Olavo Romano   O lugar, pequeno e pacato, encarapitado no alto do morro, parecia um presepinho. Sem padre fixo, missa só de mês em mês, uma às sete, outra às dez. Para esta, o pessoal da roça chegava já almoçado, exibindo cavalos e arreatas. Na festa do padroeiro, o arraial se animava, celebrando todos os santos deixados para trás…

O marca-passo

3 de outubro de 2011 0

No princípio, aquele queimor na boca do estômago, pensou em azia. Lembrou também do pastel, lá na cidade, na véspera. Ou, quem sabe, a cerveja? Depois foi apertando, parecia cólica. Tomara que não fosse a malvada da úlcera ameaçando abrir de novo. A coisa ia e vinha, ele da sala pra cozinha. Danou a beber…

Procissão

1 de setembro de 2011 0

Contritas mãos levam a tocha, luz da fé que anima e alumia veredas da alma, recantos do coração.

Cavalhada

1 de setembro de 2011 0

Rumor de cascos, relinchos,tinir de lanças e espadas,mouros e cristãos, em feroporfiar, tudo repousano passado mais remoto.A mineira cavalhadaé uma festa de cores,estandartes, bandeirolas,mantas e arreios, estribosreluzentes e donzelasseqüestradas sem pudor.O povo aplaude e aprecia,pois esta pura alegriatempera e abençoao ramerrame teimosoque muitas vezes imperano coração das pessoas.

A Alma dos Tambores

1 de setembro de 2011 0

A alma dos tambores,aprisionada no silêncio das esperas,liberta-se ao toque de mestriados que sabem segredos e mistérios.Animadas por ancestral magia,praças e ladeiras da velha Vila Ricafremem ao repique dos chocalhos,retumbam cantigas e lamentos.Minas na veia

Com Fé se Festeja a Vida

1 de setembro de 2011 0

No recomeço do mundo,clarear de um novo tempo,anjos morenos,nascidos no meio do povo,exibem plumas e nuvens,lembrança de onde vierame pra onde, em dias de muita luz,têm vontade de voltar.

Minas na veia

1 de setembro de 2011 0

Jeito Mineiro Mineiro, quando sonha, vê o mar;acordado, esbarra na montanha,ondas se perdendo no horizonte.Absorto em abismos profundos,Matuta mistérios do mundo:morro atrás de morro,vista querendo alcançar,longes distâncias azuis,a alma da matériano oco das coisas.

Folia de Reis

1 de setembro de 2011 0

O povo sai à rua, que é lugar de festa boa. O Menino Deus recebe sua oração, sua loa. Os três reis do Oriente chegam trazendo presentes. É isso que se celebra do jeito mais leve e puro – cantar com voz em requinta é muito bom e seguro: o amor impere sempre no coração…

Caboclos

1 de setembro de 2011 0

Esses alegres caboclos, ataviados de plumas, fitas, miçangas, coroas, com ares tão majestosos, dançam e cantam seus ritos no chão de ouro e brilhante que fez o nome de Minas.

Capelinha

1 de setembro de 2011 0

Das altas catas que havia, de tanta gente que vinha de longe para o garimpo, sobrou a serra pelada sob este céu altaneiro. A igrejinha e a cruz, canto de paz e de luz, falam de antigas histórias guardam perdidas memórias para algum aventureiro que acaso chegue ao lugar.