucesso da companhia.

Esse olhar para o que estava acontecendo no mundo, ajudou o gestor mais atento a se antecipar e estabelecer planos de contingência, minimizando, na medida do possível, os impactos provocados pela pandemia. Segundo o pesquisador Ricardo Hausmann, diretor do Centro de Desenvolvimento Internacional de Harvard, o conhecimento só ocorrerá para aqueles países que puderem aprender com suas próprias experiências e com base na experiência de outros.

O relacionamento com o principal ativo de qualquer empresa – o capital humano – também precisou de adaptações. Cuidar do colaborador foi muito além do distanciamento social e da obrigatoriedade do uso de máscaras e álcool em gel. Rotinas de acompanhamento de processos entre equipes e gestores, mesmo à distância, serviu como ferramenta motivacional e possibilitou dividir os mesmos anseios. Manter a programação estabelecida no planejamento anual, sem cancelar treinamentos e eventos internos, transformando-os em virtuais, transmitiu tranquilidade para os envolvidos, mostrou que o negócio permaneceu “vivo”, mas apenas em formatos diferentes.

Mesmo com a instabilidade econômica, houve setores que surpreenderam e registraram boa performance, como foi o caso do consórcio. De acordo com dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios, a ABAC, em outubro de 2020 a modalidade bateu o recorde de adesões, o maior número dos últimos dez anos. No acumulado dos dez primeiros meses, foram 2,48 milhões de aderências, 4,2% a mais que as 2,38 milhões dos mesmos meses de 2019. O desafio, neste caso, foi lidar com a demanda represada, dar apoio à equipe de vendas para que o processo fluísse e se transformasse em bons resultados para o setor.

A chamada segunda onda da pandemia já está entre nós e não podemos “baixar a guarda”. Lidar com a ansiedade provocada pela incerteza ainda é um obstáculo, e gestões que tenham o firme propósito de manter o colaborador sadio se destacarão. E isso não se limita só nos aspectos mental e físico, é necessário também cuidar da saúde econômica, oferecendo toda a estrutura para que eles se sintam seguros profissionalmente e reforcem a crença de que, juntos, todos sairemos dessa, muito mais fortes e unidos.

*CEO da Ademicon, responsável pelas marcas Ademilar Consórcio de Imóveis e Ademimotors Consórcio de Veículos.

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